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2023 acabando. E eu? Como estou?

quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

Ouço a campainha tocar. “Quem pode ser a essa hora da manhã?”, me pergunto. Vagarosamente e desconfiado, abro a porta e me deparo com um velho de rugas que são como marcas de guerra num rosto apático. “Posso entrar?”, me pergunta 2023. E eu escancaro a porta para dar passagem ao amigo de quase um ano. Ele se senta na mesa de café da manhã, e me questiona: “e aí?”. Contudo, ainda estou muito chateado com 2023. Se bem que, a esta altura do campeonato, só não está chateado com esse fatídico ano quem tirou proveito financeiro, político ou quem torce para o Fluminense.

Ouço a campainha tocar. “Quem pode ser a essa hora da manhã?”, me pergunto. Vagarosamente e desconfiado, abro a porta e me deparo com um velho de rugas que são como marcas de guerra num rosto apático. “Posso entrar?”, me pergunta 2023. E eu escancaro a porta para dar passagem ao amigo de quase um ano. Ele se senta na mesa de café da manhã, e me questiona: “e aí?”. Contudo, ainda estou muito chateado com 2023. Se bem que, a esta altura do campeonato, só não está chateado com esse fatídico ano quem tirou proveito financeiro, político ou quem torce para o Fluminense. Mas logo respondo: “Estou chateado com você!”

Ele revira os olhos, como se não fosse uma surpresa, com seu olhar cansado e deprimido. “E quem não está?”, pergunta 2023, como se conseguisse ver em sua cabeça, um filme da minha própria vida em cada momento vivido. Ofereço-lhe um copo de água e ele me pede uma dose de Whisky, “pode ser a da mais sem vergonha que tiver”. Sirvo-lhe e fico ali bons minutos olhando para o seu rosto cansado, sem saber por onde começar a desabafar. “Falo sobre minhas mágoas, decepções e arrependimento ou sobre como me sinto agora?”, me pergunto. “Vai ficar quieto e não vai falar nada?”, me pergunta o velho que aquela altura já havia virado a dose da forte bebida como se água fosse.

“Você acha que só você está chateado comigo? Em todos os lugares que eu vou, todos estão chateados comigo. Uns falam sobre a política, outros sobre o STF. Uns falam sobre Flamengo e outros sobre Botafogo. Uns falam sobre como a própria vida foi péssima nos últimos tempos. Eu não pensei que com você seria diferente”. Ele sorri para mim, com um ar de sarcasmo, que contrasta com as olheiras dos mal dormidos. “Afinal, o que adianta jogar em minha cara se muitas das coisas ruins que aconteceram foram consequências das suas escolhas? Umas acertadas, outras equivocadas.”, me diz 2023.

“Mais do que isso, muito do que me aconteceu neste ano e que tenho por ‘injustiça’ foi produto da sua proposta – consciente, racional e emotiva – de se tornar mais vulnerável e expor tudo o que sente. De brigar pelo o que está certo e discutir pelo o que está errado. De se abrir, dizer tuas mágoas e o que te fez sentir vulnerável. Começastes ciclos, terminastes ciclos. Ora acertastes, ora errastes.”, em um tom mais exaltado, esbraveja 2023.

“Se entregar de cabeça sempre, pôr o coração na janela e dizer a quem passa: “Pega que é teu!”. Quem se expõe assim está sujeito a levar uma ou outra bicada. Normal. Quem está na chuva tem que estar disposto a se molhar. Quem não é visto não é lembrado e só apanha quem aparece. O mundo não é nada fácil para os emocionados de plantão como você.”.

“Em todos os momentos, vivemos nossos picos e os nossos vales. Quem está disposto a viver, tem que aprender a ser alegre. Entretanto, também tem que saber conviver com a ansiedade do amanhã e o arrependimento de ontem. Precisamos nos superar a cada dia, felizes ou tristes, amados ou machucados, inteiros ou doloridos...”, com lágrimas nos olhos, desabafa o velho em soluços, dando início a um silêncio constrangedor entre nós.

“De qualquer forma, queria lhe pedir perdão”, diz 2023. Aquilo me deixou surpreso. Perdão?  “É, perdão. Aliás, queria aproveitar e pedir perdão a todos os seus leitores”, responde ele, como se lesse meus pensamentos. E continua: “Perdão para alguns por não ter deixado uma boa impressão. Perdão por ter criado alguns traumas. Não era a intenção. De verdade.”.

Ele tenta se levantar. E pensar que eu estava chateado com o velhinho. Aff. “Até parece! Não tem que pedir perdão por nada, 2023. Tudo o que aconteceu ao longo do ano, de bom e de ruim, me ensinou muito. Sou é grato pela oportunidade de viver neste tempo. E o meu eu do futuro agradecerei totalmente por tudo que passamos em 2023.”, digo.

Além disso, o ano de 2023 nos ensinou a valorizar as pequenas coisas da vida. Com tantas restrições impostas pós pandemia, descobrimos a importância de aproveitar os momentos simples e valorizar as pessoas ao nosso redor. A família e os amigos se tornaram ainda mais preciosos, e aprendemos a valorizar cada encontro, cada abraço, cada conversa e dar a chance de cicatrizar as antigas feridas.

Faça mais, faça melhor! Contribua com projetos que beneficiem sua cidade e sua região. Esteja disposto a sair da zona de conforto, a mudar caminhos e a buscar a felicidade. Lembre-se de que o tempo é agora, hoje! Não deixe para amanhã o que pode ser feito hoje. O futuro se constrói hoje!”, enfatizo, emocionado.

Enquanto uma lágrima escorre parecendo limpar os meus olhos. Me surpreendo.Quando percebo, estou sozinho. “Estou falando sozinho?”, me questiono. Sentado em uma cadeira na mesa de cozinha percebo um copo de Whiskey vazio sendo iluminado pelos fogos que iluminam o céu do novo ano. É...

Que o ano de 2024 seja um período de crescimento, realizações, felicidade e muito amor. Aproveitem o aprendizado do ano anterior e usem-no como base para construir um futuro melhor. Estejamos sempre abertos a novas oportunidades, possibilidades, amores e desafios.

