Cientistas do Buck Institute for Research on Aging descobriram que a restrição calórica pode ativar um gene, chamado de OXR1, que é importante para a longevidade e também para a saúde do cérebro.
A importância de uma dieta saudável, visto que o que comemos — e quando comemos — impacta mais aspectos do corpo do que se imaginava
Os benefícios da restrição calórica para a saúde, de forma geral, já são amplamente conhecidos pela ciência. No entanto, os mecanismos exatos de práticas como o jejum intermitente, especialmente em relação à proteção cerebral, permaneciam obscuros. O estudo lança luz justamente sobre essa questão.
A pesquisa, liderada pelo Dr. Kenneth Wilson do Buck Institute, revelou que o gene OXR1 atua como um mecanismo protetor contra o envelhecimento do cérebro.
O estudo, publicado em janeiro de 2024 na Nature Communications, destaca a importância desse gene para a saúde cerebral, desafiando a concepção comum de que a restrição de calorias afeta exclusivamente o trato digestivo e o acúmulo de gordura.
Além disso, a equipe elucidou um mecanismo celular detalhado que explica como a restrição dietética retarda o envelhecimento e diminui a progressão de doenças neurodegenerativas. Os experimentos, conduzidos em
moscas da fruta e células humanas, também identificaram potenciais alvos terapêuticos para mitigar o envelhecimento e condições neurodegenerativas associadas à idade.
Segundo o coautor sênior do estudo, o Dr. Pankaj Kapahi, estratégias como o jejum intermitente ou a restrição calórica, que limitam nutrientes, podem aumentar os níveis do gene OXR1, proporcionando efeitos protetores.
Como o estudo foi realizado
A pesquisa teve como principal objetivo compreender as diferentes possibilidades de resposta à restrição calórica, uma vez que as respostas individuais e em diferentes tecidos variam consideravelmente.
Ao examinar cerca de 200 linhagens de moscas da fruta, os pesquisadores identificaram cinco genes com variantes específicas que impactam significativamente a longevidade sob restrição dietética. Desses, o gene OXR1 foi escolhido para investigação detalhada.
Os testes realizados pela equipe revelaram que o OXR1 afeta um complexo chamado retromer, essencial para reciclar proteínas e lipídios celulares.
A disfunção do retromer está associada a doenças neurodegenerativas relacionadas à idade, como Alzheimer e Parkinson, que são protegidas pela restrição dietética.
Os resultados do estudo fornecem insights sobre como a restrição dietética retarda o envelhecimento cerebral através da ação do gene OXR1.
Além disso, a equipe descobriu que aumentar outro gene, chamado “mostarda” (mtd) em moscas da fruta, prolongou a vida, sugerindo que a expressão excessiva de OXR1 pode ter efeitos semelhantes em humanos.
A próxima etapa da pesquisa envolverá a identificação de compostos específicos que aumentam os níveis de OXR1 durante o envelhecimento, visando retardar o envelhecimento cerebral.
Os cientistas esperam que essas descobertas contribuam para o entendimento das causas da degeneração cerebral e reforçam a importância de uma dieta saudável, visto que o que comemos — e quando comemos — impacta mais aspectos do corpo do que se imaginava.
(Fonte: lifespan.com.br/)
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