A Prefeitura de Nova Friburgo publicou em edição extra no Diário Oficial eletrônico na última sexta-feira, 21, o aviso informando a bandeira que passaria a valer a partir desta segunda-feira, 24, juntamente com o decreto 678, que atualizou e consolidou as regras para a retomada gradual e segura das atividades. O novo decreto acabou chamando mais atenção do que a própria entrada na bandeira amarela, após uma semana em bandeira vermelha e outra em bandeira laranja. Essa já é a terceira métrica reguladora instituída pela prefeitura desde que foi iniciada a flexibilização no município.
De início, o que regulava a aferição das bandeiras era, única e exclusivamente, a taxa média de ocupação dos leitos de UTI destinados exclusivamente ao tratamento de pacientes com Covid-19. Depois, já no fim de julho, o novo cálculo levava em consideração cinco indicadores: variação da taxa de ocupação dos leitos de UTI e enfermaria; número de óbitos, casos confirmados e taxa de positividade (que era calculada dividindo-se o número de casos confirmados pelo total de testes realizados no período de uma semana).
Agora, a nova métrica será composta por quatro indicadores: taxa de ocupação média dos leitos de CTI/UTI e dos leitos de enfermaria especificamente para casos suspeitos ou confirmados de Covid em 14 dias; a taxa de letalidade do município; variação do número dos novos casos positivos a cada 14 dias.
Para entender melhor as mudanças, A VOZ DA SERRA encaminhou uma série de questionamentos à prefeitura, como: por que houve a necessidade de mudar novamente a métrica reguladora; por que excluiu-se a taxa de positividade; por que ampliar o período de duração da bandeira para duas semanas; e por que o novo cálculo é melhor (ou retrata melhor a realidade) que o anterior.
Em nota, a prefeitura informou que “esse é um trabalho constante e estará sempre passando por avaliações em busca de critérios mais abrangentes, buscando aprimorá-los. Não há como ter critérios engessados numa pandemia que é orgânica e apresenta diversas variações técnicas e epidemiológicas. As novas métricas ajustam os parâmetros e a taxa de letalidade (número de óbitos sobre o número de casos) substitui a taxa de positividade por não haver massividade de testagem no município, não sendo suficiente para dar essa medida à negatividade dos testes aplicados”.
Para justificar a medida, a prefeitura se valeu, inclusive, em reportagem de A VOZ DA SERRA: “Em sua edição, o jornal publicou matéria que aponta formas diferentes de avaliação em todo o Brasil: ‘É o que indica estudo da Fiocruz, que aponta: a divulgação de casos da doença pode apresentar demora de até sete semanas entre seu registro no sistema de saúde e a efetiva divulgação nos boletins epidemiológicos. Uma discrepância que pode fazer muita diferença, por exemplo, nas fases de flexibilização do isolamento social’”. Cabe ressaltar que a referida reportagem foi publicada em nosso site nesta segunda-feira, 24, após a mudança e encontra-se nesta edição na página 4.
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