Há 58 anos, em 4 de setembro de 1964, um desastre aéreo causava comoção entre os friburguenses. Um avião Vickers Viscount, que realizava o voo Vasp 141 (Recife-São Paulo, com escalas em Aracaju, Salvador, Vitória e Rio) chocou-se com o Pico do Caledônia, por volta das 16h30 de uma sexta-feira. O avião havia decolado do aeroporto dos Guararapes, em Recife, e tinha como destino Congonhas, em São Paulo.
No voo havia 39 pessoas, entre 34 passageiros e cinco tripulantes. Não houve sobreviventes. Somente oito vítimas puderam ser reconhecidas, tal a violência do choque. Na época, o acesso à Pedra do R, provável lugar do choque da aeronave, era muito difícil, em mata fechada. Militares da Marinha e da Força Aérea Brasileira (FAB) participaram das buscas e da coleta dos destroços.
As causas do acidente nunca foram esclarecidas. Segundo dados do Aviation Safety Work, portal americano sobre acidentes aéreos, a aeronave decolou da parada em Vitória, no Espírito Santo, às 15h30, e estabeleceu cruzeiro à altitude de 1.800 metros. Por volta das 16h30, a tripulação registrou que estava sobrevoando Rio Bonito. No entanto, o avião estava sobre Nova Friburgo, a 43 quilômetros de Rio Bonito e a 35 de sua rota original.
O avião chocou-se no lado oeste do Pico do Caledônia, a aproximadamente 1.950 metros de altitude, 300 abaixo do cume. Uma hipótese para o acidente teria sido a opção da tripulação de voar a seis mil pés, indicando um possível problema com a pressurização. A altitude era adequada à rota, porém não ao desvio que acabou sendo feito. Em condições normais, um avião pressurizado como o Viscount voava, geralmente, na altura de 12 mil a 16 mil pés.
O avião que fazia a rota Vasp 141 era um Viscount, da marca inglesa Vickers, modelo 701. Segundo a Aviation Safety Network, foram produzidos um total de 445 Viscounts, entre as séries 630, 663, 700, 800 e 810. O primeiro voo teste utilizando o modelo, que tinha capacidade máxima de 65 passageiros, foi realizado em 1948. A aeronave começou a ser usada em serviço a partir de abril de 1953.
O Viscount que atingiu o Caledônia havia sido comprado pela British European Airways (BEA) em 1955 e operado na companhia até ser vendido para a Vasp em 1963, sendo registrado com o prefixo PP-SRR.
O avião acidentado tinha mais de 17 mil horas de voo. Segundo algumas publicações, os Viscounts nunca se adaptaram ao clima do Brasil, o que causava diversos problemas técnicos, como, por exemplo, panes no rádio.
Entre os passageiros identificados estavam três mulheres e 34 homens. Dois dos 39 passageiros nunca tiveram suas identidades descobertas.
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