O esporte volta a ter peso de Ministério a partir deste ano. E para comandar a pasta, recriada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma das grandes atletas da história do vôlei feminino brasileiro foi escolhida. Medalhista olímpica de vôlei, Ana Moser, de 54 anos de idade, é a nova ministra do Esporte e a primeira mulher da história a comandar a pasta.
O Ministério foi criado em 1995, pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, que colocou Pelé, tricampeão mundial de futebol com a Seleção Brasileira, à frente do posto. O ministério contou ainda com Rafael Grecca, Carlos Melles, Caio Cibella de Carvalho, Agnelo Queiroz, Orlando Silva, Aldo Rebelo, George Hilton, Ricardo Leyser, Leonardo Picciani e Leandro Cruz Fróes da Silva. Nos últimos quatro anos, durante o governo de Jair Bolsonaro, o esporte virou uma secretaria especial, subordinada ao Ministério da Cidadania.
Ana Moser, que participou do grupo de transição do esporte do presidente Lula, é uma das diretoras da organização "Atletas pelo Brasil", iniciativa formada por atletas e ex-atletas que lutam por melhorias em modalidade esportivas e por avanços sociais no país. A ex-atleta iguala Pelé e se torna mais uma veterana a comandar a pasta. Pelé comandou o ministério extraordinário dos Esportes no primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso. Ela ainda é a primeira mulher a ocupar os Esportes.
“Recebo esta missão em nome da causa de garantir o direito de todos ao esporte. Este foi o pedido: fazer uma revolução do esporte na educação, saúde, municípios e na vida de todas e todos os brasileiros. Queremos fazer uma revolução, inverter a lógica que sempre colocou como prioridade o esporte de rendimento, o topo da pirâmide de uma suposta estrutura que deveria garantir na prática o direito de todos ao esporte, previsto na Constituição”, resumiu a ministra, através de postagem em uma de suas redes sociais.
Fora das quadras, a vocação social de Ana Moser se manifesta há anos, com experiência no esporte de base, pois se dedica a políticas públicas desde que se aposentou do vôlei. Ela criou o Instituto Esporte & Educação (IEE), em 2001, que já atendeu a seis milhões de crianças e jovens e capacitou mais de 55 mil professores e educadores em mais de mil municípios espalhados pelo Brasil.
Ana Moser é de Santa Catarina e chegou à seleção brasileira com 19 anos. Foi protagonista de uma geração que teve nomes como Leila Barros, Fernanda Venturini, Márcia Fu e Ana Paula Henkel (uma das maiores apoiadoras de Bolsonaro). Desde os primeiros passos até o sucesso nas quadras, virou sinônimo de vôlei. Em 1988, participou, pela primeira vez, de uma edição de Olimpíadas, em Seul, na Coreia do Sul. Em 1992, na cidade de Barcelona, na Espanha, foi novamente convocada, porém, a medalha veio apenas nos Jogos de Atlanta, em 1996, com o bronze conquistado na vitória por 3 sets a 2 sobre a Rússia. Após se aposentar, Ana Moser agiu muito nos bastidores do Esporte, assumindo papel de gerência e fundando ONGs.
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