É fato que o número de animais abandonados, nas ruas de Nova Friburgo, aumenta a cada dia. Mesmo com políticas públicas de auxílio alimentar a abrigos, projetos de adoção e vacinação gratuita, ainda há aqueles encontrados pelos cantos das calçadas e muitas vezes assustados com qualquer tipo de contato humano pelos anos de abandono.
O medo provocado pelos tutores nos inofensivos cães e gatos, acaba por levar os animais a atacarem cidadãos, como o registrado na reportagem publicada por A VOZ DA SERRA, em sua edição de terça-feira, dia 11. Uma situação que, infelizmente, tem sido mais comum do que possamos imaginar.
A publicação da denúncia de um homem atacado por um cachorro, nesta semana, tornou-se motivo de manifestações de ódio ao jornal, o que nos causou surpresa, já que sempre apoiamos a causa animal, através de campanhas para tutores e denúncias de maus-tratos, e inclusive, o recebimento de donativos em nossa sede.
Animais que sofreram violência e maus-tratos, e depois foram abandonados nas ruas, tornam-se raivosos e de difícil convivência com seres humanos, por uma questão de defesa, já que eles se sentem ameaçados.
No mês passado, por exemplo, o decreto municipal nº 2.029 destinou 770 quilos de ração animal obtida em campanhas de arrecadação solidária, que foram entregues gratuitamente para protetores de animais, mediante cadastramento. Além disso, diversas campanhas de adoção acontecem periodicamente na cidade, como a realizada em novembro do ano passado pela Subsecretaria do Bem-Estar Animal (Ssubea) no Espaço Arp.
Em 2021, vale lembrar, um cão de rua atacou três pessoas que caminhavam pelo centro da cidade com seus animais domésticos de pequeno porte. Uma das vítimas precisou de tratamento com vacinas, além de pontos cirúrgicos. O ocorrido foi reportado pelo jornal com fotos e entrevista (acesse a matéria aqui).
Em ambas as situações, a Subsecretaria municipal do Bem-estar Animal, informou à época, que os ataques não foram de alguns dos cães comunitários que viviam pelas ruas do Centro:
“Estes são todos tranquilos, vacinados e vermifugados por uma protetora que os alimenta”, declarou.
O trabalho conjunto da Ssubea e Polícia Civil resultou, em um ano, em três prisões por maus-tratos contra animais e pelo menos 60 boletins de ocorrência. Nestes três primeiros meses de 2023, já são 1.040 casos investigados e quatro boletins de ocorrência registrados na 151ªDP.
Nós, de A VOZ DA SERRA, repudiamos qualquer tipo de maus-tratos a animais e aconselhamos a população a evitar qualquer forma de causar desconforto ou aproximação forçada a animais abandonados de rua que não demonstrem, aparentemente, ter boas relações com outros indivíduos.
A matéria publicada na última terça-feira, 11, assim como a de junho de 2021, e tantas outras, relataram fatos infelizes ocorridos em Nova Friburgo. Lamentamos que a matéria tenha sido mal interpretada.
É nossa função cobrar das autoridades, uma política ainda mais efetiva de proteção aos animais. Ao publicar denúncias como a de um ataque, pretendemos alertar sobre um perigo que pode ser eminente e ainda estimular adoções, publicando as diversas campanhas gratuitas que chegam até nós, a fim de amenizar o problema.
Gostar de animais não basta para ajudar a resolver o problema. Precisamos enfrentar isso de frente, sem apontar culpados, sem destilar ódio nem aos animais, nem às entidades e pessoas, mas nos unir em prol da solução desse problema.
O jornal A VOZ DA SERRA espera que a situação de animais soltos nas ruas, sem cuidados e proteção seja discutida seriamente pela sociedade como uma problemática, inclusive social, devido aos diversos fatores como maus-tratos ou a impossibilidade de seus donos em mantê-los em suas residências.
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