Uma verdadeira lenda da história do Friburguense. Em campo, foi o homem que mais vestiu a camisa tricolor em toda a história, por 420 vezes. Viveu os maiores momentos do clube, esteve presente nas horas difíceis e, desta forma, perpetuou o seu nome nesses 40 anos do Tricolor da Serra.
Mesmo aposentado dos gramados, Sérgio Gomes continua escrevendo novas páginas nesta trajetória, e depois de auxiliar Cadão nos profissionais, comanda o time Sub-20 na sequência do Campeonato Carioca. Nesta quarta-feira, 16, o treinador terá o terceiro compromisso à frente da equipe, contra o Botafogo, às 15h, no Eduardo Guinle (com portões fechados, por conta da pandemia).
"É uma grande oportunidade. O Siqueira já estava cogitando que eu ajudasse nesta categoria, mas veio a pandemia e ficamos sem saber se o campeonato voltaria. Com o retorno, fui convidado para integrar uma comissão técnica mais reduzida. Conhecemos vários desses garotos, que já estiveram com a gente no profissional. Espero que essas coisas aconteçam."
Oficialmente no comando da equipe, Sérgio Gomes esteve ao lado de Cadão no primeiro jogo pela competição, contra o Flamengo, no Rio de Janeiro. Na ocasião, já pôde observar o desempenho dos garotos que terá à disposição, uma vez que todo o grupo de jogadores foi mantido pelo clube.
Depois da derrota em casa para o América, na retomada do Carioca Sub-20, o Frizão alcançou a primeira vitória ao bater o Macaé pelo placar de 4 a 3, no Marrentão, em Xerém, Duque de Caxias. O grande destaque tricolor foi o atacante Mateus, autor de três gols. Gustavinho também deixou o dele. Confiante, o treinador aposta numa boa sequência de resultados para embalar no Estadual.
"Tivemos um primeiro jogo contra o Flamengo, onde não fomos tão bem. Estamos tentando evoluir, conseguir uma sequência de vitórias para chegar às finais da competição. Pessoalmente, será muito importante, e mais ainda para os garotos. O Sub-20 é quase profissional, e agora eles têm a oportunidade para mostrar alguma coisa e tentar fazer parte do time principal", comenta Sérgio Gomes.
O trabalho com os garotos, em especial os mais jovens, requer alguns cuidados especiais, e vai muito além das questões técnicas e táticas. Dentre eles, o fato de passar tranquilidade e deixar os atletas à vontade para desempenhar o futebol. "Alguns dos nossos garotos estão ansiosos pelo início da competição. Temos jogadores com 18 anos, e como é um campeonato Sub-20, faz diferença. Tento sempre incentivá-los, reforçando que é precisos eles terem confiança em si mesmos, porque pela pouca é natural um pouco de medo e ansiedade que podem atrapalhar. Temos que dar tranquilidade para que eles possam exercer bem a função deles", acredita o técnico.
O retorno em meio a pandemia fez mudar diversos aspectos na rotina do Friburguense. Vestiários separados, pouca gente durante as atividades, aferição de temperatura diária, testes frequentes. Na opinião de Sérgio Gomes, as restrições impostas pelo momento vivido pouco influenciam nos treinamentos, e até podem trazer alguns benefícios para o trabalho junto aos garotos.
"O trabalho tem sido feito de maneira tranquila. É claro que a gente precisa ter pouca gente no vestiário e zelar pela saúde. Mas no treinamento, em si, não está influenciando em praticamente nada. Estamos até tendo mais tranquilidade para trabalhar. Os jogadores estão mais juntos, e no futebol, quando se quer ganhar alguma coisa, precisa-se viver esse dia a dia. Isso fortalece e é de suma importância", completa Sérgio.
Nascido em Viana, no Espírito Santo, Sérgio Gomes jogou apenas no Vitória-ES antes de ir para o Friburguense em 1998. Desde então, saiu do clube uma única vez para defender o Botafogo, mas retornou logo em seguida. Depois, passou por clubes como Rio Branco, Desportiva, Matonense, Santa Cruz, Avaí, Ceará, Hansa Rostock-ALE, Volta Redonda, Madureira, Cabofriense, Goytacaz e Americano, sempre por empréstimo.
Liderados por alguém com tanta história em Nova Friburgo, os garotos do Tricolor da Serra são observados atentamente pela diretoria durante a competição, e os destaques poderão conquistar um lugar no plantel profissional para a Seletiva de 2021.
"Os juniores estão muito ligados ao profissional. Depois de uma pandemia, nós teremos que reestruturar todo o time profissional para uma próxima competição. Com certeza vamos observar, e logicamente vai depender muito dos resultados que o time apresentar, para que algum jogador já possa ser aproveitado no ano que vem”, reforça o gerente de futebol do Frizão, José Siqueira, o Siqueirinha.
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