Consolidada no calendário comercial brasileiro, a campanha de descontos no comércio Black Friday estimula varejistas e consumidores a se planejarem para o período das suas ações promocionais. A edição deste ano acontece nesta sexta-feira, 24, mas a preparação começa com meses de antecedência. Essa característica e outros padrões de consumo foram observados por um estudo conduzido pela Americanas em parceria com a agência Conversion.
Com o propósito de entender a preferência dos consumidores, a amostra da pesquisa considerou as variações no nível de interesse de buscas mês a mês no Google Trends, entre outubro de 2022 a outubro de 2023. O mapeamento mostrou predileção aos eletrônicos. Tanto que, recentemente, no mês que antecipa a Black Friday, a maioria das procuras estavam relacionadas aos celulares (68,5%); notebooks (19,1%) e eletrodomésticos (12,2%).
Esses dados dão indícios de que a edição deste ano será promissora para a venda de smartphones. Além de liderar o ranking de interesse entre os consumidores, esse produto se destaca por sustentar uma taxa positiva de crescimento, mês a mês, de 6%. Não por acaso, no último outubro, nas pesquisas sobre a Black Friday, sete a cada dez foram para telefonia, em comparação às categorias de notebook e eletrodomésticos.
Produtos favoritos
Com base nas informações coletadas, a pesquisa se aprofundou na comparação entre eletrodomésticos, celulares e notebooks durante a Black Friday. Assim, descobriu que a categoria mais buscada na pré-Black Friday são os celulares.
Analisando diferentes marcas de celulares, a pesquisa identificou que o modelo que apresentou o maior crescimento no interesse de buscas entre setembro e outubro de 2023 foi o “Galaxy a54”, com um aumento de 27%. Na comparação entre outubro de 2022 e outubro de 2023, aquele que apresentou o maior crescimento foi “Moto e22”, de 1535%. Além dele, o modelo “a23” também apresentou aumento no interesse ano a ano, com crescimento de 46%.
Perfil dos consumidores
De modo geral, os aparelhos tecnológicos e de informática predominam na cultura de consumo durante a Black Friday. Afinal, costumam ser mercadorias com custo de aquisição mais alto, o que reforça a atração dos consumidores quando são oferecidos quaisquer descontos ou ações promocionais adicionais. Esse contexto também ajuda a explicar o aumento no volume de buscas, pois aponta interesse por boas oportunidades de economia.
Além do investimento em pesquisas de médio e longo prazo, a análise dos dez maiores players varejistas do Brasil viabilizou a concepção de um perfil do consumidor da Black Friday no Brasil. Ele se caracteriza como uma pessoa em idade considerada jovem-adulta, variável entre 25 a 34 anos, e do sexo masculino. Com exceção de uma empresa, os homens dominam o espaço de visitas das lojas virtuais no mercado.
Black Friday no Brasil
A primeira edição da Black Friday no Brasil ocorreu há 13 anos, no dia 28 de novembro de 2010, em uma versão totalmente digital. Desde então, o mercado amadureceu a proposta e evoluiu nas estratégias no e-commerce e no varejo de rua com foco na competitividade dos preços e impulsionamento do negócio. Os esforços se refletem no faturamento do setor que em 2020, em pleno ano da pandemia, cresceu 25% e atingiu R$ 4 bilhões em vendas online, de acordo com relatório da Ebit/Nielsen.
Agora, com o aumento no fluxo das pesquisas no Google e melhora no cenário econômico, as expectativas para a Black Friday 2023 são otimistas. Dentro das categorias mais pesquisadas pelos consumidores, fica claro o aumento no interesse de buscas, como no caso dos celulares. Esse recorte, por si, demonstra o amadurecimento da intenção de compra.
Origem da data
A data marca o início da temporada de compras de fim de ano e, nos Estados Unidos, procede o Dia de Ação de Graças. Que ela é conhecida por oferecer grandes descontos e promoções em diversos produtos de lojas físicas e no e-commerce, nós já sabemos. Mas por que seu significado literal em português é “sexta-feira negra”?
O termo pode ter sido usado pela primeira vez ainda no século 19, relacionado a um esquema criado por investidores para enriquecer. São eles Jay Gould e Jim Fisk, que elaboraram uma forma de controlar o mercado de ações de ouro nos Estados Unidos - o que era ilegal.
Os dois conseguiram fazer o preço das ações disparar e enriqueceram, mas o governo tomou medidas, vendendo o estoque de ouro que tinha guardado. O resultado foi uma rápida desvalorização logo em seguida, que aconteceu em uma sexta-feira, ficando conhecida como "Black Friday".
Uma outra hipótese é que uma revista dos anos 1950 tenha chamado o dia após a Ação de Graças de "black friday". O motivo? De acordo com a publicação, grande parte dos trabalhadores agia na sexta-feira após o feriado como se tivessem sido contagiados pela peste negra.
Já uma última hipótese aponta que o termo se popularizou na Filadélfia. Por lá, os policiais começaram a utilizar o termo para se referir à sexta após o feriado, porque o trânsito de carros e de gente na rua ficava caótico.
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