Beijar é bom, mas requer cuidados

Gesto de amor traz benefícios para a saúde, no entanto, pode ser perigoso também por causa da transmissão de vírus
quarta-feira, 24 de maio de 2023
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Pexels)
(Foto: Pexels)

Beijar é uma das principais formas de demonstrar afeto do mundo. Esse gesto cultural, cujos primeiros registros datam de 1200 a.C, é, sem dúvidas, um dos comportamentos mais prazerosos e mais importantes à criação de conexões humanas. Sua importância é tamanha que o ato ganhou uma data para chamar de sua: 13 de abril, o Dia do Beijo.

O ato de amor e carinho pode trazer uma série de benefícios para a saúde física e mental: melhora a circulação sanguínea, previne rugas e gera bem-estar. No entanto, apesar das diferentes sensações positivas causadas, a ação de beijar pode também transmitir doenças, principalmente se o sistema imunológico de uma das pessoas envolvidas estiver comprometido.

Doenças transmitidas pelo beijo

A estomatologista Lígia Gonzaga Fernandes, do Centro de Especialidades Odontológicas Vera Cruz, vinculado ao Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim, e em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, afirma que, em muitos casos, as doenças são transmitidas pela troca de saliva.

"Há situações em que apenas as gotículas do fluido já são suficientes para transmitir vírus respiratórios como a gripe, Covid-19 e H1N1, além de outras doenças, como mononucleose (doença do beijo), catapora e caxumba", explica.

E não só isso. Existem também os quadros que se originam a partir da presença de feridas na boca. Nestes casos, a pessoa infectada pode transmitir enfermidades como herpes, HPV, sífilis e candidíase oral, apelidada entre os brasileiros de "sapinho", entre outras doenças.

"O ideal é evitar o contato íntimo com pessoas que apresentam esse sintoma. Mas, é importante lembrar que a maioria, muitas vezes, nem sabe que está infectada, o que acaba facilitando ainda mais o contágio", alerta a especialista.

Entre as doenças de maior incidência durante o beijo, a profissional destaca o herpes labial; a mononucleose, popularmente conhecida como "doença do beijo"; e as doenças respiratórias, causadas por vírus.

Mononucleose

A mononucleose, ou doença do beijo, também é uma infecção viral causada pelo Epstein-Barr (EBV). Transmitida pela saliva, a doença afeta principalmente o público mais jovem. A condição pode ser assintomática ou confundida com outras doenças respiratórias. Neste quadro específico, é comum que as pessoas infectadas sintam dor de garganta, fadiga, febre e inchaço dos gânglios.

Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)

Através do beijo pode-se transmitir ISTs bacterianos como sífilis e gonorreia, e também virais como herpes. Cada IST tem seus próprios sintomas.

No caso da sífilis são: feridas na boca, febre, mal-estar, dor de cabeça e ínguas pelo corpo. Já no caso da gonorreia, sensação de queimação, dor na boca e na garganta, glândulas inchadas na região e manchas brancas.

Já o herpes labial é uma infecção viral, causada pelo herpes simplex 1 (HSV-1). Normalmente, quando infectada, a pessoa apresenta sintomas como coceira, ardência, sensação de formigamento na boca, surgimento de pequenas bolhas na região, que podem se romper e liberar um líquido que contém o vírus. É exatamente nesta fase que o risco de transmissão para outras pessoas é maior, exigindo um cuidado redobrado.

Doenças respiratórias

Doenças respiratórias, como gripe, resfriado e Covid-19 podem ser transmitidas pelo beijo. Isso porque a boca faz parte das vias aéreas, região afetada pelo vírus e local pelo qual o corpo tenta expelir o patógeno como forma de combater a doença.

No geral, a gripe destaca-se como uma das doenças respiratórias mais transmissíveis por meio de beijos. A infecção é causada pelo vírus influenza e pode provocar sintomas como febre e dores na garganta, no corpo e na cabeça, além de tosse e outros sintomas. Dentro desta doença, o H1N1 é classificado no grupo A do vírus e também pode ser facilmente transmitido, causando sintomas muito semelhantes, porém, mais fortes.

E, claro, deve ter atenção especial a Covid-19, que ainda é bastante presente na população, apesar da diminuição no número de casos. Essa enfermidade, causada por diferentes variações do vírus, é grave e pode gerar dores de cabeça e garganta, febre, tosse seca, perda do olfato e paladar, diarreia e, em casos mais graves, dificuldades para respirar e dor no peito, entre outros sintomas.

Sapinho

A candidíase oral, ou sapinho, é uma micose na boca que se origina a partir do acúmulo do fungo Candida albicans, que costuma viver na pele e em mucosas. Esse fungo já existe naturalmente em nosso corpo, mas nosso sistema imunológico, quando em pleno funcionamento, evita a proliferação do patógeno protegendo contra a doença. A sua principal característica é a presença de pontos esbranquiçados na língua, gengiva, parte interna das bochechas e, dependendo do grau da infecção, também nos lábios.

Caxumba

Infecção viral causada pelo Paramixovírus, a caxumba pode ser transmitida por meio de gotículas de saliva e leva à inflamação das glândulas salivares e sublinguais. Segundo o Ministério da Saúde, os principais sintomas da caxumba são: inchaço e dor na glândulas salivares, podendo ser em ambos os lados ou em apenas um deles; febre, dor de cabeça, fadiga e fratura, perda de apetite e dor ao mastigar e engolir.

Doenças do Trato Digestivo

São causadas por vírus que afetam o trato digestivo e também podem ser transmitidas pelo beijo. Os patógenos são os seguintes: rotavírus, parechovirus, vírus da hepatite A e norovírus. Apesar de cada doença ter os seus próprios sintomas, todas apresentam sinais gastrointestinais como enjoo, vômito, dor de barriga e diarreia.

Quando buscar ajuda?

Que beijar é prazeroso, todos sabemos. Ainda assim, é preciso ficar em alerta ao sentir qualquer um dos sintomas. Em todo o caso, recomenda-se buscar o atendimento especializado ao perceber qualquer alteração nas regiões da boca e lábios. O aparecimento de feridas dentro e ao redor da boca, mal-estar, febre, dor de garganta e inchaço no pescoço são alguns dos principais sinais para buscar ajuda profissional.

A partir do atendimento médico, é possível atingir o diagnóstico correto através de exames e o melhor tratamento. Por isso, a importância desse tipo de assistência. "O tratamento varia de acordo com a doença. O herpes labial, por exemplo, é tratado com terapia antiviral. Já o sapinho, com medicações antifúngicas. Quanto a outras infecções, eventualmente, é necessário esperar o curso da doença e apenas controlar os sintomas com antitérmicos, anti-inflamatórios e analgésicos, como é o caso da mononucleose", finaliza a profissional. (Fonte: Jornal Extra e Terra)

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