Com determinação, planejamento e um coração cheio de esperança, todos nós estaremos prontos para enfrentar qualquer que seja o próximo ano, sabendo que seu melhor aprendizado será sempre uma ferramenta poderosa para o futuro. Feliz ano novo! Amo todos vocês que acompanharam a coluna nesse ano!

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A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.

Adeus, ano velho

quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

Durante todo este ano, semanalmente estivemos juntos por aqui, buscando trazer notícias exclusivas do cotidiano friburguense. Do fechamento de lojas à chegada de novos empreendimentos. Falamos de carnaval, de shows de grandes artistas e dos talentos nossos, de Benito di Paula a Bruna Bento. Falamos do futebol do nosso Friburguense em um ano para se esquecer!

 

Dados e a cidade

Durante todo este ano, semanalmente estivemos juntos por aqui, buscando trazer notícias exclusivas do cotidiano friburguense. Do fechamento de lojas à chegada de novos empreendimentos. Falamos de carnaval, de shows de grandes artistas e dos talentos nossos, de Benito di Paula a Bruna Bento. Falamos do futebol do nosso Friburguense em um ano para se esquecer!

 

Dados e a cidade

Em 2023, quando completamos 15 anos de existência, nos dedicamos, em especial, a trazer os mais variados indicadores de diversos organismos, a fim de mostrar e comparar com outros municípios, como está Nova Friburgo. Quase todos, demonstraram que a cidade está ficando para trás, o que reflete diretamente na qualidade de vida da população. Contra números não há argumentos e por isso, houve incômodo da parte dos que estão no poder e de alguns que se alimentam de suas benesses.

 

Números

Diga-se de passagem, tais indicadores não são tirados do nada, mas de órgãos oficiais e diversos institutos sérios, nos quais a coluna se debruça para trazer de forma mastigada ao leitor, que tem a própria capacidade de fazer a leitura e chegar à sua avaliação. Às autoridades que rechaçam a verdade dos números, que haja ações práticas para reverter o quadro. Seguiremos acompanhando.    

Desta maneira, a última coluna do ano, traz algumas das notícias que mais se destacaram ao longo de 2023 em Observatório.

 

Bruna Bento

A friburguense de 21 anos de idade brilhou para todo o Brasil na última edição do The Voice. No reality musical da Rede Globo, Bruna encantou na escuta às cegas e três dos quatro jurados viraram a cadeira para ela. Ela escolheu Carlinhos Brow como técnico e avançou na equipe do cantor até o último momento, quando ele tinha que escolher apenas um do seu time para avançar às semifinais.

 

Aula de cidadania

Amanda foi a escolhida e Bruna arrancou aplausos de pé ao se despedir do programa com um discurso emocionante ao dizer: “Me sinto muito representada pela Amanda, até porque somos nós por nós e quando um de nós vence, todos nós vencemos”. Bruna termina a competição como uma das dez primeiras colocadas.

 

Nova Friburgo na Sapucaí

Já representada com Evandro Malandro, intérprete principal da Grande Rio, em 2024, Nova Friburgo terá também o samba de Jeferson Lima, o mago da Vilage, no maior carnaval do mundo. Ele venceu a disputa de samba na atual campeã, Imperatriz Leopoldinense. No entanto, a escola de Ramos decidiu juntar dois sambas, o de Jefinho com a parceria de Me Leva, em uma disputa que envolveu mais de 20 compositores. O refrão principal do friburguense Jefinho se tornou imbatível nas apresentações em quadra. “Vai clarear… Olha o povo cantando na rua, a Imperatriz desfila com a sorte virada pra lua” e já é um dos mais cantados do carnaval 2024.

 

Ranking das Cidades Sustentáveis

O ranking do Índice das Cidades Sustentáveis 2023 apontou que Nova Friburgo atingiu a sua pior nota desde que o estudo foi criado, em 2015. Perdeu também três posições no ranking estadual (5º para o 8º lugar) e no nacional (532° para o 757°). O índice analisa o desempenho de todos os 5.570 municípios brasileiros nos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Nova Friburgo caiu ou se manteve estagnado em quase todos os ODS. Ainda sim, o município manteve o status de média pontuação, lugar que apenas 29% dos municípios brasileiros estão.

 

Queda com relação a 2022

No geral, Nova Friburgo obteve nota 53,47 ante 55,87 em 2022. Sua melhor nota foi em 2015, quando obteve 57,87. A pontuação varia de zero a 100. Entre os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU, as melhores pontuações de Nova Friburgo foram: Água Potável e Saneamento Básico (86,98); Energias Renováveis (82,98); Ações Climáticas (89,16) e Vida Marinha (82,81). Já as piores pontuações e que indicam grandes desafios são os objetivos: Igualdade de Gênero (35,80); Indústria, Infraestrutura e Inovação (7,85); Produção e Consumos Sustentáveis (37,00); Proteção à Vida Terrestre (32,08); Paz, Justiça e Instituições Eficazes (38,92) e Parcerias para Implementação dos Objetivos (20,75).

 

Prêmio Cidades Excelentes

Nova Friburgo não venceu em nenhum dos seis pilares do Prêmio Band Cidades Excelentes. Parceria do Grupo Bandeirantes com o Instituto Áquila, o prêmio tem como base o Índice de Gestão Municipal Áquila (IGMA). Para piorar: desde que o índice foi criado, em 2020, Nova Friburgo teve melhora em apenas um setor: Sustentabilidade. Educação e Saúde e Bem-Estar foram os dois pilares em que o município teve maior queda. Na educação caiu de 2.734º para 3.964º do Brasil. Já em Saúde caiu de 4.620º para 5.005º.

 

Mal em saúde e educação

A nota obtida em Saúde é 32,38 sendo o 563º pior entre os 5.568 municípios do Brasil e o 20º pior entre os 92 municípios fluminenses. No indicador, a condição friburguense é considerada crítica, a pior da escala. Em Educação, Nova Friburgo também caiu para a escala de situação crítica, com nota 43,15, 3.964º lugar no país e apenas 56º no RJ. Na nota final, média de todos os índices, Nova Friburgo obteve 58,07, 1.968º do Brasil e 19º do Estado do Rio de Janeiro. Perdeu 504 posições com relação a 2020.

