Hospital de campanha em Conselheiro ainda não tem leitos nem equipamentos

MPF inspeciona instalações da unidade emergencial provisória. Inquérito civil foi aberto
sexta-feira, 08 de maio de 2020
por Jornal A Voz da Serra
O hospital de campanha em montagem no Sesi (Arquivo AVS/ Henrique Pinheiro)
O hospital de campanha em montagem no Sesi (Arquivo AVS/ Henrique Pinheiro)

O Ministério Público Federal (MPF) realizou uma inspeção na última semana na estrutura montada para a instalação do hospital de campanha para acolher pacientes graves de Covid-19 no ginásio esportivo Frederico Sichel, no distrito de Conselheiro Paulino. O objetivo da inspeção foi apurar as causas do atraso na abertura do hospital, que teve o início de seu funcionamento previsto para final de abril. Segundo a Secretaria estadual de Saúde do Estado do Rio, a abertura do hospital é estimada para a segunda semana de maio, sem garantia de que todos os leitos estarão disponíveis.

Até momento, o hospital não conta com os 60 leitos de enfermaria e 40 de terapia intensiva previstos no cronograma fornecido pelo Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas), entidade contratada pela Secretaria Estadual de Saúde para a instalação de novos equipamentos no Estado do Rio de Janeiro pelo valor de R$ 770.575.579. Foi aberto um inquérito civil para apurar o caso. 

Na inspeção realizada pelo MPF, constatou-se que apenas o tomógrafo se encontrava em fase de finalização de instalação. Em relação ao restante do hospital de campanha, há pendências importantes na parte de estruturação e na montagem do leitos, além da ausência de instalações hidráulica e de esgoto. Parte do material a ser utilizado ainda não chegou ao ginásio esportivo Frederico Sichel, como os próprios leitos, inviabilizando o andamento dos trabalhos de montagem.

Para o procurador da República responsável pelo caso, João Felipe Villa do Miu, o atraso na abertura de novos leitos do hospital de campanha tem criado risco de colapso do Sistema Único de Saúde (SUS) local, o que pode deixar pacientes do SUS sem assistência médica digna. O atraso também prejudica os esforços de retomada gradual das atividades em Nova Friburgo e região, que vêm convivendo há dois meses com restrições a liberdades fundamentais, perda de empregos e fechamento de comércios. 

 

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