Nesta quinta-feira, 27, foi comemorado o Dia Internacional das Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs), instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU). A data reforça a importância dos pequenos negócios para a economia global. Nos últimos cinco anos, houve um aumento de 60% de pequenos negócios que exportam seus produtos. Ao todo, 11,4 mil micro e pequenas empresas brasileiras atuam no mercado externo e foram responsáveis pela movimentação de US$ 3,2 bilhões. Para homenagear a data, o Sebrae Rio reuniu um grupo de empresários para mapear as principais demandas, construir estratégias e iniciativas que possam acelerar a inserção dos pequenos negócios no mercado internacional nos próximos anos.
“Internacionalização é um conjunto de operações realizadas por empresas entre países, onde há intercâmbio de bens e serviços ou movimento de capitais, transferências de tecnologias, cooperação técnica, bem como a atuação com operações produtivas ou comerciais. É necessário definir estratégias de entrada que combinem modelos de negócios alinhados às principais tendências sustentáveis e emergentes, de acordo com os requisitos e demandas dos consumidores, para oferecer produtos únicos e com diferenciais competitivos marcantes”, comenta Miriam Ferraz, coordenadora de Negócios Internacionais do Sebrae Rio.
Dados do Sebrae indicam que 41% das empresas exportadoras são micro e pequenas empresas (MPEs). No entanto, o volume exportado por essas empresas representa menos de 1%, evidenciando os inúmeros desafios que ainda é necessário superar. Paralelamente, o Brasil contribui com cerca de 2% do PIB mundial, enquanto 98% do PIB mundial está no exterior, o que sugere que a maior parte das oportunidades de negócios está fora do país.
Os pequenos negócios no Brasil precisam desenvolver uma cultura de internacionalização. Para isso, o empreendedor deve considerar a realização de um planejamento estratégico que inclua a compreensão dos mercados-alvo, dos concorrentes, dos diferenciais competitivos de seus produtos e serviços, e das questões regulatórias, logísticas e das dinâmicas e canais de comercialização de cada mercado.
“Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, a participação feminina ainda é inferior aos homens nas exportações. Dentro do Sebrae, acontece o inverso. Em todos os nossos programas voltados para a internacionalização, o público feminino é maioria. Isso mostra que elas estão atentas ao mercado e como pode ser um diferencial para os seus negócios”, destaca Miriam.
Números em Nova Friburgo
De acordo com dados do Sebrae, o número total de MEIs e microempresas na região de Nova Friburgo é de 25,6 mil, sendo 17,6 mil MEIs e oito mil microempresas. Empresas por setor: Serviços, 36,22%; Comércio, 30,95%; Indústria, 26,02%; Economia Criativa, 4%; Turismo, 2,51%; Agropecuária, 0,30%.
A importância da data
A data é celebrada em todo o mundo e foi criadas com o intuito de aumentar a conscientização sobre as contribuições das MPMEs para a conquista dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, parte da Agenda 2030. São 17 objetivos no total. Segundo a entidade, essas empresas seriam fundamentais para cumprimento de erradicação da pobreza, educação de qualidade, igualdade de gênero, trabalho decente e crescimento econômico, indústria, inovação e infraestrutura, e redução de desigualdades.
“As MPMEs e os trabalhadores independentes desempenham uma função essencial no desenvolvimento das economias. Globalmente, representam cerca de 90% de todas as empresas e são responsáveis por mais de dois terços dos empregos”, diz o texto no site da ONU. A organização ainda afirma que, se estas empresas forem adequadamente apoiadas, podem contribuir para a “transformação estrutural das economias e impulsionar o crescimento econômico e [geração de] empregos inclusivos, sustentáveis e equitativos”.
A entidade louva os empreendimentos geridos por mulheres e jovens. Apesar de estarem frequentemente em risco, esses negócios aumentam em todo o mundo. “Mulheres e jovens empreendedores precisam de ajuda para superar os inúmeros desafios que frequentemente sufocam o crescimento de seus negócios, confinando muitos deles à informalidade ou ao empreendedorismo por necessidade.” A Organização Internacional do Trabalho destaca alguns números relevantes da micro, pequenas e médias empresas:
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As MPMEs são responsáveis por cerca de 70% do emprego total em todo o mundo;
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80% das MPMEs operam de maneira informal;
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A produtividade das MPMEs é apenas um terço da das grandes empresas;
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Nos mercados emergentes, 66% das PMEs relataram já ter sido afetadas pelas alterações climáticas.
António Guterres, secretário-geral da ONU, lançou um comunicado para celebrar este ano: “Em tempos de crise – desde o custo de vida às alterações climáticas e ao sobreendividamento – as micro, pequenas e médias empresas demonstraram uma resiliência notável. No entanto, muitos continuam a enfrentar acesso limitado ao financiamento, à tecnologia, aos mercados e às cadeias de abastecimento”, diz.
“Estas empresas requerem políticas, estruturas de apoio e investimentos que promovam o seu crescimento e formalização – e, por sua vez, ajudem as comunidades a prosperar, a apoiar os mais vulneráveis e a preparar o caminho para meios de subsistência mais sustentáveis e justos.”
Ele afirma que, “ao celebrarmos o Dia das Micro, Pequenas e Médias Empresas, reafirmemos o nosso compromisso de reforçar o nosso apoio a estas entidades, acelerar o progresso em direção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e não deixar ninguém para trás”.
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