 

Ranking de Competitividade

Nova Friburgo caiu 36 posições no ranking 2023 de competitividade dos municípios, promovido pelo Centro de Liderança Pública. São analisados os 410 maiores municípios do país. Nova Friburgo passou a ocupar a 230ª posição com nota geral de 49,08. O município vem tendo quedas seguidas desde a primeira edição do ranking, em 2020. Era o 124º do país naquele ano, caiu para 158º em 2021 e caiu para 194º no ano passado. 106 cidades, portanto, nos ultrapassaram de lá para cá.

 

Vai bem, vai mal

Meio ambiente é o melhor indicador geral de Nova Friburgo em comparação aos demais municípios (32º do país, com nota 65,52) seguido de Inserção Econômica (100º melhor com 46,97). Os piores, em comparação aos demais foram Funcionamento da Máquina Pública (28º pior, com nota 52,87) e Saúde (51º pior em acesso com 45,62 de pontuação e 104º pior em qualidade com 62,82). Na média por pilares foi o 182º lugar no pilar Economia, o 365º no pilar Instituições e 179º no pilar sociedade.  

 

51º pior do Brasil na Saúde

Nos índices relacionados à saúde, cuja principal fonte do estudo é o Ministério da Saúde, através do DataSUS, Nova Friburgo não teve um índice sequer que tenha apresentado melhora. A cobertura de saúde suplementar é a melhor posição obtida, 199º, seguido do atendimento pré-natal 223º, onde se obtém a melhor nota: 72,28. A atenção primária é um dos fatores que mais derruba a nota de Nova Friburgo, 36ª pior do Brasil com nota 32,7. Queda de 70 posições na cobertura vacinal, 319º do ranking. Aumento da mortalidade materna, 25ª maior do país, e, considerável aumento de mortalidade por causas evitáveis, piora de 41 posições.         

 

Ranking de Longevidade Saudável

O IDL (Índice de Desenvolvimento Urbano para a Longevidade) de 2023 colocou Nova Friburgo na 92ª posição entre as 324 consideradas cidades grandes, categorizadas assim por terem mais de 100 mil habitantes, com média final de 55,1. Já no geral, entre os 5.570 municípios brasileiros, a melhor nota de Nova Friburgo foi no eixo economia, com média 60,5, aparecendo na posição nacional de número 703. Em Saúde, obteve média de 54,6, na posição nacional: 1.874. Nos indicadores socioambientais, Nova Friburgo obteve média de 50,2, na modesta posição nacional de 2.416.

 

Ranking das cidades inteligentes

Nova Friburgo também não foi destaque no ranking Connected Smart Cities, produzido pela Necta e Urban Systems, enquanto Niterói e Rio de Janeiro conquistaram os primeiros lugares do estado e em dois eixos no Brasil. O estudo que chegou à sua 9ª edição mede os municípios com mais de 50 mil habitantes, ou seja, 656. Nova Friburgo ficou entre as 100 melhores apenas em quatro eixos: educação (34º), meio ambiente (41º), segurança (86º) e urbanismo (95º). Pelo recorte populacional e por região macro, Nova Friburgo ficou em 85º entre 274 e na Região Sudeste em 86º entre os 260 pesquisados. A nota final friburguense foi de 27,451. Para efeito comparativo, Florianópolis-SC, 1º lugar, obteve nota 36,762. Niterói, a melhor do RJ, teve nota 35,492.

 

Saúde, comprovadamente, mal

A Saúde piorou de 2022 para 2023. Nova Friburgo caiu de uma avaliação de 3,973 para 3,659. Vitória-ES, segundo o ranking, é a melhor saúde do Brasil, nota 5,932. Niterói é a melhor do estado que ainda tem Volta Redonda, Resende e Valença entre as 100 melhores do Brasil. Chama a atenção o atendimento no serviço Saúde da Família em Nova Friburgo: apenas 0,4%. Segundo o estudo, com base em dados do Siconfi, a despesa municipal per capita paga com saúde é de R$ 1.332,87, acima da média, o que indica estar sendo mal utilizada.

 

Radar da transparência

A gestão da Prefeitura de Nova Friburgo foi rebaixada no Reconhecimento em Transparência Pública da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon) e pelos tribunais de contas de todo o país. O Executivo municipal, que em 2022 obteve o selo prata, caiu para o nível intermediário. Por pouco, não desceu para o nível considerado básico. A gestão municipal acumulou índice de 50,63%, abaixo da média nacional (59,57%), abaixo da média das cidades fluminenses (54,39%) e no limite do nível considerado intermediário que vai de 50% a 74%. Entre 30% e 50% é considerado básico.

 

Comparativo

A melhor prefeitura fluminense foi a da capital, com 88,80%, única a atingir o nível ouro. Na região, a melhor foi Teresópolis com 78,71%. Além da cidade vizinha, Bom Jesus do Itabapoana, São Pedro da Aldeia, Nova Iguaçu, Angra dos Reis e Quatis atingiram o nível prata. Nenhuma prefeitura do estado conseguiu o nível máximo. Apesar de ter melhorado do ano passado para este ano, a Câmara de Vereadores se manteve no nível prata, com 82,31%, a apenas pouco menos de 3% para atingir o nível ouro de transparência. No ano passado, o Legislativo obteve 79,28% e cresceu mesmo com a ampliação dos indicadores analisados.

 

Bar do Vovô

Completando 40 anos neste mês de dezembro, com 15 anos da famosa Segunda Sem Lei, que só foi interrompida na época da pandemia, o Bar do Vovô, ponto turístico de Lumiar, vai continuar, mas seu icônico proprietário, Dercy Klein, o Vovô, decidiu se aposentar. Vovô relatou que no início do ano, ao perceber que seria o 40º ano de bar, somados a outros anos de trabalho, quase que de domingo a domingo, que era hora de parar. A missão mais difícil então era encontrar um sócio que entendesse o valor cultural de um dos espaços mais famosos do distrito. Sócios encontrados, o Vovô, portanto, seguirá com participação no empreendimento. Porém, se afastará pouco a pouco, se dando a aposentadoria.

