Na última quarta-feira, 11, foi realizado no Teatro Municipal Laercio Ventura o Fórum de Saúde Mental que abordou o tema “A violência e as vivências do feminino” e contou com a participação das psicólogas convidadas pela Prefeitura de Nova Friburgo, Lilian Black e Brenda Sarcinelli. O encontro foi promovido pela Secretaria Municipal de Saúde e debateu a violência contra a mulher.
De acordo com a gerente de Saúde Mental do município, a psicóloga, Elaine Gomes, muito mais que falar de dados e estatísticas, o fórum teve como finalidade entender que existem muitas outras violências, além da física. Com isso é possível construir consensos quanto ao enfrentamento deste problema, propor estratégias de desconstrução dos padrões que naturalizam suas vivências e trazer a reflexão da saúde mental em relação ao tema.
Segundo a psicóloga Brenda Sarcinelli, o encontro foi um momento de diálogo sobre as questões da violência contra a mulher, que ainda é vista como algo natural, já que mesmo com os avanços, ainda há muito a melhorar. “A sociedade já avançou muito no campo do direito. Temos uma legislação de proteção à mulher, uma série de regulamentos e normas que visam dar à mulher a condição de exercer os seus direitos humanos sem violência, viver uma vida sem violência. Porém, o que observamos, é que a prática ainda é de violência, de não ter acesso às mesmas possibilidades que os outros grupos sociais. Mesmo tendo acesso à educação, ao trabalho, ainda existe distância de oportunidades, refletiva em uma diferença salarial de mais de 30%, nos cargos do nosso mercado de trabalho da rede privada, por exemplo”, concluiu Brenda.
A palestrante Líllian Black, que é também coordenadora do Centro de Atenção Psicossocial de Nova Friburgo (Caps II) comentou sobre o tema, situações que geram sofrimentos só por ser mulher e sobre os preocupantes dados relacionados ao número de suicídios na cidade. “Justamente por naturalizar as vivências de violência, a mulher acaba se colocando em situações de sofrimento que ela não percebe. [...] Nós temos um dado em Nova Friburgo com índice altíssimo de tentativa e suicídio, e, entre eles, as mulheres são as que mais tentam e, no levantamento anual, percebemos que a mulher carrega este sofrimento.”
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