O ano começou, crianças e adolescentes estão de férias, mas pais e responsáveis já estão se planejando para a volta às aulas, pesquisando preços de materiais escolares. E é importante mesmo se preparar: a previsão do setor é que os produtos da lista fiquem até 30% mais caros para este ano letivo. Isso sem contar a grande variação de preços registrada entre itens de uma loja para a outra.
No estado do Rio, o Procon-RJ também fez um levantamento de itens que compõem a lista de materiais cobrados pelas escolas. A pesquisa mostrou a discrepância dos preços e a importância de pesquisar antes de ir às compras. A análise coletou os valores de produtos de diferentes marcas em 18 estabelecimentos físicos e virtuais.
Em Nova Friburgo, por exemplo, uma borracha é encontrada por R$ 0,40 ou até R$ 8,50 — uma diferença de 2.025%. Já uma caneta esferográfica é encontrada por R$ 0,80 ou até R$15,90 — 1.887,50% de diferença.
Além disso, segundo a Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE), itens de papel, como cadernos, terão reajustes de 20% a 30% neste ano, enquanto lápis, borrachas, canetas, mochilas e estojos sofrerão aumentos de 15% a 20%. A explicação, de acordo com a entidade, está na inflação, que alcançou 5,13% no acumulado do ano até novembro, segundo o IBGE, e no impacto do dólar alto nos itens importados, que são maioria no mercado. Mas não é só isso.
“Pelo segundo ano, os fabricantes de cadernos sentiram um grande aumento nos preços do papel, principal matéria-prima. O dólar elevado, a redução de capacidade de produção e a menor oferta dos fabricantes, assim como o aumento de demanda internacional e a guerra na Ucrânia, foram os principais fatores. Para os importados, o dólar elevado, a inflação na China e os preços dos fretes internacionais provocaram os aumentos”, diz Sidnei Bergamaschi, presidente executivo da entidade.
Dicas e estratégias para economizar
Antes de ir às compras com a nova lista de materiais, verifique o que pode ser reaproveitado do ano anterior. Mochila, estojo, tesoura e régua e até lápis de cor, por exemplo, podem ser usados por mais um ano letivo.
Repasse
Quem tem filhos de idades diferentes, mas próximas, também deve ficar de olho no que guardar quando um ano acaba, como livros que podem aparecer na lista de materiais do filho mais novo.
Trocas e compra de usados
Em grupos de WhatsApp ou Facebook, e até em iniciativas dentro das próprias escolas, responsáveis podem consultar se outras famílias estão vendendo ou trocando materiais escolares. Pode ser uma saída sustentável e econômica.
Atacado
Outra saída pode ser reunir grupos de pais e responsáveis e comprar determinados itens no atacado. Algumas lojas têm preços mais vantajosos para quem compra em maior quantidade.
Pesquisa de preços
Também é importante pesquisar as ofertas em diferentes lojas. Pesquisa do Procon-RJ em todo o estado mostrou a discrepância de preços de itens similares.
Ofertas online
Segundo o Procon, na internet o consumidor consegue encontrar maior variedade de produtos e, consequentemente, a variação de preços pode atingir níveis mais altos. Na pesquisa realizada pelo órgão, uma borracha foi encontrada no e-commerce de R$0,25 até R$8,16. Mas é preciso verificar o valor do frete, que pode impactar o custo final das compras se os produtos forem adquiridos em lojas diferentes.
Prioridades
Se a família perceber que não será possível comprar tudo que está na lista, uma saída é entrar em contato com a escola para saber o que é essencial nos primeiros meses do ano, e assim, conseguir ter mais fôlego nos próximos meses e adquirir o que faltar.
Pagamento
Na hora das compras, é preciso observar se existem descontos para pagamento à vista. Mas se não conseguir pagar as compras de uma só vez, use uma quantidade de parcelas sem incidência de juros.
Descontos
Buscar por cupons de desconto e lojas que oferecem cashback também pode ser uma estratégia para economizar. Antes de ir às compras, seja presencial ou virtualmente, há sites que devem ser consultados, como o Cuponomia, que reúne cupons de desconto de várias lojas, e cashback, como Ame e Méliuz.
O que pode e o que não pode ser cobrado?
A lista de material escolar deve pedir apenas itens de uso individual do aluno. Isso quer dizer que a escola não pode conter materiais de escritório, como grampeador e piloto para quadro branco, ou de higiene e limpeza, como papel higiênico e sabonete. Itens de uso coletivo devem estar previstos no custo cobrado por meio das mensalidades das escolas particulares.
Direitos na hora da compra
O Procon-RJ também indica alguns direitos para os consumidores neste momento e o que os estabelecimentos não podem fazer. É proibido, por exemplo, que a instituição de ensino exija ou defina a marca de itens da lista de materiais escolares, ou condicione a compra dos produtos a determinada loja, mesmo a própria escola. A exceção fica para os uniformes e os materiais didáticos próprios do colégio. Isso porque os consumidores sempre devem ter liberdade de pesquisar e comparar os preços e comprar os materiais que escolher. (Com informações do Procon-RJ e Extra)
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