 

Fim de uma era

O hipermercado Extra de Nova Friburgo, no tradicional endereço da Avenida Alberto Braune, encerrou as suas atividades por aqui, em julho. O imóvel gigante, no coração da cidade, não ficou fechado por muito tempo e uma nova rede assumiu o espaço, inaugurando recentemente. O imóvel tem muita gente que ainda se refere como ABC. O Grupo Pão de Açúcar deixou a cidade após 25 anos.

 

Maior academia da América Latina

A SmartFit está chegando em Nova Friburgo. A unidade friburguense ficará no Espaço Arp. As obras estão quase finalizadas e a inauguração prevista para outubro deve acontecer em janeiro próximo. Em qualquer unidade da América Latina, os números que identificam os equipamentos é o mesmo, assim como o aplicativo de montagem e acompanhamento de treinos. Ainda que algumas em maiores ou menores espaços, todas contam com o mesmo estilo e um mínimo de dois equipamentos iguais para execução dos exercícios. O plano era chegar em Nova Friburgo antes, mas a dificuldade em achar um local adequado para o padrão atrasou a pretensão. Considerada uma das vantagens para quem mora em mais de uma cidade ou viaja muito é que o aluno matriculado em Nova Friburgo, por exemplo, pode malhar em qualquer unidade da rede de qualquer cidade do Brasil e do exterior.

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Lidando com a angústia no Ano-Novo

quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

O filósofo S. Kierkegaard escreveu dizendo que aquele que aprendeu a lidar com sua angústia, aprendeu o mais importante: Lidar com a angústia. Sabe o que é isso?

Poucas semanas após a eleição recente para presidente do Brasil, um conhecido meu de Brasília fez contato comigo me pedindo para atender um deputado federal famoso, seu amigo, que estava entrando em depressão pela derrota do seu candidato à presidência. Ele estava muito angustiado e parecia que começava a entrar num estado depressivo.

O filósofo S. Kierkegaard escreveu dizendo que aquele que aprendeu a lidar com sua angústia, aprendeu o mais importante: Lidar com a angústia. Sabe o que é isso?

Poucas semanas após a eleição recente para presidente do Brasil, um conhecido meu de Brasília fez contato comigo me pedindo para atender um deputado federal famoso, seu amigo, que estava entrando em depressão pela derrota do seu candidato à presidência. Ele estava muito angustiado e parecia que começava a entrar num estado depressivo.

A sensação de impotência produz angústia. E às vezes a angústia é um sentimento que vem misturado com tristeza. Angústia gera aflição e tristeza gera desânimo. É ruim e desagradável se sentir impotente diante da injustiça, da impunidade, do abuso de poder de magistrados, políticos, empresários que manipulam a opinião pública e também destroem pequenos empreendedores talvez, também, por ajuda de sociedades secretas. Quando uma pessoa bem informada vê que há tanta coisa ruim que já acontece e que se vislumbra que acontecerá, isso pode gerar um estado emocional doloroso, e caso a pessoa não encontre uma saída para sua angústia e tristeza, ela pode entrar em depressão pela perda da esperança.

Dói pensar que a sociedade será muito afetada pela ideologia que fala do “bem comum”, envolvendo este “bem comum” o controle, a castração da liberdade, cheio de conflitos de interesses não só econômicos, mas, e principalmente, ideológicos. Machuca pensar em injustiças sociais não só praticadas pela liderança política de um país, qualquer país, como pela ignorância de boa parte da população que tendo a faca e o queijo nas mãos em termos de escolha de seus governantes pela eleição, decide erradamente, influenciada pela manipulação da opinião pública produzida por poderosas redes de comunicação que são, na verdade, dúbias, jogando para este ou para aquele lado conforme o interesse do momento, interesse econômico e de liberdade transgressora de princípios saudáveis de conduta.

Outro dia li uma frase interessante que dizia: “Impotência não é desamparo.” Somos impotentes diante de males que nos afligem ou atingem nosso país e que ocorrerão nos próximos anos no mundo, quanto mais nos aproximamos da “agenda 2030” quando será imposta uma nova ordem social mundial conforme o interesse e desejo dos poderosos desse mundo, liderados pelo poder, que, conforme descreve o apóstolo Paulo em sua segunda carta aos Tessalonicenses, capítulo 2 e versículo 4: “... aquele que se levanta contra tudo o que é divino e sagrado, a ponto e tomar lugar no Templo de Deus, e apresentar-se como se fosse Deus.” (Bíblia Ave Maria).

Impotência não é desamparo. Somos amparados por aqueles que nos ajudam. E há os que nos ajudam. Aceitar a impotência diante da injustiça social não é o mesmo que ficar desamparado e omisso diante da dor social. Fazer o bem é o melhor remédio contra este e outros tipos de injustiça. A resposta está no bem e não no revide do mal com o mal que se apossa de poder em nome de um amor equivocado. O mal tem seu limite. Ele não avançará nem mais um segundo e nem mais um milímetro além do que também está estipulado. A vida cobra o bem. O tempo mostrará o bem e o mal, de forma que ficará claro para todo o Universo esse assunto de justiça e injustiça. O desafio é ter força para esperar e suportar a dor, e evitar ser conivente na prática da injustiça.

Aceitar a impotência diante da injustiça de um povo, de um governante, de um conhecido ou parente, é o primeiro passo para o alívio da angústia e da tristeza. No Ano Novo que começa, levantemos a cabeça com humildade, mas com esperança. Não com arrogância que pode se manifestar por frases tipo “que venha o novo ano”. Não há justiça nesse mundo mal, portanto a saída não é a direita, a esquerda, o centro. A saída é de cima. Bom Ano Novo com a força de cima para lidar com a angústia e a tristeza, até que a justiça surja e acabe de vez com a mentira, a fraude, a corrupção e a maldade de baixo! Não vai demorar.

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Cesar Vasconcellos de Souza – www.doutorcesar.com

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Pedalando por aí...

quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

“Tenho 66 anos e ando de bicicleta desde os 8 ou 9, mas em Nova Friburgo não há estímulo para essa prática saudável. O que mais ouço em  minhas andanças é: Você não tem medo? Não é muito arriscado?"

“Tenho 66 anos e ando de bicicleta desde os 8 ou 9, mas em Nova Friburgo não há estímulo para essa prática saudável. O que mais ouço em  minhas andanças é: Você não tem medo? Não é muito arriscado?"

