Nunca o planeta parou como agora e um dos desafios é tentar vislumbrar como será o novo cenário quando tudo isso passar. Podemos e devemos considerar as lições que essa crise sanitária vem nos trazendo e, com base nisso, pensar e nos preparar para esse futuro.
Por enquanto, podemos observar as transformações na sociedade que se refletem nas ruas, nas calçadas, lojas, bares, restaurantes, shoppings, clubes. Um dia, calçadas vazias, em outros, lotadas. Nas avenidas, tráfego intenso, ou nenhum, além de gente perambulando pelas ruas.
Cada vez aumenta mais a quantidade de ambulantes nas praças, nos sinais de trânsito, nas portas de restaurantes, entre outros tipos de comércio oferecendo água, balas, biscoitos. Essa nova feição observada ao longo dos últimos meses, nos levam a reflexões sobre que futuro queremos ter.
E pensamos na imensa massa de trabalhadores que, ao perderem seus empregos, se reinventam em novas atividades para sustentar a família.
Passado mais de um ano de restrições, isolamento, distanciamento, o urbanista Patryck Carvalho falou ao blog da Federação Nacional dos Arquitetos:
“Não basta eu ficar quieto na minha casa, com os meus privilégios de classe se, para os serviços essenciais funcionarem, os trabalhadores, muitos deles moradores das periferias, precisam chegar nos mercados, padarias, hospitais, postos de saúde. É preciso se perguntar: quem está mantendo a cidade limpa? Quem está abastecendo o supermercado ou fazendo os pães? Quais as condições de vida, de transporte dessas pessoas?
E não somente nesse momento em que a as preocupações coletivas estão minimamente afloradas. É importante que a cidade inteira seja saudável o tempo todo. Mesmo nesse momento, é urgente que o Estado brasileiro invista na melhoria da qualidade de vida das cidades, de forma articulada entre os três níveis de governo. Grandes aprendizados deveriam ficar para o depois dessa pandemia: o homem é animal coletivo e as cidades são a maior expressão disso. Se não forem boas para todos, não serão para ninguém.”
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