Caso Rodrigo Marotti: protesto neste domingo em São Pedro da Serra

Na próxima terça-feira será realizada audiência de apelação pela anulação da sentença
sexta-feira, 26 de maio de 2023
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Arquivo AVS)
(Foto: Arquivo AVS)

Um ato para que a Justiça reconheça que o crime que Rodrigo Marotti cometeu foi duplo feminicídio está marcado para acontecer neste domingo, 28, a partir das 15h, no distrito de São Pedro da Serra. O protesto está sendo convocado por entidades da sociedade civil, familiares e amigos das vítimas, Alessandra Vaz e Daniela Mousinho, todos inconformados com o desfecho do julgamento.

A manifestação será na Praça João Heringer (Praça do Coreto), com a produção de cartazes. De acordo com a convocação, o objetivo do ato é chamar a atenção da sociedade para a "injusta sentença do crime". "Se você, assim como nós, também acredita que o assassinato de Alessandra Vaz e Daniela Mousinho foi um duplo feminícídio, compareça ao ato", diz o post. 

Alessandra e Daniela foram mortas incendiadas pelo ex-companheiro de Alessandra, Rodrigo. No primeiro julgamento, ele foi condenado por incêndio seguido de morte e encontra-se em regime semi-aberto, não sendo condenado pelo real crime cometido, duplo feminicídio", diz um trecho de uma petição online que pode ser acessada aqui.

Na próxima terça-feira, 30, será realizada uma audiência de apelação pela anulação da sentença. Nessa petição, os organizadores pedem "que a justiça seja feita por Alessandra e Daniela e que o crime seja tratado pela forma que foi realizado: duplo feminicídio."

Relembre o caso

Rodrigo tornou-se réu após supostamente ter trancado dentro de um banheiro, sua ex-namorada, Alessandra Vaz e a amiga dela, Daniela Mousinho, e ter ateado fogo ao imóvel localizado no distrito de Mury, em outubro de 2019. De acordo com depoimentos, as duas amigas estavam escondidas para tentar fugir das agressões do homem.

Alessandra e Daniela chegaram a ser resgatadas com vida, mas não resistiram aos ferimentos - ambas sofreram queimaduras em mais de 80% do corpo. Alessandra, além de ex-namorada, era também sócia de Marotti em uma empresa de roupas. As mortes, geraram a Rodrigo, a imputação pelo crime de duplo homicídio qualificado.

Após longa investigação, o juízo da 1ª Vara Criminal submeteu Marotti ao veredito do júri popular - formado por pessoas leigas da sociedade - procedimento previsto em lei sempre quando existem indícios de cometimento de crimes dolosos (intencionais) contra a vida de alguém.

A decisão soberana, após mais de 12 horas de sessão com longos depoimentos e embates, coube aos sete jurados sorteados como ‘juízes da causa’. O júri, em sua maioria, respondeu "não" ao quesito da tese principal da defesa: "O réu teve dolo (vontade livre e consciente) de matar?".

Diante do entendimento dos jurados para um crime não doloso (sem a intenção) contra a vida, a competência do júri foi afastada e coube ao juízo presidente do Tribunal do Júri reconhecer o dolo de incendiar a casa habitada com resultado morte. A sentença gerou desconforto aos amigos e familiares, que em comoção, deixaram o Fórum de Nova Friburgo, em fevereiro do ano passado, desolados.

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