Setembro Vermelho: mês da prevenção contra doenças cardiovasculares em pets

Consultas regulares e check ups são fundamentais para identificar, prevenir e tratar com antecedência problemas que atingem o coração e as artérias dos animais
quinta-feira, 21 de setembro de 2023
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Pexels)
(Foto: Pexels)

Setembro é um mês de diversas campanhas marcadas por cores. Além do Setembro Amarelo, que busca conscientizar a população sobre a prevenção ao suicídio e o Setembro Verde, que estimula ações de valorização à inclusão social, neste mês também se promove a campanha Setembro Vermelho, que busca alertar sobre a prevenção e tratamento de doenças cardiovasculares em animais. 

À medida que a primavera se aproxima (a estação das flores começa no próximo sábado, 23), é hora de nos concentrarmos em algo que é vital para a felicidade e vitalidade dos companheiros de quatro patas: a saúde cardíaca. O Programa de Cuidados ao Paciente Crônico, desenvolvido pela Petlove, identificou que, dos 255 pets participantes do programa, 48 são cardiopatas e dez hipertensos, o que leva a uma estatística de 19% de animais da pesquisa com doenças ligadas ao coração. É com esse intuito que a campanha "Setembro Vermelho" entra em ação, promovendo atividades para promover a conscientização e os cuidados cardiovasculares nos bichinhos de estimação.

Cuidar da saúde cardíaca não apenas prolonga a vida dos pets, mas também garante que eles possam continuar a desfrutar de momentos felizes e ativos. Dentre os principais problemas apresentados na amostragem, destacam-se a doença valvar degenerativa crônica e a cardiomiopatia dilatada em cães. Já nos gatos a cardiopatia mais comum é a Cardiomiopatia Hipertrófica Felina e a hipertensão arterial sistêmica. Há diversas formas de identificar sinais que possam indicar problemas cardiovasculares nos bichinhos, mas é importante manter um acompanhamento veterinário para evitar o agravamento do quadro, em especial na fase da velhice.

Sinais que devem ser observados 

De acordo com a médica-veterinária Joana Portin, responsável pelos Estudos de Doenças Crônicas, o sinal mais clássico que indica a possibilidade de problemas cardíacos nos cães é a tosse e o cansaço físico acentuado. “Em gatos é um pouco menos perceptível, pois a tosse não é tão comum. Eles tendem a ficar mais quietos, cansados e com a respiração ofegante”, afirmou. 

Em cães, a maioria das cardiopatias são inevitáveis, pois geralmente são causadas por uma ineficiência cardiovascular relacionada à idade, contudo, alimentação adequada e cuidados com a saúde bucal tem um grande papel na prevenção das cardiopatias. A doença periodontal pode levar o cão a desenvolver endocardite bacteriana. Também há uma doença chamada Dirofilariose que é causada por um verme chamado Dirofilaria Immitis comum em regiões litorâneas. O ideal é que cães que vivem ou passeiam nessas regiões tenham o tratamento preventivo específico para a doença.

Apesar de não ter estudos que comprovem que a obesidade causa lesões cardíacas, sabemos que o fator obesidade agrava a condição cardíaca pois pets obesos tendem a fazer maior esforço físico exigindo mais do coração, portanto, manter o pet com peso ideal, diminui o esforço cardíaco poupando assim o coração nos casos de alguma ineficiência.

A cardiomiopatia hipertrófica felina tem o fator genético e racial envolvido, portanto, para evitar o desenvolvimento é necessário evitar o cruzamento de gatos com essa condição, uma vez que o gato que tem o gene, poderá desenvolver a doença. Além disso, a obesidade também agrava a condição cardíaca dos gatos, assim como as situações de estresse.

Prevenção e cuidados

Um dos métodos mais eficazes de prevenir esse tipo de enfermidade é manter uma boa frequência nos exames de rotina e acompanhamento veterinário. Joana explica que “quando os pets são jovens, os check ups ajudam na identificação de alguns sinais que podem levar a uma suspeita de alguma cardiopatia congênita ou hereditária”. 

Na fase adulta, a avaliação veterinária ajuda a identificar sinais de cardiopatia por disfunção cardíaca, que tendem a aparecer com sinais clínicos sutis. E essa fase inicial da doença é o momento ideal para fazer o diagnóstico, pois a evolução da doença pode ser supervisionada de perto, diminuindo as chances de agravamento do quadro.

Além disso, a veterinária ressalta que é necessário manter uma dieta balanceada para evitar obesidade. “A prática rotineira de exercícios físicos conferindo uma resistência cardiopulmonar satisfatória pode ajudar e muito o coração do pet diante de uma situação futura de ineficiência cardíaca”, comentou. Também é preciso se atentar à saúde bucal, pois a falta de higiene pode causar uma endocardite bacteriana, infecção que desenvolve problemas cardíacos.

Para pets que já possuem a condição, é preciso monitorar a atividade física, para que não haja fadiga e, se for preciso, entrar com os medicamentos necessários, indicados por um médico-veterinário. Geralmente a medicação é feita através de diuréticos, anti-hipertensivos, equilíbrio alimentar e anticoagulantes, porém o grau precisa ser identificado antes da receita, pois cada um possui um tratamento diferente.

Por fim, a alimentação é um grande fator a ser considerado para cuidar da saúde cardiovascular dos pets. Os animais que já possuem alterações ou problemas cardíacos precisam ter uma alimentação regrada e evitar alimentos caseiros e temperos. Além disso, pode ser necessário entrar com suplementação, sempre com prescrição médica.

Vale lembrar que alguns animais apresentam sintomas sutis de doenças cardiovasculares que aos olhos do tutor são invisíveis. Portanto é preciso sempre fazer um acompanhamento veterinário para evitar que enfermidades se agravem.

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