Uma espécie de líquido gelatinoso no interior dos ossos, o tutano: isso é a medula, e pode significar a diferença entre a vida e a morte para muitos pacientes com câncer. A medula é fundamental para o desenvolvimento das células sanguíneas, pois é ela quem produz os glóbulos brancos, vermelhos e as plaquetas. A fim de aumentar os estoques para quem precisa da medula para realizar um transplante, a Prefeitura de Nova Friburgo e cinco parceiros lançaram uma campanha de doação da preciosa substância, e o primeiro passo será cadastrar os doadores.
Quem quiser doar precisa, antes de mais nada, informar-se. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) avisa que é preciso ter entre 18 e 55 anos de idade, estar em bom estado de saúd,e não ter doença infecciosa transmissível pelo sangue (como infecção pelo HIV ou hepatite e não apresentar histórico de câncer), hematológica ou autoimune (como lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide). Depois, encaminhar-se nos dias 21 ou 22 de março, das 8h às 17h, no Centro de Convivência da Pessoa Idosa Zelma Mussi Gervásio, anexo ao Clube de Xadrez, na Avenida Galdino do Valle Filho, 151, no Centro.
Formulário e coleta
Na ocasião, o doador deve apresentar documento original de identidade, preencher um formulário com suas informações pessoais e terá o sangue coletado (apenas 5 ml) para exames de compatibilidade com futuros pacientes receptadores. Estes dados serão incluídos no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) e, em caso de identificação de compatibilidade com um paciente, o doador será contatado para realizar outros testes.
Além da Prefeitura de Nova Friburgo, por meio das secretarias de Saúde, Assistência Social e Ciência e Tecnologia, são parceiras da iniciativa as universidades Estácio de Sá, Federal Fluminense (UFF) e do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Inca, Redome e Instituto de Saúde de Nova Friburgo.
Transplante e riscos
A cura para algumas doenças que afetam o sangue, como leucemias e linfomas, muitas vezes depende de um transplante que substitui a medula óssea doente por células saudáveis de um doador, o que promoverá a sua reconstituição. Em alguns casos, o paciente pode ser seu próprio doador, com a remoção do líquido de algum dos seus ossos. Em casos mais graves, entretanto, o paciente precisa de um doador compatível. O material pode ter origem no líquido da medula, do sangue circulante ou do sangue de cordão umbilical.
Esta última modalidade já gerou reações de grupos religiosos e conservadores, que a correlacionam ao aborto. Cientistas, porém, refutam tais alegações e dizem que o material para transplante em nada afeta a vida de recém-nascidos, mas pode garantir a vida de pacientes com câncer.
Não há riscos nem muitos transtornos para quem é doador. Dentro de poucas semanas, a medula óssea estará inteiramente recuperada. Uma avaliação pré-operatória detalhada verifica as condições clínicas e cardiovasculares do doador visando a orientar a equipe anestésica envolvida no procedimento operatório. Os sintomas que podem ocorrer após a doação - dor local, astenia (fraqueza temporária), dor de cabeça, em geral - são passageiros e controlados com medicamentos simples, como analgésicos.
Para o paciente, os principais riscos se relacionam às infecções e às drogas quimioterápicas utilizadas durante o tratamento. Com a recuperação da medula, as novas células crescem com uma nova 'memória' e, por serem células da defesa do organismo, podem reconhecer alguns órgãos do indivíduo como estranhos. Esta complicação, chamada de “doença enxerto contra hospedeiro”, é relativamente comum, de intensidade variável e pode ser controlada com medicamentos adequados. No transplante de medula, a rejeição é relativamente rara, mas pode acontecer. Por isso, existe a preocupação com a seleção do doador adequado e o preparo do paciente.
Quem pode doar
- Ter entre 18 e 55 anos
- Não ter doença infecciosa
Onde?
- Centro de Convivência da Pessoa Idosa Zelma Mussi Gervásio, anexo ao Clube de Xadrez, na Avenida Galdino do Valle Filho, 151, no Centro.
Quando?
21 e 22 de março, das 8h às 17h.
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