Nesta terça é comemorado o Dia do Telefone

Versão antiga dele, orelhões ainda continuam sendo utilizados, mesmo em quantidade bastante reduzida
segunda-feira, 09 de março de 2020
por Jornal A Voz da Serra
Conjunto de orelhões nas ruas de Friburgo (Foto: Henrique Pinheiro)
Conjunto de orelhões nas ruas de Friburgo (Foto: Henrique Pinheiro)

No dia 10 de março de 1876 foi realizada a primeira bem-sucedida transmissão elétrica de voz por um aparelho inventado pelo homem. O realizador dessa façanha foi o cientista e empresário escocês Alexander Graham Bell. O nome atribuído ao aparelho foi telefone, e por esse motivo que o dia do telefone é celebrado nesta terça-feira, 10.

Um fato curioso, em especial para os brasileiros, é o fato de Dom Pedro II, em 1876, ter participado da “Exposição Centenária”, em comemoração aos 100 anos de independência dos EUA, na Filadélfia, na qual estava Graham Bell, que buscava mostrar o seu invento a interessados em tecnologia. 

D. Pedro II não apenas viu o telefone e conversou com seu inventor, como também participou diretamente da demonstração do aparelho em público. Os dois foram para um campo aberto e, em uma distância de 150 metros, Bell teria falado para o imperador, por meio do telefone, o famoso verso de Shakespeare: “To be or not to be?” (ser ou não ser?). Dom Pedro II teria respondido: “Meu Deus, isto fala!”.

O nostálgico telefone público: orelhão 

Orelhão, oficialmente Telefone de Uso Público (TUP) é o nome dado ao protetor para telefones públicos projetado pela arquiteta e designer brasileira, nascida na China, Chu Ming Silveira. Lançado em meados de 4 de abril de 1972, inicialmente nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo.

Embora em desuso devido a popularização dos celulares, os telefones públicos ainda existem em Nova Friburgo porque uma lei determina um número mínimo desses aparelhos nas cidades. Com base no Plano Geral de Metas de Universalização (PGMU), a empresa de telefonia Oi, responsável pelos orelhões, disponibiliza pouco mais de mil telefones públicos no município.

De acordo com a empresa, constantemente são realizados estudos de sua planta telefônica e, se for verificada ociosidade de alguns telefones públicos, eles podem ser transferidos para áreas de maior demanda - sempre respeitando a regulamentação da Anatel, a Agência Nacional de Telecomunicações.

A Avenida Alberto Braune é a que ainda concentra a maior parte dos orelhões no Centro, o que acaba diminuindo a distribuição uniforme dos aparelhos. Há alguns anos eram muito mais. Nos bairros e arredores do Centro, os orelhões desapareceram.   

Muitas pessoas desconhecem uma das grandes vantagens dos telefones públicos: a ligação a cobrar para telefone fixo não é mais tarifada. Caso alguém queira ligar para um telefone fixo, ao invés de gastar com ligação pelo celular, pode discar 9090 + o número do telefone fixo e falar gratuitamente. Muitos serviços de centrais 0800 também não aceitam ligação de celulares, então, ao invés de sentar no banco da praça para resolver algum problema com atendente de telemarketing, a dica é fazer uso dos orelhões.

Número cada vez menor 

Desde dezembro de 2018, as companhias telefônicas desligaram quase 70% dos telefones públicos no Brasil. A expectativa é que restem apenas 160 mil orelhões. A mudança está num decreto publicado pela Agência Nacional de Telecomunicações no fim de 2018. A Anatel liberou as concessionárias de telefonia da obrigação de investir em orelhões para que, em troca, elas levem o sinal de celular 4G a quase 1.500 áreas isoladas e carentes do país. Segundo a Anatel, os orelhões vão continuar existindo em locais estratégicos como delegacias, hospitais, estações de metrô e aeroportos. Nos anos 2000, o país chegou a ter 1,4 milhão orelhões.

Segundo dados retirados no site da Anatel, do sistema “Fique Ligado, atualmente, a cidade de Nova Friburgo possui um total de 271 orelhões: 246 disponíveis e 25 em manutenção, totalizando uma disponibilidade de 90%. 

Coleções de cartões telefônicos: uma saudade

Com o sumiço dos orelhões, a procura pelos cartões telefônicos também enfraqueceu. Algumas bancas de jornais e revistas no centro de Nova Friburgo ainda tem algumas unidades para vender a R$ 7 (cartões com 20 unidades). Os cartões de orelhão marcaram época e após utilizados eram procurados por muita gente que fazia coleções.  A diversidade de estampas impressionava. Na década de 1990, Nova Friburgo estampou uma série de cartões telefônicos com a marca de um dos antigos festivais da cerveja realizado na Via Expressa, em Olaria, o Friburgo Kaiser Festival.    

 

Publicidade
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Apoie o jornalismo de qualidade

Há 79 anos A VOZ DA SERRA se dedica a buscar e entregar a seus leitores informações atualizadas e confiáveis, ajudando a escrever, dia após dia, a história de Nova Friburgo e região. Por sua alta credibilidade, incansável modernização e independência editorial, A VOZ DA SERRA consagrou-se como incontestável fonte de consulta para historiadores e pesquisadores do cotidiano de nossa cidade, tornando-se referência de jornalismo no interior fluminense, um dos veículos mais respeitados da Região Serrana e líder de mercado.

Assinando A VOZ DA SERRA, você não apenas tem acesso a conteúdo de qualidade, mantendo-se bem informado através de nossas páginas, site e mídias sociais, como ajuda a construir e dar continuidade a essa história.

Assine A Voz da Serra

TAGS: