O aumento do número de casos de arboviroses, doenças causadas por vírus transmitidos por mosquitos, principalmente o Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika, está preocupando o governo brasileiro. Em Nova Friburgo, a situação não é diferente. De acordo com o quadro epidemiológico de arboviroses do Governo do Estado do Rio de Janeiro, que mostra os dados de notificações de casos confirmados e em análise dessas doenças, o município teve até abril, 69 notificações de dengue. O quadro mostra ainda que as notificações foram aumentando mês a mês: em janeiro foram cinco; fevereiro, 10; março, 23 notificações e abril, 32.
A professora Eponine Rocha Bom, no entanto, é um caso que está fora dessas estatísticas. Ela começou a sentir os sintomas da dengue no último dia 7. “Comecei a ter os sintomas em um domingo: muita dor no corpo, moleza, febre e dor de cabeça. Na segunda-feira, piorou muito e mal levantei da cama. Logo começaram também enjoos, perda de apetite, muita secura na boca e um gosto amargo horroroso”, relatou.
Na quinta-feira, 11, a professora buscou atendimento médico na urgência de um hospital particular e precisou ser internada. “Estava desidratada e com os leucócitos e as plaquetas baixas. Fiquei internada até terça-feira, 16. Nos primeiros dias, a desidratação foi resolvida, os leucócitos voltaram a subir, mas as plaquetas ainda caíram mais. Segundo os médicos, essa queda era esperada antes da estabilização e do aumento subsequente. E foi o que aconteceu mesmo”, informou Eponine.
De acordo com os dados do quadro epidemiológico do Governo do Estado, até a última segunda-feira, 15, foram notificadas sete internações por dengue e três por sinais de alarme. “Enfermeiros comentaram que eles têm recebido outros pacientes também com dengue”, relatou a professora que ficou internada.
Ela continua em recuperação. “Fui infectada aqui em Friburgo mesmo, pois não viajei recentemente, mas não imagino onde eu possa ter contraído a doença, já que não soube de nenhum vizinho, nem colega de trabalho infectado”, disse Eponine.
Dados divergentes entre os governos municipal e estadual
Dados da Prefeitura de Nova Friburgo divergem dos informados pelo quadro de arboviroses do Governo do Estado do Rio de Janeiro. A prefeitura informou que só divulga os casos confirmados e não os que estão em análise. De acordo com a prefeitura, de janeiro até ontem, 18, foram 67 casos de dengue registrados. De janeiro a abril deste ano foram 54 casos confirmados da doença, o que representa um aumento de 145% em relação ao mesmo período de 2022, com 37 casos confirmados.
Nova Friburgo volta a registrar notificações de chikungunya
Os dados do quadro de arboviroses do Governo do Estado apontam que até abril deste ano, houve cinco notificações de chikungunya em Nova Friburgo. De acordo com a prefeitura, no ano passado, nenhum caso da doença foi confirmado.
Já em relação à zika, que também é transmitida pela picada da fêmea infectada do Aedes aegypti, não houve confirmação de nenhum caso ano passado, nem notificação em 2023.
Prevenção e combate ao Aedes aegypti
Questionada sobre o trabalho de prevenção e combate ao Aedes aegypti, a prefeitura informou que conta com 40 agentes de combate às endemias que realizam visitas domiciliares periódicas. Apesar de questionar, não recebemos respostas sobre o bairro com maior número de infectados nó município.
Todos contra o mosquito
Para prevenir essas doenças, é necessário acabar com o meio onde o mosquito transmissor pode se desenvolver, ou seja, não deixar água acumulada. Com ações simples e fáceis de serem executadas, pode-se evitar o acúmulo de água. A orientação dos agentes é que a população verifique periodicamente se a caixa d'água está fechada e bem vedada; deixar as lixeiras tampadas; colocar areia nos pratos dos vasos de plantas; recolher e acondicionar o lixo do quintal; limpar as calhas; cobrir piscinas; tapar os ralos e baixar as tampas dos vasos sanitários; limpar a bandeja externa da geladeira e limpar com esponja as vasilhas dos animais de estimação e trocar a água com frequência.
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