Os humanos consomem mel há mais de 10 mil anos e durante milênios, o “néctar dos deuses” foi a única fonte de açúcar na alimentação. Esse produto também foi uma das matérias primas para a possível bebida alcoólica mais antiga do mundo, o hidromel, feita a partir de sua fermentação.
A apicultura já era representada em artes rupestres, que define as representações artísticas pré-históricas encontradas em paredes, tetos e outras superfícies de cavernas e abrigos rochosos, ou mesmo sobre superfícies rochosas ao ar livre — assim como nas artes do Egito Antigo que datam de 4.500 a.C. Destacamos ainda que o mel era usado por sacerdotes no processo de embalsamento dos faraós e nobres.
A formação do mel está intimamente relacionada ao processo de polinização das flores — que produzem o líquido açucarado, o néctar. Dentre os insetos atraídos pelas flores estão as abelhas, que buscam as flores de aromas agradáveis.
A cultura do mel é hoje uma atividade agrária amplamente especializada. Da domesticação de abelhas são obtidos o mel e outros subprodutos como o extrato de própolis, a geleia real, o pólen, a cera de abelhas e veneno. O maior produtor de mel do mundo é a China, responsável por 27,5% do volume. O Brasil vem em 11º lugar, com 2,2% da produção — algo em torno de 39,6 mil toneladas.
Nos últimos anos, as abelhas têm sido ameaçadas pelo uso indiscriminado de agrotóxicos. Em Santa Catarina, maior exportador de mel no Brasil, 50 milhões de abelhas morreram envenenadas por agrotóxicos somente em janeiro de 2019.
Portanto, vale ressaltar que sua importância vai muito além da produção do mel: devemos às abelhas, principalmente, a polinização. Afinal, segundo estimativas conservadoras, sem elas, a produção agrícola mundial cairia em torno de 30% a 40%, afetando diversas culturas. Sem esquecer, essencialmente, o reflorestamento de todo o planeta.
Esses são os temas desta edição, com artigos e entrevistas. Boa leitura, bom fim de semana!
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