Escolas estaduais: professores decidem continuar em greve

Sem contra proposta sobre as reivindicações, profissionais da educação votaram pela continuidade do movimento, que completa uma semana nesta quarta
quarta-feira, 24 de maio de 2023
por Christiane Coelho (Especial para A VOZ DA SERRA)
(Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)

Em assembleia na terça-feira, 23, no Circo Voador, na capital, os profissionais da educação da rede estadual de ensino decidiram pela continuidade da greve da categoria, iniciada no último dia 17. De acordo com o diretor do Sindicato dos Profissionais da Educação do Estado do Rio de Janeiro (Sepe) em Nova Friburgo e Região e coordenador do Fórum Sindical e Popular de Nova Friburgo, Rômulo Cravinho, representantes do Governo do Estado se reuniram com diretores do Sepe, ainda na segunda-feira, 22, mas não apresentaram propostas que atendam às reivindicações da categoria, por isso entenderam que a greve deveria continuar.

Rômulo explica que a greve foi deflagrada devido, entre outras demandas, ao não pagamento do piso nacional do magistério no Estado do Rio. “Um dia antes do início da greve, o governo anunciou a concessão do piso nacional à categoria, mas apenas aos professores que recebiam abaixo do piso. Aqueles que tiveram aumentos através do plano de carreiras e salário da categoria, não vão receber proporcionalmente”, explica ele.

De acordo com o diretor do Sepe, essa ação acaba com o Plano de Carreiras e Salários do magistério, que concede, a cada cinco anos, mudança de nível dos profissionais e acréscimo de 12% do salário. “Enquanto outros governos tentaram mexer com nosso plano de cargos, carreiras e salários, que é fruto na luta histórica, o governo atual quer destruí-lo. O plano garante um pouco de dignidade para gente, principalmente depois de todo esse período sem reajuste”, relatou Rômulo.

Negociação das perdas salariais

Rômulo explicou também que houve uma negociação com o Governo do Estado para reposição das perdas salariais da categoria, que ficou sem reajuste desde 2014. “O Estado se comprometeu a pagar as perdas do período entre 2017 e 2021, com percentual parcelado em três vezes, iniciando o pagamento em 2022, a segunda parcela do reajuste em 2023 e a terceira ano que vem. Ele cumpriu, pagando a primeira parcela do reajuste. Mas a de janeiro de 2023 não aconteceu”, informou ele.

Um outro ponto também importante, segundo Rômulo, é que na véspera do início da greve, o governo lançou um comunicado interno, tentando desmobilizar a categoria. “Ele utilizou o elo mais fraco, que são as necessidades econômicas da categoria, com o salário extremamente defasado, ameaçando retirar a Gratificação de Lotação Prioritária (GLP) dos que aderissem ao movimento”, denunciou ele. Com a falta de profissionais da educação, os professores podem aderir à GLP e ocupar a vaga em aberto, aumentando também o salário.

O movimento em Nova Friburgo

No município há 26 escolas da rede estadual e, de acordo com o Governo do Estado do Rio de Janeiro, no início do ano letivo eram 9.357 alunos matriculados na rede em Nova Friburgo, não sendo contabilizada a unidade Ceja (ensino de jovens e adultos). “Existem escolas, onde temos mais de 80% de profissionais que aderiram à greve, outras com 50% dos profissionais e também há escolas com menor adesão. Mas estamos levando  informações aos profissionais, explicando que não é simplesmente o não pagamento do piso nacional do magistério, mas principalmente a perda do nosso plano de cargos, carreiras e salários que está em jogo”, relatou Rômulo.

O que diz o Governo do Estado

Em nota, o Governo do Estado do Rio informou que reafirma seu compromisso com a valorização dos profissionais da rede. Por isso, na segunda-feira, 22, a secretária estadual de Educação, Roberta Barreto, se reuniu, novamente, com representantes do Sepe. Os pleitos apresentados pelos profissionais na reunião estão sendo analisados. A nota informou também que, conforme o sistema de controle de frequência da secretaria, 78% dos professores compareceram ao trabalho nesta terça-feira, 23.

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