31 de maio: Dia Mundial Sem Tabaco

“Cultive alimentos, não tabaco” é o nome da campanha deste ano
quarta-feira, 31 de maio de 2023
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Pexels)
(Foto: Pexels)

O cultivo do tabaco é prejudicial à nossa saúde, à saúde dos agricultores e à saúde do planeta. A indústria do tabaco interfere nas tentativas de substituir o cultivo do tabaco, contribuindo assim para a crise alimentar mundial. A campanha deste ano “Cultive alimentos, não tabaco” incentiva os governos a acabar com os subsídios para o cultivo do tabaco e usar esses recursos para ajudar os agricultores a mudar para culturas mais sustentáveis que melhoram a segurança alimentar e a nutrição. 

A epidemia de tabaco é principal causa de morte, doença e empobrecimento. É uma das maiores ameaças à saúde pública que o mundo já enfrentou, sendo responsável pela morte de mais de oito milhões de pessoas por ano. Mais de sete milhões dessas mortes são resultado do uso direto do tabaco, enquanto mais de 1,2 milhão de mortes são resultado de não-fumantes expostos ao fumo passivo.

Quase 80% dos mais de 1,1 bilhão de fumantes em todo o mundo vivem em países de baixa e média renda, onde a carga das doenças relacionadas ao tabaco e morte é mais pesada. Os usuários de tabaco que morrem prematuramente privam suas famílias de renda, aumentam o custo dos cuidados de saúde e impedem o desenvolvimento econômico.

Em alguns países, as crianças de famílias pobres são frequentemente empregadas na produção de tabaco para gerar renda familiar. Essas crianças são especialmente vulneráveis à "doença da folha verde do tabaco", que é causada pela nicotina, absorvida pela pele a partir do manuseio de folhas molhadas de tabaco.

OMS cria a data

O Dia Mundial Sem Tabaco — 31 de maio, foi criado em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo. Estudos científicos publicados em 2022 mostram que os fumantes têm maior risco de desenvolver doença grave e morte por covid-19 do que não-fumantes.

A pandemia de covid-19 levou milhões de usuários de tabaco a quererem largar o cigarro. Parar de fumar pode ser desafiador, especialmente com o estresse social e econômico adicional que surgiu como resultado da pandemia. 

Em todo o mundo, cerca de 780 milhões de pessoas dizem querer parar de fumar, mas apenas 30% delas têm acesso às ferramentas que podem ajudá-las a fazer isso. Juntamente com seus parceiros, a OMS fornece às pessoas informações atualizadas, ferramentas e recursos de que precisam para fazer uma tentativa bem-sucedida.

Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), a principal variável para medir o sucesso da campanha é o número de governos que se comprometem a acabar com os subsídios ao cultivo do tabaco. Por isso, todos os anos a Opas faz chamados à ação, visando:

  1. Mobilizar os governos para acabar com os subsídios ao cultivo do tabaco e direcionar os recursos para programas de substituição de cultivos que ajudem os agricultores a fazer a transição e aumentar a segurança alimentar e a nutrição;

  2. Conscientizar as comunidades que cultivam tabaco sobre os benefícios de abandonar o tabaco e optar por culturas sustentáveis;

  3. Apoiar a luta contra a desertificação e a degradação ambiental por meio da redução do cultivo do tabaco;

  4. Denunciar as manobras da indústria para criar obstáculos ao trabalho em prol de meios de subsistência sustentáveis.

Dados do Brasil: 160 mil mortes/ano, 443/dia

O número de fumantes diminuiu no Brasil e o grupo de ex-usuários de tabaco é cada vez maior. Os dados são da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2019), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com apoio do Ministério da Saúde.

Apesar da redução, o cenário ainda é preocupante, já que a quantidade de pessoas que tentam parar de fumar também teve queda de 51,1% para 46,6% dos entrevistados. As informações alertam para a necessidade de reforçar ações de combate ao fumo.

De acordo com dados do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, que apresenta o panorama do uso atual de produtos derivados do tabaco, no Brasil, são mais de 160 mil mortes anuais atribuíveis ao tabaco, o que representa 443 mortes por dia. O tabaco é responsável por mais de oito milhões de mortes por ano no mundo. Até 2030, pode ser responsável por 10% do total de mortes globais.

Considerado um fator de risco importante para as doenças crônicas não transmissíveis, o tabagismo está relacionado ao desenvolvimento de aproximadamente 50 doenças, entre elas vários tipos de câncer, doenças do aparelho respiratório, como enfisema pulmonar, e doenças cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio, hipertensão arterial e acidente vascular cerebral.

O Vigitel 2019, que realiza a vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico, apontou queda de prevalência de fumantes nas capitais brasileiras de 15,7% a 9,8% no período de 2006 a 2019. Nas 27 capitais, a frequência de adultos fumantes foi de 9,8%, sendo maior no sexo masculino (12,3%) do que no feminino (7,7%). No total da população, a frequência de fumantes foi menor entre os adultos jovens (antes dos 25 anos de idade) e entre os adultos com 65 anos e mais.

A frequência de adultos que fumam variou entre 4,4% em Teresina-PI e 14,6% em Porto Alegre-RS. As maiores frequências de fumantes foram encontradas, entre homens, em Rio Branco-AC (17,1%), no Distrito Federal (15,8%) e em São Paulo (15,6%); e, entre mulheres, em Porto Alegre (14,1%), São Paulo (11,7%) e Curitiba-PR (11%). As menores frequências de fumantes, no sexo masculino, ocorreram em Aracaju-SE (5,7%), Maceió-AL (5,9%) e Teresina (6,4%) e, no sexo feminino, em Manaus-AM (2,2%), São Luís-MA (2,7%) e Teresina (2,8%). 

O que a OMS está fazendo

No mundo todo, cerca de 350 milhões de pessoas em 79 países enfrentam insegurança alimentar aguda, um número sem precedentes. Muitas dessas pessoas vivem em países de baixa e média renda e mais de 30 desses países estão no continente africano. Outra característica compartilhada por muitos desses países é que grandes extensões de terra fértil se destinam ao cultivo do tabaco, em vez de serem utilizadas para cultivar alimentos saudáveis. 

Os países produtores de tabaco muitas vezes enfrentam impactos econômicos negativos devido aos danos sanitários, ambientais e sociais causados pelo cultivo desse produto. Em muitos casos, as divisas obtidas com as exportações de tabaco são usadas para importar alimentos. O cultivo do tabaco prejudica a saúde dos agricultores e dos trabalhadores rurais e causa a perda irreversível de recursos ambientais valiosos, como fontes de água, florestas, plantas e espécies animais.

A partir de uma iniciativa conjunta lançada pela Organização Mundial da Saúde, Programa Mundial de Alimentos e Organização para Alimentação e Agricultura das Nações Unidas, em colaboração com os Ministérios da Saúde e da Agricultura, foi lançada a Tobacco-Free Farms [Fazendas sem Tabaco], no Quênia (África).

Seu objetivo é criar um ecossistema de produção e comercialização de culturas que seja favorável e propício para que os agricultores substituam aos poucos o cultivo do tabaco por outros meios de subsistência. Cerca de 1.500 agricultores mudaram para o cultivo de feijão com alto teor de ferro, mas há outras boas alternativas ao tabaco, como sorgo, milheto e batata-doce. (Fontes: Ministério da Saúde/www.paho.org)

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