Considero os riscos. De fato, são muitos. Cada vez que ando nas principais ruas acidentadas, esburacadas e mal niveladas do Centro considero o perigo que corro com os veículos que passam por mim soltando fumaça tóxica ou em alta velocidade. Nas calçadas, tento sempre desviar dos pedestres, mas sou criticada por olhares, gestos e até palavrões, mas considero também que os sorrisos espontâneos valem mais do que um olhar atravessado.

Que em 2024, o Legislativo e Executivo locais possam trabalhar juntos por uma cidade mais sustentável.”

Deidi Lucia Rocha

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Os campeões

quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

Tradicionais e estreantes comemoraram títulos nas divisões inferiores do Rio

Tradicionais e estreantes comemoraram títulos nas divisões inferiores do Rio

         Não foi só o Fluminense que comemorou um título a nível estadual nesta temporada. Nas divisões inferiores do Rio, quatro equipes, entre elas algumas tradicionais e outras candidatas a emergentes, também puderam erguer troféus e celebrar os respectivos acessos. Com cinco níveis de competições, entre Séries A1 e C, o Estado teve disputas de campeonatos durante praticamente todo o ano, em períodos diferentes. Todos eles já definidos. O Friburguense participou de dois deles: a Série A2, equivalente à segunda divisão, e a B1, a terceirona do Rio de Janeiro, onde permanece em 2024 após não conseguir conquistar o acesso.

        Neste ano de 2023, o Sampaio Corrêa ficou com a taça da Série A2, a segunda divisão do futebol do Rio de Janeiro, na mesma edição em que o Friburguense acabou rebaixado para a terceirona. Na disputa da B1, o Tricolor da Serra ficou a apenas um gol para chegar às semifinais, não conseguiu o acesso e viu o Duque de Caxias comemorar a conquista do título e o acesso, junto ao rival Serrano.

        Já na quarta divisão, o São Cristóvão faturou o título, ao bater o Belford Roxo (também promovido), e já sonha alto, pensando até em chegar à Série A do Carioca. Afastado da primeira divisão desde 1995, o clube cadete tem um objetivo audacioso: o de, dentro de dois anos, conquistar uma vaga na elite. E existe até a possibilidade de tornar-se uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) para viabilizar a continuidade desse processo.
        Na Série C estadual, a quinta divisão do futebol do Rio de Janeiro, o ainda pouco conhecido Zinzane se sagrou campeão - curiosamente ao bater o São Cristóvão. A história do Zinza começou em 2002, graças a dois ex-atletas: Renato Vilarinho e Cláudia Richa. Naquele ano, o casal criou a Zinzane, marca de moda. Nas décadas seguintes, passou a contar com cerca de 170 lojas em 25 estados, além de comercializar produtos online.

O Zinzane Futebol Clube, conhecido como Zinza F.C., nasceu em 2022, tendo Renato Villarinho como primeiro presidente. A estreia aconteceu exatamente na Série C do Campeonato Carioca de 2023.
 

Americano tem melhores públicos

        Com o fim da temporada de 2023, um levantamento feito pelo portal Acesso Carioca trouxe os jogos entre as Séries A2, B1, B2 e C levaram mais público ao estádio. O curioso é que nenhuma partida alcançou a marca de mil presentes, algo que, num passado não muito distante, era observado em jogos do Friburguense no Eduardo Guinle.

No topo da lista desta temporada estão dois jogos do Americano, que teve a carga máxima de ingressos no Aryzão para os jogos contra Olaria e Sampaio Corrêa, pela primeira fase da segundona.

        A Série B estadual rendeu os três maiores públicos do ano, com o jogo de ida da final, entre Olaria e Sampaio Corrêa, levando 937 pessoas à Rua Bariri, na Zona Norte carioca. A seguir, veio o jogo mais visto da terceirona: a volta da semifinal entre Serrano e Barra da Tijuca, em Petrópolis, com 935 presentes. As decisões dos títulos da segundona e da terceirona, respectivamente, vêm logo depois. Entre outros dos maiores públicos da temporada, fora a primeira divisão, estão outros confrontos da Série A2.

        Os jogos do Olaria contra Petrópolis e América, ambos na Rua Bariri, tiveram públicos presentes de 804 e 786 torcedores, respectivamente. A partida Americano x Petrópolis, no Aryzão, levou 768 pessoas ao estádio, com um outro Olaria x Petrópolis tendo 709 presentes. O Friburguense ainda registrou alguns dos melhores públicos da edição de 2023 da segundona estadual.

        O maior deles foi na partida contra o Duque de Caxias, pela sexta rodada da Taça Corcovado. O time comandado por Gerson Andreotti havia emplacado duas vitórias consecutivas, contra São Gonçalo e Pérolas Negras, e fez bom jogo contra a equipe da Baixada Fluminense. Contudo, perdeu por 1 a 0, frustrando os 296 presentes no estádio Eduardo Guinle. Este foi o quarto melhor público de toda a primeira fase. O Frizão também teve “bom” comparecimento no jogo contra o 7 de Abril, quando 243 torcedores presenciaram a vitória por 3 a 0.

  • Foto da galeria

    Um dos candidatos a emergente no futebol do Rio, Zinzane faturou o título da quinta divisão

  • Foto da galeria

    O tradicional São Cristóvão será adversário do Friburguense em 2024 com planos audaciosos

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Vale o alerta

terça-feira, 26 de dezembro de 2023

DataSUS: internações de ciclistas aumentam 71% no Brasil

DataSUS: internações de ciclistas aumentam 71% no Brasil

O número de internações de ciclistas vítimas de acidentes cresceu 71% em todo o Brasil nos últimos dez anos (2012-2022), segundo levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico a partir de dados do DataSUS. A entidade não tem um recorte estadual ou regional dos números, mas o alerta vale para Nova Friburgo. Muita gente tem aderido a este meio de transporte para o deslocamento no dia a dia, e como nem sempre há espaço adequado para a circulação, os perigos se multiplicam pelas vias e calçadas friburguenses.

Com o avanço da adesão às bicicletas como meio de transporte, além do lazer, apesar da queda nos números absolutos, a proporção dos acidentes com bikes cresceu. Em 2012, elas representavam 1,96% dos registros não-fatais, e no ano passado corresponderam a 4,08% do total. Nos casos letais, as bicicletas representaram 2,7% em 2022, contra 3,7% uma década antes.

