Alguns repatriados de Gaza serão abrigados em Nova Friburgo

Ao todo, 32 pessoas chegaram no Brasil na última segunda-feira. Eles ficarão em abrigos ou em casas de familiares e amigos
sexta-feira, 17 de novembro de 2023
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Força Aérea Brasileira [FAB])
(Foto: Força Aérea Brasileira [FAB])

Um grupo de 26 brasileiros e familiares repatriados da Faixa de Gaza pousou, na manhã de quarta-feira, 15, em um avião da FAB no Aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo. Eles deixaram a base aérea de Brasília pouco antes das 10h. Segundo a Secretaria de Comunicação Social (Secom), do Governo Federal, eles ficarão em abrigos ou em casas de familiares e amigos. Os demais ficam em Brasília ou seguem para Nova Friburgo, Cuiabá-MT e Florianópolis-SC. 

Ao todo, 32 pessoas - 17 crianças, nove mulheres e seis homens - chegaram ao Brasil na última segunda-feira, 13. Desses, 14 serão levados para um abrigo providenciado pelo Governo Federal no interior paulista – a localização exata não foi revelada por questões de segurança. As outras 12 pessoas irão para casa de parentes.

No abrigo, especializado em receber refugiados, as cinco famílias ficarão em unidades individuais, com quartos e banheiros, refeitório para alimentação e espaço para convivência. Elas poderão ficar no local por tempo indeterminado, já que solicitaram a ajuda por não terem onde se instalar no Brasil.

O secretário Nacional de Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Augusto de Arruda Botelho, que coordena a operação de acolhimento, explicou que os repatriados fizeram a emissão de documentos, como a segunda via da carteira de identidade, da certidão de nascimento e o Cadastro de Pessoas Físicas (CPF).

A necessidade dos documentos, segundo Botelho, é para que elas “possam pleitear benefícios sociais que o Governo Federal vai oferecer”. De acordo com o secretário, nenhum repatriado apresentou pedido de refúgio. Das 32 pessoas que chegaram, quatro foram encaminhadas pelo Governo Federal aos familiares que moram no Distrito Federal. Outras duas partirão para Florianópolis em um voo comercial. 

Pedido de pausa humanitária em Gaza

O Ministério das Relações Exteriores informou, na quarta-feira, 15, que o governo brasileiro recebeu “com satisfação” a notícia da aprovação, pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), da primeira resolução relativa à atual crise humanitária na Faixa de Gaza, resultante do conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas. O texto foi apoiado pelo Brasil, que até dezembro ocupa um assento para membros não permanentes no órgão.

“A resolução, com foco na proteção de crianças, proposta por Malta e apoiada pelo Brasil e pelos demais membros não permanentes, foi aprovada com 12 votos a favor. Estados Unidos, Reino Unido e Rússia optaram pela abstenção”, diz a pasta, em comunicado, explicando que o texto aprovado exige que as partes cumpram suas obrigações em matéria de direito internacional e do direito internacional humanitário, em especial no que se refere a civis e crianças.

Segundo o Itamaraty, a resolução pede a implementação de “pausas e corredores humanitários urgentes e prolongados em toda a Faixa de Gaza por um número suficiente de dias”, para que ajuda humanitária de emergência possa ser prestada à população civil por agências especializadas da ONU, pela Cruz Vermelha Internacional e por outras agências humanitárias imparciais. 

O texto pede também a “libertação imediata e incondicional de todos os reféns” mantidos pelo Hamas e por outros grupos, rejeita o deslocamento forçado de populações civis e demanda a normalização do fluxo de bens e serviços essenciais para Gaza, com prioridade para água, eletricidade, combustíveis, alimentos e suprimentos médicos. 

No mês passado, o Conselho de Segurança rejeitou a proposta apresentada pelo governo brasileiro que pedia pausas humanitárias aos ataques entre Israel e o Hamas para permitir o acesso de ajuda à Faixa de Gaza. O resultado da votação foi 12 votos a favor, duas abstenções, sendo uma da Rússia, e um voto contrário, por parte dos Estados Unidos. Por se tratar de um membro permanente, o voto norte-americano resultou na rejeição da proposta brasileira. 

O Conselho de Segurança da ONU é o responsável por zelar pela paz internacional. São cinco os membros permanentes: China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos. Fazem parte do conselho rotativo Albânia, Brasil, Equador, Gabão, Gana, Japão, Malta, Moçambique, Suíça e Emirados Árabes. Para que uma resolução seja aprovada, é preciso o apoio de nove do total de 15 membros, sendo que nenhum dos membros permanentes pode vetar o texto.

O conflito

No dia 7 de outubro, o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, lançou um ataque surpresa de mísseis contra Israel, com incursão de combatentes armados por terra, matando civis e militares e fazendo centenas de reféns israelenses e estrangeiros. Em resposta, Israel bombardeou várias infraestruturas do Hamas, em Gaza, e impôs cerco total ao território, com o corte do abastecimento de água, combustível e energia elétrica. 

Os ataques já deixaram milhares de mortos, feridos e desabrigados nos dois territórios. A guerra entre Israel e Hamas tem origem na disputa por territórios que já foram ocupados por diversos povos, como hebreus e filisteus, dos quais descendem israelenses e palestinos. (Com informações da CNN e Agência Brasil)

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