De Nova Friburgo para o Fluminense. Do Tricolor das Laranjeiras para a Seleção Brasileira, ele não tarda para ganhar o mundo. Com apenas 16 anos, Arthur Wenderrosky é tratado como uma das maiores joias em Xerém, distrito de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Acostumado a brilhar com a camisa do Brasil, o garoto friburguense teve uma chance de ouro para mostrar seu potencial. Ele integra o elenco do Fluminense na disputa da Copa São Paulo de Futebol Júnior, a Copinha, e esteve presente à estreia da equipe nesta terça-feira, 4, contra o Jacuipense.
O Fluminense ganhou o Jacuipense por 1 a zero, com gol de Davi aos 30 minutos do segundo tempo. Arthur entrou aos 19 minutos da etapa final, no lugar de Miguel Vinícius. Participou de alguns lances, especialmente de bola parada
“Tudo tem seu momento. O Fluminense sempre faz grandes jogadores, tem vários que chegam e são vendidos. É um projeto bacana. Não é uma pressão ruim. Eu vejo o quão importante é estar aqui no clube, ainda mais com essa expectativa toda. Acho positiva. Todo jogador tem que ter uma pressão”, disse Arthur em entrevista ao portal GE.
No ano passado, mais precisamente no dia 4 de março, Arthur estreou entre os profissionais do Fluminense. O palco não poderia ser melhor: o Maracanã. Após começar no banco de reservas, foi a campo aos 29 minutos e 36 segundos da etapa final da partida contra o Resende, válida pela primeira rodada do Campeonato Carioca. Arthur havia assinado o primeiro contrato profissional pouco tempo antes.
“Comecei o ano fazendo minha estreia no profissional. Depois fui para o Sub-17, em uma geração que começou no clube. Poderíamos ganhar o Brasileiro ou a Copa do Brasil, mas não aconteceu. Mas acho que evoluí bastante com esse grupo, com a ajuda dos treinadores. Agora é ver o que vai acontecer e continuar trabalhando”, resumiu.
O friburguense, com passagens pela Escolinha do São Pedro, em Duas Pedras, passou dois anos no Sub-17, com direito à conquista do Campeonato Brasileiro da categoria na temporada 2020. Arthur é o caçula do grupo tricolor na Copa São Paulo deste ano, após ter superado uma apendicite e feito uma cirurgia de emergência em novembro, que o afastou por um mês e meio dos gramados.
“Acordei um dia com uma dor do lado direito da barriga, comentei com minha mãe. Fomos para Xerém, passamos no médico, que disse que poderia ser apêndice e que se continuasse era para ir para o hospital. Quando cheguei em casa, fui deitar, a dor aumentou, fui às pressas para o hospital e já operei na manhã do dia seguinte”, contou.
Na Copinha, Arthur reencontrará alguns companheiros da “Geração dos Sonhos” campeã brasileira de 2020, como Matheus Martins, Alexsander e Jefté. Aquele time ainda tinha Kayky e Metinho, vendidos ao Grupo City, e João Neto, ainda no Flu, mas recuperando-se de cirurgia no tornozelo. “Foi uma das temporadas mais especiais no do Fluminense. Fomos campeões brasileiros, batemos na trave na Copa do Brasil e na Supercopa. Fazer parte desse grupo foi muito importante para mim. Aprendi muito com eles. Me ajudavam bastante, me davam moral. Foi graças a eles também que consegui essa vaga”, recorda.
Mesmo novo para a categoria, Arthur foi um destaques do time campeão. As boas atuações renderam apelidos como “Rei Arthur” e “Príncipe Arthur”, que poderiam se tornar um peso para qualquer garoto da idade dele. Falando nisso, o talento friburguense tirou de Miguel o recorde de jogador mais jovem da história do Fluminense a atuar pelo time principal. À época, tinha 16 anos e 8 dias.
“Confesso que não estava nos meus planos estrear no profissional aos 16 anos. Quando fui para o jogo já fiquei bem feliz, porque só de estar vivendo aquele momento ali mesmo tão jovem já era muito bacana para mim. E quando fui chamado pelo Ailton passou aquele filme de tudo o que enfrentei para chegar até aquele momento. Foi um dos dias mais felizes da minha vida”, comentou.
Depois do recorde, o Fluminense puxou o freio e decidiu ser mais cauteloso no desenvolvimento de Arthur. Foi decidido que o meia faria mais uma temporada no Sub-17. Decisão aceita pelo estafe, família e o próprio garoto. A direção tricolor tem ótima relação tanto com Carol Wenderrosky e Osmar Júnior, mãe e padrasto de Arthur, quanto com o empresário Rodrigo Pitta. Arthur, então, voltou a atuar com a geração que jogou antes de subir para o Sub-17.
Em março passado, o jovem talento friburguense assinou contrato de longo prazo com o Fluminense, até fevereiro de 2026. O período é parte do projeto de carreira que o clube tem para o garoto, que é visto como promessa esportiva e grande potencial de venda.
“É um projeto bem bacana. Demonstrou o carinho que eles têm por mim, o quanto confiam no meu trabalho. Tem mérito meu também, de ter feito por merecer. Mas dou todo o valor ao clube, pelas portas que abriram para mim. Se não fosse o Fluminense, não estaria aqui onde estou hoje, e vou continuar trabalhando para ajudar sempre da melhor maneira possível”, garantiu Arthur.
Morador do bairro Bela Vista, em Nova Friburgo, durante boa parte da infância, o jovem jogador está sempre vestindo a camisa 10 da Seleção Brasileira, em praticamente todas as categorias. O Fluminense firmou, em fevereiro de 2019, contrato de formação com o meia Arthur, de 14 anos, uma das promessas de Xerém que mais despertam esperança no clube. Até então, somava 81 gols em 99 jogos, entre as categorias Sub-11, Sub-13 e Sub-14.
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