Trovadores comemoram lei que tornou Jogos Florais patrimônio imaterial do estado

Lei não é recente, mas a notícia é "novinha em folha”, diz a presidente da UBT, Elisabeth Souza Cruz
sexta-feira, 12 de março de 2021
por Guilherme Alt (guilherme@avozdaserra.com.br)

A União Brasileira dos Trovadores (UBT) – Seção Nova Friburgo, tomou conhecimento de uma grande notícia no início desta semana. O evento Jogos Florais de Nova Friburgo (concurso de trovas), que acontece anualmente na cidade, geralmente no mês de maio, como parte da programação de aniversário da cidade, foi declarado Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado do Rio de Janeiro. A lei não é recente, mas a notícia, como bem disse a presidente da UBT, Elisabeth Souza Cruz, “é novinha em folha”.

Sancionada pelo então governador eleito Wilson Witzel em janeiro de 2020, o PL é de autoria dos ex-deputados estaduais Wanderson Nogueira e Comte Bittencourt. Segundo Elisabeth, foi um historiador de Magé que descobriu o fato e a partir daí, rapidamente, a boa notícia se espalhou.

“Soubemos pelo Antônio Seixas. Ele avisou o Girlan Guilland que logo me contatou. Foi uma grande surpresa e ficamos muito felizes. É uma conquista, não veio assim do nada. Senti uma emoção muito forte porque precisei pensar na melhor maneira de publicar. São 62 anos de história e não queria esquecer de ninguém”, revelou Elisabeth.

Segundo a presidente da UBT, a conquista passa por nomes importantes que desde a fundação da entidade apoiaram o movimento dos trovadores e que se fortaleceu quando, a partir dos anos 2000, começou a ser reconhecida através de leis que valorizaram o movimento.

“Tudo começou com Luiz Otávio e JG, em 1958. São 62 anos de uma trajetória que continua sendo abraçada pelas novas gerações. Desde o início dos Jogos Florais, Nova Friburgo recebeu o devido apoio do poder público”.

Reconhecimento  do público

Em sua postagem nas redes sociais, Lis, como também é conhecida, explicou a escalada de reconhecimento da UBT nos últimos anos. “Em 2004, no governo da então prefeita Dra. Saudade Braga, nos foi concedida uma sala no prédio do antigo fórum, que recebeu o nome de Sala Nádia Sanches Huguenin, e ficou sendo a nossa sede. Em 2009, por ocasião dos festejos do Cinquentenário dos Jogos Florais, o empresário Silvio Montechiari, com a parceria de amigos empresários e o apoio da prefeitura, nos cederam um espaço na Praça do Suspiro que passou a ser a "Praça dos Trovadores", contou.

Na postagem, Elisabeth continuou a fazer um retrospecto da história das trovas em Friburgo: “Em setembro de 2014, a Câmara Municipal aprovou, por unanimidade, o projeto de lei do então vereador Gustavo Barroso, com a criação do Dia Friburguense de Amor à Trova. Em outubro do mesmo ano, no dia 7, a Câmara Municipal aprovou outro projeto de lei, do ainda vereador Wanderson Nogueira, tornando a trova, Patrimônio Cultural e Imaterial de Nova Friburgo”. 

“Em 14 de dezembro de 2014, o Grupo Gama (Grupo de Arte Movimento e Ação), liderado pelo inesquecível Júlio César Seabra Cavalcante, o Jaburu, com uma gama de parceiros, inclusive a empresa Caminhos Dourados, inauguraram a restauração da Praça dos Trovadores. Dias depois, em 23 de dezembro, a Câmara Municipal acatou e aprovou, por indicação do então prefeito, Rogério Cabral, a nomeação da Praça dos Trovadores para Praça dos Trovadores Rodolpho Abbud”, completou Elisabeth.

A arte das Trovas  conquista o Brasil

Em 2018, a UBT ganhou mais um presente do município, a Alameda dos Trovadores.  Diariamente, o friburguense passa por ali: na Praça Getúlio Vargas, à esquerda no sentido de quem vai para a Estação Livre, diversas placas com trovas são visíveis nos postes de luz, onde mensagens reverenciam Nova Friburgo.

“Ainda em homenagem ao bicentenário de Nova Friburgo, em 2018, já deputado estadual, Wanderson Nogueira promoveu na Alerj o mês de maio como "Mês de Nova Friburgo". Na programação, entre vários eventos, foi inserida uma exposição de trovas, com inauguração festiva aberta em 3 de maio, prestigiada por uma caravana friburguense e com a presença do trovador Renato Alves representando a UBT- Rio de Janeiro”, lembrou Lis.

Grandes conquistas inspiram outras ainda maiores e por isso a UBT começou a almejar o reconhecimento no âmbito estadual. “A nossa inesquecível Dilva de Moraes foi quem deu a ideia para que a UBT sonhasse alto. Para chegarmos a este título, um grande percurso foi percorrido”.

Com carinho, a presidente da UBT lembrou de A VOZ DA SERRA como um dos grandes parceiros e incentivadores do movimento. “O jornal faz parte dos quatro “A’s” que abraçaram a ideia. A princípio foi: A VOZ DA SERRA, Academia Friburguense de Letras, Associação Friburguense de Imprensa (AFI) e Associação Industrial Comercial e Agrícola (Acianf).”

“No início dos anos 2000, o jornal disponibilizou um espaço para uma coluna. Aceitei o convite e por um bom tempo eu assinei “A Voz dos Trovadores”. A VOZ DA SERRA sempre foi a nossa voz”, reiterou. agradecendo.

Elisabeth Souza Cruz ressaltou a relevância de Nova Friburgo como destaque nacional no cenário das trovas. “Nosso trabalho tem valor e mais valor alcança ainda, quando pessoas de valor somam seus valores aos nossos. Os grandes trovadores querem vir para cá. O que acontece aqui reflete no Movimento Nacional, é estímulo, é espelho. Fazer um movimento cultural dessa magnitude fica cada vez mais difícil. Esse projeto é tão grande que nós temos, na principal praça da cidade, a Alameda das Trovas. É um patrimônio dentro de um patrimônio maior ainda”.

A história tem um começo, um meio, mas não tem um fim porque é contínua. “A trova, eu costumo dizer, não é só um movimento literário, mas também um movimento cultural, artístico e turístico. Trabalhamos com trovas nas escolas e isso é muito importante também”, finalizou Lis.

 

Nova Friburgo na Serra,

do céu das mais lindas cores,

fez do trabalho da terra

o "Paraíso das Flores"!

(Trova de Dilva Moraes)

 

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