No Dia Nacional do Livro, editores comemoram aumento das vendas

De janeiro a setembro deste ano, foram vendidos 36,1 milhões de exemplares
sexta-feira, 29 de outubro de 2021
por Christiane Coelho, especial para A VOZ DA SERRA
Livraria no shopping
Livraria no shopping

Conhecimento, imaginação, novos vocabulários... são tantos os benefícios trazidos pelo hábito de leitura. E, com a pandemia da Covid-19 que nos conduziu ao isolamento social, a leitura que estava sendo substituída por outros meios de lazer digitais, voltou a fazer parte da vida de muitos. O estudante Daniel Mafra (foto abaixo), de 22 anos, que sempre teve o hábito de ler um livro por mês, passou a se dedicar mais tempo à leitura. “Meu ritmo de leitura aumentou muito. Passei a ler três livros por mês”, disse ele.

Isso pode ser observado no aumento de vendas de livros pelas editoras. De acordo com o Sindicato Nacional de Editores de Livros, de janeiro a setembro deste ano, foram vendidos 36,1 milhões de exemplares, o que representa aumento de 39% em comparação à mesma época em 2020. Em valores, o faturamento totaliza R$1,52 bilhões, 34,8% a mais que no ano passado.

Os dados são de vendas físicas e online, um mercado que cresceu muito pela praticidade e que, como consequência, gerou o fechamento de muitas livrarias físicas. Cenário que pode ser observado em Nova Friburgo, que hoje conta com uma livraria e uma feira de livros. Mas, mesmo com a concorrência das lojas virtuais, a empresária Nádia Saleme, da livraria Arabesco, constata o crescimento das vendas de livros. “Houve um aumento de aproximadamente 10% nas vendas de livros em setembro, em relação ao mesmo mês de 2020, que já havia registrado crescimento de 6% em relação a setembro de 2019”, revelou ela, que atua há 22 anos no mercado.

E a Feira do Livro, que deveria ser itinerante, passou a ficar fixa em um shopping na cidade, devido ao aumento da procura por livros. “Durante a pandemia, além dos livros infantis, que são campeões de venda, muitos adultos passaram a procurar livros para si. Imaginamos que com maior disponibilidade de tempo em casa, as pessoas puderam se dedicar mais à leitura”, disse Lindaura Loose Nimbu (foto acima), responsável pela empresa.

Quando a leitura se torna uma profissão

O uso das mídias sociais pode atrapalhar no hábito da leitura. Mas também pode ser um grande aliado e se tornar uma profissão. Foi o que aconteceu com a criadora de conteúdo digital, Hendy Nelly da Silva Gripp (foto abaixo), que viu na possibilidade de fazer resenhas de livros uma oportunidade de externar sua grande paixão: a leitura. “Sempre gostei de conversar sobre livros, e sentia falta de um ambiente onde eu pudesse trocar ideias sobre os exemplares. Ano passado, com a pandemia, criei meu Instagram de resenhas sem pretensões. Fui conhecendo outras pessoas e fiz muitos amigos. Conforme fui crescendo, autores e editoras começaram a me procurar para fazer parcerias. Então pensei em transformar em algo que me trouxesse renda também”, disse a criadora do Instagram Madruguei Lendo, que hoje tem mais de 23 mil seguidores.

A relação de Hendy com os livros começou na adolescência. “Quando tinha 12 anos, num período de férias, li o livro Fazendo meu Filme, próprio para essa faixa etária e amei. Em um mês, li mais 14 livros. Foi quando me tornei leitora assídua mesmo. E desde então não parei mais. Crescendo, fui conhecendo mais sobre o mundo do mercado literário”, disse ela.

Hoje, Hendy lê, em média, dez livros por mês e ainda divide a atividade com a faculdade de jornalismo e o trabalho como designer gráfico. Para conseguir conciliar todas as atividades, ela usa a tecnologia a seu favor. “Uma coisa que me ajuda muito é audiobook. Como trabalho na frente do computador, não consigo necessariamente ler um livro. Então, coloco um áudiobook e fico ouvindo enquanto estou trabalhando. Não abandono o livro físico de jeito nenhum, mas quando não tem outra alternativa, uso o audiobook”, revelou ela, acrescentando que “leio muito e-book também, através de dispositivo. Antes de ter o kindle, eu tinha muito preconceito, assim como muitos ainda tem. A maioria começa com receio e preconceito e acaba adotando”, comenta.  

 

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