Massimo faz comparativo entre cidades serranas no combate à Covid

Teresópolis e Petrópolis disponibilizam mais leitos do que Friburgo, por exemplo
quarta-feira, 29 de julho de 2020
por Jornal A Voz da Serra
Massimo faz comparativo entre cidades serranas no combate à Covid

A fim de que tenhamos referência a respeito de nossa situação dentro dos esforços de combate à pandemia de Covid-19, a coluna do Massimo deu uma pesquisada nos cenários encontrados em Teresópolis e Petrópolis, e encontrou algumas diferenças bastante significativas.

Casos e óbitos

No que se refere aos números de casos confirmados e de óbitos, por exemplo, Teresópolis está em situação muito pior que a de Nova Friburgo, apesar de ter população ligeiramente menor (estimativa de 180.886 habitantes, ante 190.631 em nossa cidade).

Na tarde desta terça-feira, 28, nossos vizinhos registravam 2.418 casos confirmados, com 81 óbitos.

No mesmo horário nossos registros indicavam 1.033 casos confirmados, e 62 óbitos.

Subnotificação?

Não foi possível comparar o número de testes realizados, mas a análise desses dados - em especial a proximidade maior em relação aos óbitos do que nos casos confirmados - sugere que ainda estamos testando pouco, e provavelmente nosso quadro de subnotificação é mais acentuado.

Petrópolis, por sua vez, registra 2.286 casos confirmados e 140 óbitos, numa população estimada em 306.191 pessoas.

Na Cidade Imperial, assim como na Real, a leitura aponta para um quadro de subnotificação, ainda que nos últimos dias a testagem em massa tenha sido adotada por lá.

Informações

Em termos de acesso a informação, tanto Petrópolis quanto Teresópolis oferecem páginas de acompanhamento sensivelmente mais completas que a nossa, com quadros evolutivos de inúmeros parâmetros e outras informações importantes como, por exemplo, a evolução diária no número de testes realizados, bem como suas diferentes especificações.

Se nosso boletim diário já melhorou muito desde que começou a ser divulgado, e hoje fornece as principais informações para que seja possível avaliar as possibilidades de flexibilização da quarentena, a página de acompanhamento ainda pode ser melhorada.

Leitos

Se em número de casos e óbitos nossos vizinhos se encontram em situação desfavorável, em relação ao número de leitos ofertados à população o quadro se inverte.

Teresópolis, por exemplo, disponibiliza 28 leitos de tratamento intensivo exclusivos para Covid pelo SUS, ante 88 de Petrópolis.

Por aqui são dez leitos, além de outros oito semi-intensivos.

Número que pode e deve aumentar em breve, com a promessa de que o governo estadual irá fornecer recursos humanos para o funcionamento de mais dez leitos.

Será?

Quando olhamos para os chamados leitos pactuados, que pertencem à rede privada mas podem ser utilizados pelo SUS em caso de necessidade, a diferença também é grande.

Em Petrópolis, por exemplo, o somatório de todos os leitos chega a 122.

Por aqui a rede particular está disponibilizando 18 leitos, com capacidade de ampliação, sobretudo no Hospital Serrano.

Nos bastidores da política, contudo, não são poucas as pessoas apostando que, tão logo os novos leitos SUS entrem em operação, a rede particular tende a reduzir sua oferta. Será?

Evidentemente, se tal situação vier a se observar, estará na contramão não apenas dos interesses dos clientes, mas da sociedade como um todo, que conta com a oferta de leitos para que possa retomar, em alguma medida, suas atividades econômicas.

Por mais que seja compreensível que os hospitais precisem retomar os demais atendimentos em níveis mais próximos da normalidade, a questão é certamente delicada e precisa ser avaliada com cuidado e foco no interesse coletivo.

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