Doutor em urbanismo e integrante do coletivo Mobicidade, Pablo Vieira Florentino considera que o maior fator de risco para os ciclistas no trânsito é a velocidade média nas vias. "Dentro da América Latina, só existem dois países que permitem velocidades acima de 60 quilômetros por hora dentro de perímetros urbanos, e um deles é o Brasil. Os outros, dentro dos perímetros urbanos, limitam suas velocidades máximas até 60 km/h questão da velocidade não abarca somente quem está na bicicleta ou quem está a pé, mas também quem está dentro dos veículos", avalia.

 

Preocupante

Pesquisa revela que 52% dos brasileiros não fazem atividades físicas

A Pesquisa Saúde e Trabalho, feita pelo Serviço Social da Indústria (Sesi), conclui que 52% dos brasileiros raramente ou nunca praticam atividades físicas. Entre os que fazem atividades físicas, 22% se exercitam diariamente, 13% pelo menos três vezes por semana e 8% pelo menos duas vezes semanais.  

O levantamento foi realizado entre 10 e 14 de março de 2023. Em todos os estados, foram entrevistadas 2.021 pessoas com mais de 16 anos. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%. 

A prática regular de atividades físicas é considerada por especialistas como um dos principais meios de promoção e cuidado com a saúde. Além da frequência da prática de atividades físicas, o estudo fez a associação entre a prática delas e o adoecimento.

Segundo o levantamento do Sesi, 72% das pessoas que praticam exercícios com frequência não tiveram problemas de saúde nos últimos 12 meses. Porém, entre os que nunca praticam atividades físicas, 42% sofreram problemas de saúde em 2022.  

O diretor superintendente do Sesi, Rafael Lucches, destacou que “a promoção da saúde e de comportamentos preventivos é fundamental para a redução de problemas na vida das pessoas. Com a prática de atividades físicas, temos pessoas mais saudáveis e dispostas para encarar os desafios do dia a dia”. 

A relação entre trabalho e qualidade de vida também foi abordada pela pesquisa do Sesi. Nesse aspecto, 94% concordaram que um profissional com a saúde física e mental em dia é mais produtivo no seu trabalho. A pesquisa também apontou que 12% dos entrevistados têm hábito de realizar consultas regulares com psicólogo. 

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    Maior utilização de bicicletas é benéfica à saúde, mas acende alerta nos centros urbanos (Arquivo AVS / Henrique Pinheiro)

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    Bicicleta deixou de ser “apenas” um meio para a prática de lazer ou esporte aos fins de semana

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Natal! Qual?

terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Chegamos ao Natal. Não caberia a pergunta que virá, se todos vivêssemos o sentido original do nascimento do Salvador entre nós, no coração. Mas, com certeza, cabe nos dias e no cenário de hoje o intrigante questionamento: Qual Natal?

Chegamos ao Natal. Não caberia a pergunta que virá, se todos vivêssemos o sentido original do nascimento do Salvador entre nós, no coração. Mas, com certeza, cabe nos dias e no cenário de hoje o intrigante questionamento: Qual Natal?

Caminhando pelas cidades, vimos de tudo: luzes artificiais, filas para compras contínuas e movimentadas. Vimos gente apressada, ouvimos barulhos de carros e motos acelerados e dos anúncios de beira de calçada arrebanhando para as promoções. Encontramos tanto colorido entre ferros e plásticos, sobressaindo o vermelho do reinado do papai Noel, de casas, vilas e renas-monumentos, um paraíso de enfeites e decorações variadas. Este é um natal menor, de fantasia, trampolim do consumo desenfreado, dos presentes e preocupações materiais, de comidas e bebidas, de fartura de ceias que quase ninguém come mais em comunhão.

À noite, cada um sai para um lado, pois há um outro natal ainda bem menor: o da balada Noel, da farra Noel... onde o vazio da euforia e do carnal faz um estrondo de surdez para as almas desencontradas sem ter o que celebrar. Ainda há, no caminho superficial do urbano, um "carnatal", transformando tudo num longo desfile interminável, de figuras e caricaturas de tudo misturado, nos carros alegóricos e alas do marketing, nos shows de trios e pipocas, na falta total de foco e do sentido real e principal natalino. Mais um carnaval fora de época, afastando os corações do presépio do interior do espírito.

De quantos natais estamos tratando? E, contudo, faltou um: o mais simples e o mais óbvio: o nascimento do Senhor Jesus entre nós. A simplicidade e a ternura de uma noite sagrada em que o próprio Deus vem até nós, derramar o Seu Amor de forma infinitamente humilde e generosa, para revelar a grandeza da humanidade a todos nós, homens, sua imagem e semelhança pela criação, para nos tornar seus filhos, salvando-nos de nossas misérias, de nós mesmos, dos nossos pecados de egoísmo destrutivo e autodestrutivo. Na gruta de Belém, na singeleza do menino que nasce entre animais, que recebe os cantos de pastores e dos anjos, o carinho de sua belíssima Mãe Maria e do seu pai adotivo José, brilha uma estrela de esperança e misericórdia e rebrilha no centro a cruz da Redenção, símbolo máximo do Amor que tudo transforma e liberta.

Quem sabe conseguiríamos retornar a este original espírito de mais concentração, oração, fé e confraternização, na comunhão da família, na celebração das igrejas, na transmissão da caridade de Cristo a todos os irmãos da cidade, do estado, do país, do mundo, comunicando a verdadeira alegria: Jesus te ama! Nasceu e morreu por ti! Nós também te amamos e queremos o melhor para ti! Doamos nossa vida pela tua felicidade e salvação! Que corrente de amor e de fraternidade revolucionaria a nossa sociedade com a luz de um Natal permanente onde cada irmão renasceria, sendo valorizado e considerado pela dignidade da pessoa que é e não pelo que tem nos bolsos ou nos bancos, pelo que pode comprar ou vender!

