Morre Trajano Pedro Pedroza Caldas

Ele faleceu na madrugada do dia 2 de setembro de 2023 após vários dias de internação, por complicações pulmonares e cardíacas
terça-feira, 12 de setembro de 2023
por Tadeu Caldas
Morre Trajano Pedro Pedroza Caldas

Trajano Pedro nasceu em 1930 em João Pessoa, Paraíba, filho de Diógenes e Beatriz, o penúltimo caçula de 8 irmãos e irmãs, em uma ilustre família de juízes desembargadores. Seu pai Diógenes Caldas, agrônomo, fez um trabalho pioneiro no apoio ao desenvolvimento da agricultura no interior do estado no começo do século passado. Deixou um legado de jardins botânicos, introdução de espécies de plantas com potencial comercial, uma escola agrícola, um jornal, rádio local, clube de futebol, etc. Ele também foi responsável pelo design da bandeira da Paraíba, em homenagem a João Pessoa. Os avós paternos e maternos eram juízes respeitados que foram convidados a participar e contribuir à primeira Assembleia Constituinte do Estado da Paraíba. Ambos em períodos diferentes, foram provedores da Santa Casa da Misericórdia de João Pessoa, além de apoiarem outras instituições de cunho social. Trajano Américo de Caldas Brandão, seu avô paterno, foi homenageado por suas ações com o nome da pequena cidade de Caldas Brandão onde nasceu, no interior do estado. Seu avô materno Pedro da Cunha Pedrosa depois de atuar com destaque na vida pública jurídica e política da Paraíba, em seu ultimo cargo de vice-governador do estado, mudou-se para o Rio de Janeiro, capital da República, na época da presidência do paraibano Epitácio Pessoa. Pedro da Cunha Pedrosa se tornou um respeitado desembargador, senador da República e ministro do Tribunal de Contas da União.

Mário Pedrosa, um de seus filhos veio a ser um famoso crítico de arte com renome internacional, convidado a julgar obras de arte em Bienais na Europa, USA e Japão. Com a mudança do patriarca e sogro ao Rio, Diógenes também se mudou com a família em 1935 e trabalhou no Ministério da Agricultura ocupando depois o cargo de diretor do Departamento de Economia Rural apoiando a criação de cooperativas agrícolas em todo país, além dos primeiros estudos sobre a produção de etanol a partir da mandioca. Trajano foi muito influenciado pelo legado de seu pai e avós. Cresceu em Botafogo, na cidade do Rio desde a idade de 5 anos, morando com seus pais e irmãos, na casa grande e acolhedora de seu avô senador, e estudou desde a primeira série primária no Colégio Santo Inácio da Ordem Jesuíta no Brasil, também em Botafogo. Trajano se tornou um dos melhores alunos de sua turma.

Ao terminar seus estudos colegiais, escolheu estudar agronomia, a mesma profissão de seu pai Diógenes, uma das primeiras turmas a inaugurar o novo, vasto e belo campus da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro localizada próxima ao quilometro 47 da Rodovia Dutra. Excelente estudante também se destacou em seus estudos de agronomia, se formando em 1953. Adorava esportes desde seu período no Rio, jogando futebol, vôlei e basquete na universidade. Logo após se formar fez concurso para fiscal da Carteira de Crédito Agrícola e Industrial do Banco do Brasil. Não teve problema em passar no concurso e começou seu trabalho no município de Muriaé, estado de Minas Gerais. Em 1955 numa estadia a trabalho em Dores do Indaiá, MG conhece sua amada esposa Maria Helena Gontijo Soares com quem se casou em 1956. Constituíram seu primeiro lar em Muriaé, MG. Tiveram 5 filhos e filhas. A primeira filha, Maria das Graças faleceu logo após o parto. Um ano depois receberam uma graça em dobro com o nascimento dos gêmeos Tadeu e Maria Tereza em 1958, nascidos no Rio de Janeiro seguidos de Maria Helena e Trajano nascidos em Muriaé. Em 1963 se transferiram a Nova Friburgo para ficarem mais próximos à família paterna, todos morando no Rio de Janeiro. Em Friburgo se radica pelo resto de sua vida e aos poucos se destaca não somente a nível profissional apoiando com seu trabalho o desenvolvimento econômico e social de centenas de pequenos agricultores e empresários do município de Nova Friburgo e muitos outros municípios vizinhos, assim como atendendo às necessidades das famílias carentes do bairro do Cônego, sendo um dos fundadores do GPH, Grupo de Promoção Humana. O GPH nasceu vinculado à Paróquia de Sant’Anna no Cônego. Por sua dedicação, seriedade e visão social o GPH através de seus dedicados servidores voluntários, atrai recursos ao nível municipal, estadual, federal e até mesmo internacional sobretudo da Caritas, fundo alemão de apoio a atividades sociais de paróquias católicas de todo mundo.

No auge de suas atividades o GPH após a construção de sua generosa sede, contava com cursos de profissionalização na área de marcenaria, elétrica e mecânica. Também contava com grupos de teatro e yoga, palco para concertos de orquestras musicais, times de futebol de salão, e mais tarde jardim de infância e primário para crianças do bairro. Também conseguiu recursos para uma clínica médica e odontológica. Trajano foi eleito presidente da instituição várias vezes, contribuindo seu empenho, eficiência e dedicação à causa social, econômica e cultural do GPH em prol do desenvolvimento dos moradores do bairro do Cônego. O GPH foi certamente onde pôde continuar plenamente e incrementar ainda mais o legado de seu pai e avós que tanto o influenciaram como jovem. Nessa função deixou dezenas de amigos e centenas de pessoas que o queriam e o respeitavam até o fim. A dedicação e eficiência com que se dedicava a tudo, o levou também a ser eleito por várias vezes a presidente do Caledônia Montanha Clube no bairro da Cascatinha. Lá ele podia garantir o lazer de alto nível à sua família e moradores de Friburgo, assim como se dedicar aos esportes de que tanto gostava junto a seus filhos e amigos. Durante sua presidência do clube conseguiu ampliar seu terreno e implementar várias obras de melhorias. Trajano foi um pai amado, carinhoso e totalmente dedicado à sua esposa, seus filhos, netos e bisnetos, construindo um patrimônio de imóveis de moradia e de férias que lhes garantiu sempre pleno conforto. Sempre estava disponível para apoiar sua família. Seu falecimento aos 93 anos deixa muita tristeza e saudade em todos, familiares e amigos. Em especial sua esposa Maria Helena, seus filhos/as, noras, 10 netos e 4 bisnetos, além de familiares no Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. Um filho, nora e metade de seus netos e bisnetos moram na Alemanha onde foi várias vezes visitá-los. Faleceu na madrugada do dia 2 de setembro de 2023 após vários dias de internação, por complicações pulmonares e cardíacas.

Tadeu Caldas

‘ Hoje uma estrela voltou a brilhar no céu...’
‘ Sua luz estará para sempre a brilhar em nossos corações...’
- Saudade imensa -

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