Com a paralisação de diversos setores devido ao enfrentamento à pandemia do novo coronavírus, diariamente nos deparamos com bons e maus exemplos de atitudes tomadas por cidadãos e empresas diante da crise atual. Recentemente, o Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor) informou que 40% da produção nacional de flores teve que ser descartada e que o volume vendido já teve queda de 25% nos preços.
Mas vem de Nova Friburgo, cidade responsável por 60% de toda a produção estadual de flores, um bom exemplo em meio a todos os prejuízos já causados ao setor devido ao cancelamento de diversos eventos, como festas e casamentos. Luiz Henrique Knupp Freiman, floricultor da localidade rural de Colonial 61, tem uma plantação própria de flores e acabou perdendo parte da produção que acabou não sendo comercializada. Mas para não ter que descartar tudo, teve uma ideia: “Não temos como segurar a produção por ser um produto perecível. A flor tem o seu tempo. Chegou no dia de fazer a colheita, não tem jeito. Como não há venda, nem procura, estamos perdendo muita coisa: rosas, gérberas, crisântemos, tangos, aster, palmas e astromélias. Então resolvemos doar as flores para os profissionais da saúde de Friburgo, como forma de agradecimento ao trabalho incansável que eles vêm fazendo nesse momento difícil que estamos passando”, disse Luiz Henrique.
Ele conta que está sem faturamento nenhum há cerca de três semanas, porque não tem como escoar a produção enquanto diversos segmentos que costumam demandar a compra de flores permanecerem com as atividades suspensas: “Muitas pessoas remarcaram casamentos, aniversários e festas. Tenho clientes que já cancelaram os pedidos do mês de junho”, revelou o floricultor, proprietário da Freiman Flores.
“Doei crisântemos, astromélias, gérberas e mais de 600 rosas aos profissionais da Cruz Vermelha, do Laje (Lar Abrigo Amor a Jesus), da Casa dos Pobres e do Hospital Raul Sertã. Entreguei a alguns funcionários e irei entregar aos demais amanhã (hoje, 1º) pela manhã, além de mais dois hospitais particulares”, contou Luiz Henrique, que completou: “É uma forma de agradecimento ao trabalho dos profissionais da saúde que estão na linha de frente de toda essa situação. Flor é alimento para a alma. Se não podemos tocar as mãos, podemos tocar os corações daqueles que queremos bem”, finalizou.
A mulher do floricultor, a técnica de enfermagem Mayra de Oliveira Schuenckel, foi uma das homenageadas. Ela trabalha no Laje e se emocionou ao participar da entrega das flores. “Esse ato de doar flores é o jeito que encontramos de apoiar de alguma forma os profissionais da saúde, que só estão tendo seu trabalho reconhecido nesse momento de sufoco. Mas estamos todos unidos, num laço que será infinito”, afirmou Mayra.
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