Ninguém seria excluído da ceia maior da igualdade, da felicidade, da vocação e da realização humana que é a preparação e prefiguração da cidade celeste, da Páscoa eterna. Natal-Páscoa! Todos irmãos. Como nas primeiras comunidades cristãs: "Todos os que acreditavam eram unidos e tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades e bens e os repartiam entre todos, conforme a necessidade de cada um. E todos os dias perseveravam unânimes no Templo. E partiam o pão nas casas, tomando o alimento com alegria e simplicidade de coração. Louvavam a Deus e eram estimados por todo o povo. E a cada dia o Senhor acrescentava à comunidade aqueles que eram salvos" (Atos dos Apóstolos 2,44-47). "Eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão, na fração do pão e nas orações." (At 2,42).

Então, alguns diriam: impossível "hoje", utopia! Considerando que a palavra utopia vem do Grego: "u" (não) tópos (lugar), seria um "não lugar", algo não existente dentro da avaliação materialista e acumuladora de nossa mentalidade hodierna capitalista. Mas, para os verdadeiros cristãos, eivados do Amor solidário e despojado de Jesus é apenas "um não lugar ainda", ou seja, uma meta amorosa, cheia de entusiasmo místico transformado em iniciativas e gestos concretos de uma economia de comunhão, de partilha real, com equidade, de modéstia no viver e no sentir justo do bem comum. Aí está o ponto diferencial de inflexão, temido pelo sistema multissecular injustamente desigual. O Natal-mudança de direção que não quer ser celebrado ou é ofuscado propositalmente pelo espetáculo conveniente do mito-consumo, excludente e humilhante. O Natal verdadeiro que significa amor ao próximo o ano inteiro e a alegria em promover, libertar e estender a salvação integral de Jesus a toda pessoa humana, vendo em cada irmão o próprio Senhor.

E agora? Já escolheu que Natal quer continuar a celebrar? Esperamos que este último, com Cristo. Contamos com você nesta virada! Feliz Natal e um abençoado ânimo novo! (É ânimo mesmo, no Espírito renovador, da graça de Deus!).

 

Padre Luiz Cláudio Azevedo de Mendonça é assessor eclesiástico da Comunicação Institucional da Diocese de Nova Friburgo 

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Panelas, as relíquias de Natal

segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

Hoje, segunda-feira, dia de Natal, quero abraçar meus leitores e mostrar meu agradecimento à A Voz da Serra que, gentilmente, acolhe minhas palavras. É bom sentir a sensação de consideração por aqueles que me leem e de receber a hospitalidade deste jornal.

Vou retribuir toda essa atenção através de um conto que escrevi, faz tempo, que expressa os esforços e a alegria do escritor. 

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Hoje, segunda-feira, dia de Natal, quero abraçar meus leitores e mostrar meu agradecimento à A Voz da Serra que, gentilmente, acolhe minhas palavras. É bom sentir a sensação de consideração por aqueles que me leem e de receber a hospitalidade deste jornal.

Vou retribuir toda essa atenção através de um conto que escrevi, faz tempo, que expressa os esforços e a alegria do escritor. 

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A rua brilhava o Natal; à noite, as luzes cintilavam nas árvores e piscavam nas janelas. A casa, entre tantas enfeitadas, era pequena; poucos cômodos. Família grande, casa de gente limpa que usava pano de chita como porta dos armários. Casa sem tapetes para enfeitar o chão de cimento liso. A televisão na sala era o quadro que fazia a arte sumir na tela escura. A mesa, preparada para a ceia, tinha vários pratos, copos e talheres cuidadosamente arrumados. Ah, a cozinha! Na cozinha, estavam as preciosidades de Natal. As panelas. Mais reluzentes do que as luzes que piscavam na árvore, penduradas na parede sobre a pia, como relíquias dos sonhos de uma vida. Eram o orgulho, mostravam o prazer dos braços que as arearam e a coragem dos dedos que engrossaram a pele com o bombril para fazê-las iluminadas. Ali estavam estampadas na cor do alumínio as esperanças que o Natal trazia. O trabalho. A vontade de compartilhar a vida.

Feliz Natal!

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Feliz Natal de 1973, Nova Friburgo!

sábado, 23 de dezembro de 2023

Edição de 22 e 23 de dezembro de 1973 

Pesquisado por Thiago Lima

Manchetes 

Mensagem - Envolvidos pelo espírito do Natal que domina a todos, entregamos ao prezado leitor mais um número de A VOZ DA SERRA, edição modesta, porém melhorada com algum esforço, para que pudéssemos manter uma tradição que era seguida, com luta, entusiasmo e carinho, por Américo Ventura Filho. Eis onde nós fomos buscar inspiração e forças, para que hoje possamos entregar ao leitor uma edição especial de Natal. 

Edição de 22 e 23 de dezembro de 1973 

Pesquisado por Thiago Lima

Manchetes 

Mensagem - Envolvidos pelo espírito do Natal que domina a todos, entregamos ao prezado leitor mais um número de A VOZ DA SERRA, edição modesta, porém melhorada com algum esforço, para que pudéssemos manter uma tradição que era seguida, com luta, entusiasmo e carinho, por Américo Ventura Filho. Eis onde nós fomos buscar inspiração e forças, para que hoje possamos entregar ao leitor uma edição especial de Natal. 

Américo Ventura Filho - de quem jamais nos olvidaremos através dos tempos - eis onde, dia a dia, neste 1973 a extinguir-se, buscamos inspiração para que A VOZ DA SERRA estivesse semanalmente nas bancas de jornais friburguenses - e outras bancas - sempre com o padrão de vigor e honestidade, que ele nos deixou como herança. 

Então, esta edição natalina de A VOZ DA SERRA, sendo um presente para os nossos caros e inúmeros leitores, é também o preito de nossa homenagem a ele, Américo Ventura Filho - nosso patrono - a medida em que o tempo se distancia da data do seu óbito físico. Porque para nós, só ocorreu a perda física. Ele está vivo e se encontra junto a nós em espírito. Ele nos guia, ele nos orienta, nos inspira. Ele nos conduz. 

