Nesta sexta-feira, 1º, é o Dia da Mentira. A brincadeira de pregar peças e espalhar boatos nesse dia surgiu na França, em reação à adoção do calendário gregoriano.
Desde o começo do século 16, o Ano Novo era festejado em 25 de março, data que marcava a chegada da primavera. As festas duravam uma semana e terminavam no dia 1º de abril. Em 1564, o rei Carlos IX determinou que o ano novo passaria a ser comemorado em 1º de janeiro. Alguns franceses resistiram à mudança e continuaram a seguir o calendário antigo, pelo qual o ano se iniciaria a 1º de abril. Gozadores passaram então a ridicularizá-los, a enviar convites para festas.
Segundo escreveu o médico Cezar Vasconcelos em uma de suas colunas “Saúde mental e você, publicadas em A VOZ DA SERRA, há dois tipos de mentiras: as conscientes, que sabemos contar; e as inconscientes, as quais praticamos mesmo sem ainda conhecê-las.
Um grande problema, segundo ele, é quando a pessoa não quer a verdade, não se interessa por conhecer melhor a si mesma, foge da verdade. Isso é perigoso porque chega um momento em que o cérebro obedece as ordens de não querer a verdade e a pessoa mergulha em uma cauterização mental, com perda importante da autopercepção, o que cria muita tensão nos relacionamentos com os outros.
“Aquele que não sabe que não sabe, pensa que sabe. A verdade vai acabando com as minhas mentiras. E acabar com mentiras é amadurecer. É dar passos para ser uma pessoa melhor, mais consciente na vida. Pode se tornar mais útil e com um sentido para viver fora da mediocridade materialista”, escreveu.
Segundo Cezar Vasconcelos, a verdade nos liberta, e ela pode nos machucar primeiro, mas nesse caso é um machucado saudável porque estaremos saindo das trevas sobre nós mesmos.
“Na medida em que a nossa percepção da verdade aumenta, ela diminui nossas mentiras. Podemos ter mentiras conscientes (como na corrupção, na infidelidade conjugal, nas fraudes eleitorais, na "cola” em sala de aula, nos discursos demagogos de políticos, etc.), e inconscientes (por usarmos defesas racionais para fugir do desconforto (físico, mental, religioso, social). Quando a verdade nos atinge na consciência e mostra nossa mentira, se formos humildes, aí será um momento muito especial em nossa vida. Será um ponto de mutação. Teremos a escolha: seguir pela luz ou pelas trevas do autoengano. Todos temos essa escolha. Se quisermos ser feitos livres, então precisaremos aceitar a verdade como amiga e não como inimiga, mesmo que ela produza alguma dor inicial”, analisou.
A mentira é representada por Pinóquio, um personagem do romance escrito por Carlo Collodi em 1883. O boneco de madeira, esculpido a partir do tronco de uma árvore por um entalhador chamado Geppetto numa pequena aldeia italiana, sonhava ser um menino de verdade. Seu nariz crescia cada vez que ele contava uma mentira. O nome Pinocchio é uma palavra típica do italiano falado na Toscana e significa pinhão.
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