Nova Friburgo teve 56 casos de dengue em janeiro

Durante o mesmo período de 2023, foram sete casos no município. Orientação das autoridades de saúde é para, em caso de sintomas, procurar atendimento médico imediatamente
quarta-feira, 31 de janeiro de 2024
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Pexels)
(Foto: Pexels)

Diante do aumento considerável e preocupante dos casos de dengue em todo o Brasil, a Secretaria Municipal de Saúde de Nova Friburgo também está fazendo um alerta para a população se prevenir da doença causada pelo mosquito Aedes aegypti. Somente em janeiro, o município registrou 56 casos de dengue (dados atualizados até 29 de janeiro e sujeitos a revisão, segundo o Sinan/NET). Durante o mesmo período em 2023, foram registrados sete casos de dengue em Nova Friburgo.

Essa disparada no número de casos no país, acontece porque o verão é um período de altas temperaturas e chuvas intensas, o que facilita a proliferação do Aedes aegypti. Por isso, as autoridades de saúde orientam a população para não deixar água parada nos quintais ou dentro de casa. Caso identifique um possível foco, a pessoa deve entrar em contato com a Subsecretaria de Vigilância em Saúde. E em caso de sintomas, procurar atendimento urgente em uma unidade básica de saúde. 

Com objetivo de evitar a transmissão da dengue, a Subsecretaria de Vigilância em Saúde, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, está implementando as ações do plano de contingência nos diversos níveis de resposta para o enfrentamento da dengue de acordo com a situação epidemiológica do município. 

A população precisa estar atenta a sintomas como febre alta (39 a 40 graus), que dure de dois a sete dias, acompanhada de dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos. Esteja atento também a manchas que atingem a face, tronco, braços e pernas. Perda de apetite, náuseas e vômitos também podem ocorrer.

Em caso de sintomas, procure um atendimento médico sem fazer uso de qualquer medicamento sem prescrição. Quanto antes for diagnosticada, menores são as chances de complicações pela doença.

Mais de 217 mil casos prováveis de dengue no Brasil 

Nas primeiras semanas de 2024, o Brasil já registra um acumulado de 217.841 casos prováveis de dengue. Há ainda 15 mortes confirmadas e 149 em investigação. Com base nos números, a incidência da dengue no país é de 107,1 casos para cada grupo de 100 mil habitantes, enquanto a taxa de letalidade da doença está em 0,9%. No balanço anterior, referente às três primeiras semanas de 2024, o país registrava 12 mortes e 120.874 casos prováveis da doença. Havia ainda 85 óbitos em investigação.

Os dados foram divulgados na terça-feira, 30, pelo Ministério da Saúde, durante encontro entre representantes da Sala Nacional de Arboviroses, do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), em Brasília.

Chikungunya

A pasta também divulgou dados sobre chikungunya no país, doença também transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Nas quatro primeiras semanas de 2024, foram contabilizados 12.838 casos prováveis. Há ainda três mortes confirmadas e 11 em investigação. A incidência de chikungunya no país é de 6,3 casos para cada grupo de 100 mil habitantes, enquanto a taxa de letalidade da doença está em 0,02%. No balanço da semana passada, referente às três primeiras semanas do ano, o país contabilizava 7.063 casos de chikungunya. Foi confirmada uma morte pela doença e oito estão em investigação.

Vacina Qdenga

O imunizante Qdenga, do laboratório japonês Takeda Pharma é composta por quatro diferentes sorotipos do vírus causador da doença, foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março. A Qdenga é a primeira dose aprovada no Brasil para um público mais amplo, já que o imunizante aprovado anteriormente, a Dengvaxia, só pode ser utilizado por quem já teve dengue.

O Ministério da Saúde informou que 521 municípios de 16 estados brasileiros, além do Distrito Federal, foram selecionados para iniciar a vacinação contra a dengue via Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de fevereiro. As cidades compõem um total de 37 regiões de saúde que, segundo a pasta, são consideradas endêmicas para a doença.

No Rio de Janeiro, as cidades contempladas com a vacinação são: Belford Roxo, Duque de Caxias, Itaguaí, Japeri, Magé, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, Queimados, Rio de Janeiro, São João de Meriti e Seropédica. 

Quem será vacinado

Crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra maior número de hospitalizações por dengue, compõem o público-alvo da imunização. De janeiro de 2019 a novembro de 2023, o grupo respondeu por 16,4 mil hospitalizações, atrás apenas dos idosos, grupo para o qual a vacina não foi autorizada. O esquema vacinal será composto por duas doses, com intervalo de três meses entre elas. 

Pioneirismo

O Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público. A Qdenga foi incorporada ao SUS em dezembro do ano passado, após análise da Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec). (Com informações da Agência Brasil)

Estado capacita médicos para enfrentamento à dengue 

A Secretaria estadual de Saúde (SES-RJ) promoveu na terça-feira, 30 de janeiro, em sua sede na capital fluminense, a primeira aula da capacitação em diagnóstico e manejo clínico para a dengue voltada para médicos que atuam em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e emergências pediátricas de todo o Estado do Rio de Janeiro. Na ocasião, cerca de 80 profissionais receberam o treinamento, como parte das ações do Plano Estadual de Combate à Dengue. O objetivo principal é capacitar médicos que atuam em emergências e ainda não vivenciaram um cenário de epidemia em suas histórias profissionais.

Os cursos foram ministrados pelos médicos pediatras intensivistas Sérgio D’Abreu Gama e Daniella Mancino da Luz Caixeta, que está à frente da UTI do Hospital Estadual Ricardo Cruz, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. “A oportunidade de aprendizado é ímpar para os nossos médicos, que também serão multiplicadores do saber nas redes públicas e privadas. Nossa equipe estará em alerta e informada, principalmente com relação à antecipação da sazonalidade da dengue. Destaco ainda a necessidade do conhecimento do manejo clínico diferenciado nas ocorrências da doença em crianças”, afirmou a secretária estadual de Saúde, Claudia Mello.

A subsecretária de Atenção à Saúde, Fernanda Fialho, que também é pediatra e vivenciou a epidemia de 2008, destacou a importância da capacitação, especialmente para o manejo clínico em casos graves. O subsecretário de Vigilância em Saúde e Atenção Primária à Saúde, Mário Sérgio Ribeiro, ressaltou que a prevenção das formas mais graves da doença é eficaz para evitar mortes. “De fato, vivemos um cenário bastante atípico para esse período se compararmos com dez ou 15 anos atrás. Também é preocupante a circulação do vírus 3 em São Paulo e Minas Gerais”, observou Mário. 

Médica há 25 anos, Daniella Caixeta abriu o treinamento lembrando a sua vivência com a pandemia de 2008. “A dengue é uma doença de saúde pública mundial, logo destaco a importância da notificação precoce. É crucial iniciarmos uma resposta rápida, evitando que o paciente infantil evolua para formas mais graves e até ao óbito, já que a dengue 2 é mais preocupante em crianças”, alertou Daniella, que discorreu sobre as diversas fases da doença, trazendo muitos casos reais.

O pediatra Sérgio Gama abordou os critérios para a transferência de crianças com dengue, com o objetivo de agilizar a disponibilidade de leitos para pacientes graves. Os médicos das UPAs e das emergências devem preencher os formulários para suspeita de dengue, que possuem critérios de prioridade para casos graves. “Trabalhar em conjunto para melhorar o atendimento das nossas crianças nas unidades de emergência e de terapia intensiva do estado é fundamental. Precisamos estar preparados e capacitados para o nosso trabalho principal, que consiste em tentar evitar os óbitos. Esse modelo de treinamento em formato de aulas permite a troca de experiências entre os participantes”, observou o médico. 

Ao todo, serão realizados oito encontros, sendo seis para profissionais que trabalham nas emergências pediátricas de hospitais e UPAs, além de dois para aqueles que trabalham em UTIs pediátricas. A capacitação continua nesta quinta-feira, 1º, e nos dias 6, 7 e 8. Já para os de UTIs pediátricas o treinamento será nos próximos dias 20 e 22.

Como participar do treinamento 

A SES disponibilizou duas mil vagas para médicos das redes pública e privadas. Ainda há vagas para o dia 6 na capacitação de médicos que atuam em emergências pediátricas e UPAs. Também estão disponíveis vagas para os dias 20 e 22 destinadas aos médicos que atuam em UTIs pediátricas. Para realizar as inscrições, os médicos que atuam pediatria em emergências e UPAs pediátricas devem preencher o formulário disponível no site da SES.

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