Aos 37 anos de idade, Edson Barboza continua voando. Tecnicamente incrível, o lutador de Nova Friburgo mostra, a cada luta, que a parte física também está em dia. Foi aliando essas duas virtudes que ele conseguiu uma virada épica contra o nigeriano Sodiq Yusuff, vencendo nos pontos, por decisão unânime (49-46, 48-46 e 48-46). Barboza ainda levou o nono bônus de “luta da noite” na organização (faturando US$ 50 mil, cerca de R$ 284 mil), um recorde para o evento.
Edson soma um cartel com 24 vitórias e 11 derrotas, emendando dois triunfos seguidos este ano pela organização. O atleta de Nova Friburgo deverá subir um pouco mais no ranking de sua categoria, mas mesmo com o momento favorável, ele não se mostra satisfeito e planeja mais.
Em conversa exclusiva com A VOZ DA SERRA, Barboza revela um erro estratégico cometido por ele próprio durante a luta, e coloca a vitória como uma das mais marcantes da carreira. “Motivado”, como ele mesmo reitera em vários momentos da entrevista, o friburguense ainda sonha em conquistar o título do Ultimate.
Essa foi realmente uma vitória, para os seus fãs e torcedores, e que vai ficar na história. Você também a colocaria como uma das mais incríveis da sua carreira, pela maneira como aconteceu?
Com certeza foi sim, uma das lutas mais duras que já tive, principalmente por conta do início. Eu estava quase nocauteado e consegui voltar para o combate, após aguentar o sufoco naquele início. Graças a Deus conseguir sair vencedor, e certamente foi uma das lutas mais satisfatórias pelo fato de eu não ter desistido, literalmente. No final deu tudo certo.
Qual foi a estratégia para conseguir essa “virada”, depois de um primeiro round mais favorável ao seu adversário?
Eu cometi um erro, na verdade. Sabia que ele era muito perigoso, principalmente no início da luta, e errei porque parte do plano era manter distância, sabendo que eu era mais técnico do que ele, com um card melhor, sabendo que ele iria cansar. Mas eu parti para a briga, o que não era para eu fazer, pois treinei diferente. Acabei pagando um pouco pelo meu erro, mas graças a Deus consegui sobreviver à pressão dele e virar a luta no final.
Muita gente se surpreendeu pela maneira como você se comportou fisicamente, encontrando forças para reagir na luta e dominar a partir do segundo round. Durante o camp, teve algo especial sendo feito, talvez projetando um combate mais longo mesmo?
A partir do momento em que eu soube que a luta seria de cinco rounds, já coloquei na minha cabeça que eu lutaria os cinco rounds, pois esperava que seria uma guerra. E eu deveria estar pronto pra isso. Então, durante o tempo inteiro me preparei psicologicamente para isso, sem importar o que fosse acontecer nos primeiros rounds.
O Edson Barboza, agora, passa a ser recordista na conquista de bônus por melhores lutas dos eventos. Além da assertividade e potência dos chutes, já podemos considerar que você vai entrar para a história também pela qualidade do show que proporciona em suas lutas?
Realmente eu tenho uma longa caminhada, com 29 lutas pelo UFC, alcançando uma quantidade considerável de bônus. Estou no caminho certo e continuo muito motivado. Acho que essa é a questão principal, e vou continuar trabalhando, fazendo aquilo que eu amo, que Deus me deu o dom de fazer, que é lutar e sempre dar o meu melhor.
É nítido, pela sua vibração e rendimento, que está motivado para seguir conquistando na categoria. Quais os próximos passos que o Edson projeta dentro do UFC?
Estou mais motivado do que nunca, me sentindo bem fisicamente. A gente vai ficando mais velho e mais inteligente, treinando e fazendo as coisas certas. O futuro a Deus pertence, mas estou muito motivado para continuar lutando e dando o meu melhor. O objetivo sempre é ser campeão, e sei que tenho condições e tempo para isso. Vou seguir trabalhando, com a certeza que 2024 vai ser tão especial quanto esse.
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