TJ-RJ extingue processo contra pastora denunciada pelo MP

Decisão considerou que a religiosa está "amparada pelo exercício regular de direito que é a liberdade de culto e de crença"
terça-feira, 07 de dezembro de 2021
por Jornal A Voz da Serra
TJ-RJ extingue processo contra pastora denunciada pelo MP

O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ) extinguiu, na última quinta-feira, 2, a ação contra a pastora Karla Cordeiro, que, em agosto deste ano, foi denunciada pelo Ministério Público por praticar, induzir e incitar o preconceito e a discriminação contra as pessoas de cor preta e aquelas pertencentes à comunidade LGBTQIA+ durante pregação em uma igreja evangélica em Nova Friburgo. 

Na ocasião, o vídeo da declaração de Karla viralizou na internet. Na pregação, ela enfatizou para as pessoas pararem "de querer ficar postando (nas redes sociais) coisas de gente preta, de gay". Depois, Karla Cordeiro publicou uma nota de retratação. Ela pediu desculpas pelos termos utilizados na palestra e afirmou ter sido "infeliz nas palavras".

Após pedido de defesa, por unanimidade, o TJ-RJ julgou procedente o pedido de "extinguir o processo com julgamento do mérito por total ausência de dolo, bem como, por falta explícita de ilicitude na conduta da denunciada que está amparada pelo exercício regular de direito que é a liberdade de culto religioso e de crença, nos termos do voto do relator". 

Relembre o caso

O vídeo circulou nas redes sociais em agosto mostrando uma pregação da Karla em uma igreja evangélica do município. O vídeo repercutiu nas redes sociais por causa do discurso, que acabou virando alvo de inquérito policial, e, posteriormente, de denúncia do Ministério Público estadual.

"É um absurdo pessoas cristãs levantando bandeiras políticas, bandeiras de pessoas pretas, bandeiras de LGBTQIA+, sei lá quantos símbolos tem isso aí. É uma vergonha. Desculpa falar, mas chega de mentiras. Eu não vou viver mais de mentiras. É uma vergonha. A nossa bandeira é Jesus Cristo. Ele é a nossa bandeira". Em outro trecho a pastora também disse: "Para de querer ficar postando coisa de gente preta, de gay. Postem a palavra de Deus que transforma vidas. Vira crente, se transforma, se converta", enfatizou Karla. 

Na nota de retratação emitida na época, a pastora declarou, entretanto, que não era sua intenção praticar nenhum ato discriminatório. "A minha intenção era de afirmar a necessidade de focarmos em Jesus Cristo e reproduzirmos seus ensinamentos, amando os necessitados e os carentes. Principalmente as pessoas que estão sofrendo tanto na pandemia. Fui descuidada na forma que falei e estou aqui pedindo desculpas", disse. O Ministério Público ainda poderá recorrer da decisão.

 

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