“Embora a gente saiba que os idosos precisem ficar em casa porque estão mais propensos ao risco das formas graves da Covid-19, eles precisam evitar um estilo de vida sedentário, principalmente para fortalecer o equilíbrio”, explica o geriatra e paliativista Danilo Gonçalves, do grupo S.O.S.Vida, recomendando atividades físicas devidamente orientadas e acompanhadas por profissionais da área.
Uma ação que pode ajudar a reduzir os riscos de acidentes domésticos é a readequação do ambiente domiciliar, alterando a configuração dos móveis e removendo objetos que representem uma ameaça.
“Formas simples e baratas de adequação do ambiente existem, uma delas é retirar tapetes, tentar utilizar pisos antiderrapantes; barras de proteção em camas e de segurança nos boxes do banheiro e ao lado do vaso sanitário; e uma adequação do vaso sanitário para a altura ideal do paciente. Tudo isso pode ser facilmente adaptado, sem tanto gasto, e proporcionar uma prevenção de diminuição do risco de queda do paciente no domicílio“, recomenda o médico.
O banheiro precisa de uma atenção maior, uma vez que esses locais costumam apresentar maior risco de acidentes, pois geralmente são ambientes com pisos molhados, com pouca adaptação e espaço. Nos casos onde o acidente venha a acontecer, o geriatra explica que a procura de uma unidade de emergência deve ser feita nos casos mais graves, como em pessoas que apresente um quadro de traumatismo craniano grave, que perdem a consciência ou que já tiveram alguma ocorrência de perda de memória. Outro sinal de alerta, que indica a necessidade urgente de procurar atendimento médico é a presença de dores persistentes no corpo após a queda.
“É muito importante tentar entrar em contato com algum médico de confiança ou que tenha contato com a família, principalmente agora no período da pandemia, para evitar encaminhamentos desnecessários à emergência. O médico vai avaliar a circunstância da queda, os fatores predisponentes e o que aquela queda causou“, alertou Danilo Gonçalves.
Quedas aumentam risco de morte e incapacitação
Estudos indicam que 5% a 10% das quedas nesse público resultam em lesões graves, e ainda podem causar Síndrome Pós-Queda, que pode reduzir autonomia. Com o passar dos anos, as quedas se tornam mais comuns, na mesma medida que são também mais perigosas.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estudos indicam que a prevalência de pelo menos uma queda por ano na população com mais de 65 anos está entre 30% e 60%. Já nas pessoas acima de 85 o percentual de quedas aumenta em até 34%.
Dados também apontam que as quedas são a terceira causa de mortalidade entre as pessoas com mais de 65 anos no Brasil. Entre as consequências graves estão as fraturas, e pesquisas já indicam que há risco de morte entre 30% a 40% entre os idosos que fraturam o fêmur, além da incapacitação gerada.
De acordo com a geriatra Byanca de Oliveira Souza, que atua na S.O.S. Vida, entre 5% a 10% dessas quedas resultam em lesões graves, e isso também impacta a taxa de institucionalização dos idosos, à medida que eles perdem a autonomia.
“Quando um idoso tem uma queda e fica com alguma sequela mais importante, é mais possível que as famílias optem pela institucionalização diante da exigência de cuidados mais intensivos, pois muitas vezes eles ficam dependentes de forma permanente”, aponta a geriatra.
(Fonte: sosvida.com.br)
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