 

Aos que nos ajudaram - Dos nossos anunciantes aos nossos leitores, colaboradores, gráficos, redatores, prefeituras municipais e câmaras de vereadores que nos honram com a confiança da publicação de suas matérias oficiais, associações, clubes sociais e desportivos, sindicatos patronais e de empregados, ao empresariado de Nova Friburgo que nos distinguiu em 1973, àqueles que estão colaborando hoje, especialmente nesta edição, à todos quantos confiaram em nós e estimularam o nosso trabalho, aos colegas da imprensa friburguense, à Associação Fluminense de Imprensa (AFI), ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, representado pelo ilustre governador Raymundo Padilha, pelo apoio que nos tem oferecido, com um agradecimento muito especial ao sr. Mário Gliósci, chefe do Gabinete Civil do governador, a qualquer pessoa, órgão ou associação que tenhamos omitido o nosso muito obrigado! 

O muito obrigado da direção de A VOZ DA SERRA que, aproveitando  a oportunidade, expressa a todos os seus votos de Feliz Natal de 1973 e Feliz Ano Novo de 1974. 

 

Agradecimento em família - Ao professor Gama Sobrinho, José Carlos Schuenck, ao nosso poeta Seven-Aviis, João Saldanha (por muitas cortesias), Hilda Miled, José Paulo Tavares (o Tapajó), Jairo da Silva Lemos (o Jasilem), J.P. Marcondes, J.B., Vovô Claudicante, Marciano de Assumpção (o Dimarte), à menina Desirée, Nelson Kemp, Juvenal Marques, Overlandi Chico (chefe de nossa oficina tipográfica), Quintino (tipógrafo), Cisca (tipógrafo), Alberto (tipógrafo), Hotel Maringá (pelas cortesias), Elias Antonio Yunes (por muitas cortesias) e a todos os donos de bancas de jornais de Friburgo, pelo carinho que tiveram com este jornal, com muito carinho, o nosso MUITO OBRIGADO, em caixa alta mesmo.

 

Obrigado gente boa - O nosso muito obrigado a todos que nos confiaram sua publicidade em 1973 e também, muito especialmente, aos que nos entregaram suas mensagens natalinas. Feliz Natal para todos, com muito sucesso em 1974. Obrigado, gente boa. 

 

E mais… 

Vamos seguir com fé, tudo que ensinou o Homem de Nazareth… 

Eine Zarte Weihnachtsplauderei (Uma suave conversa de Natal) …

Novas colunas…

Entrevista com o dr. Cid Cardoso… 

Natal de Jesus… 

Lúcio & Marta: campeões da SEF

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Luzes de Natal

sábado, 23 de dezembro de 2023

Peito aberto para as lembranças que passeiam, velozmente, por uma avenida repleta de luz. Lembranças de reuniões de família, união de amigos e canções. Não há época em que o ser humano é mais humano que no Natal. A ingenuidade invade e as declarações de amor se revelam em abraços e cartões. 

Não há preocupação com estar mais vulnerável, simplesmente isso não importa. Você está ali para os outros e os outros estão ali para você de peito aberto, coração escancarado para transbordar tudo aquilo que muitas das vezes se sente, mas se oculta.

Peito aberto para as lembranças que passeiam, velozmente, por uma avenida repleta de luz. Lembranças de reuniões de família, união de amigos e canções. Não há época em que o ser humano é mais humano que no Natal. A ingenuidade invade e as declarações de amor se revelam em abraços e cartões. 

Não há preocupação com estar mais vulnerável, simplesmente isso não importa. Você está ali para os outros e os outros estão ali para você de peito aberto, coração escancarado para transbordar tudo aquilo que muitas das vezes se sente, mas se oculta.

Pudessem ser, todos os dias, dia de Natal. Mas nos convencemos de que os anjos, vestidos ou não de Papai Noel, só descem dos céus nesse dia. Na verdade, os anjos não descem do céu... Brotam da terra e moram na terra todos os dias do ano. Nem sempre se revelam ou são reconhecidos. 

É preciso mais ingenuidade. Ingenuidade de Natal. É necessário mais peito aberto. Peito aberto de Natal. Mais luz. Luzes de Natal. Iluminando essas extensas avenidas, adentrando todas as casas e todas as vidas. 

"Que o Natal existe, que ninguém é triste, que no mundo há sempre amor...” São canções que nos visitam, cantigas que nos lembram de que também já fomos crianças e por mais que sejamos adultos, há sempre dentro de nós um pouco daquela criança que jamais disse adeus. E é por isso que o coração ainda pulsa nessa frequência e estranhamente ainda entende o que é ser criança e o quão bom é estar criança. E assim, o Menino Jesus nasce outra vez!  

Os amigos deixam de ser secretos. No dividir e multiplicar, laços fortes são feitos e os nós que se prendem trazem a paz que não se pode ver, mas que é fácil sentir. Paz de um sorriso que se faz num abraço de abrigo e te traz um amigo que lhe é irmão. E, em declarações embriagadas, existe uma sobriedade que se pode entender como "Eu te amo. Tenho vergonha de lhe falar, mas como é Natal...” E assim, ser cristão tem sentido.

Na árvore de Natal, cartões e presentes. No íntimo de casa, a ceia é pretexto para ver de verdade os seus. Olhá-los nos olhos para perceber que não se pode ganhar o mundo lá fora, se dentro não se conquista aqueles que te conhecem como ninguém. Memória de Natais antigos, casa cheia, espera por Papai Noel. Aquele primo chato, aquela tia de dotes culinários fenomenais. Saudades de quem se foi... E assim, Cristo ressuscita com tudo aquilo que acredita: no amor e nas pessoas.

Não há época em que o ser humano é mais humano que no Natal. Pudessem ser, todos os dias, dia de Natal. Pudesse essa cidade estar vestida de luz todos os dias do ano, com os sinos badalando, os desconhecidos se saudando, os amigos se amando. Num tempo de entrega absoluta. Solidariedade. Em momentos de festa e paz. Irmandade. Com essa luz acendendo e ascendendo a todos os corações. 

O amor sempre vence o tempo. A verdade jamais some, pode até ser ocultada, porém, mais cedo ou mais tarde, será revelada. A luz se apaga, mas se estende por muitos séculos nos quilômetros do universo. A morte vence a vida, mas uma vida só se encerra quando sua história é esquecida. Anjos existem, só precisam ser reconhecidos. 

Que nossos dias possam se inspirar no Natal para que suas luzes se estendam nessas grandes avenidas. Se somos assim no Natal, por que não ser assim todos os dias?

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