A Delegacia Especial de Atendimento à Mulher de Nova Friburgo (Deam-NF) contestou os números publicados na coluna “Observatório”, de Wanderson Nogueira, e na reportagem de A VOZ DA SERRA “Friburgo tem mais feminicídios que a média do Brasil”, sobre o alto índice desse tipo de crime na cidade.
Segundo a Deam, o estudo da ONG Tecle Mulher que serve de base à informação contém equívocos como a inclusão, no período desde o início da pandemia até o mês de abril de 2021, de um suposto feminicídio que, na verdade, foi registrado pela Polícia Civil como homicídio comum.
Ainda segundo a Deam, de janeiro de 2020 até janeiro de 2021 não houve feminicídio em Nova Friburgo. Ou seja, enquanto no estado do Rio houve, segundo o estudo, 74 feminicídios de janeiro a janeiro, em Friburgo não houve nenhum caso no período considerado.
Desta forma, segundo a Deam, no mesmo período considerado para o estado, houve a média de 0,43 feminicídio por 100 mil habitantes desde o início da pandemia até janeiro de 2021, enquanto em Nova Friburgo, no mesmo período, a média seria igual a zero.
A Deam reforça seu compromisso com a sociedade, no sentido de estar de portas abertas, 24 horas por dia, sete dias por semana, para atender às mulheres friburguenses vítimas de violência doméstica, reforçando a importância da denúncia ao primeiro sinal de violência.
O que diz a ONG
Em nota, a Tecle Mulher diz que há anos vem coletando dados através da imprensa sobre a violência contra as mulheres e mortes de mulheres em Nova Friburgo, determinantes para a introdução de políticas públicas de gênero no município. “Os casos de feminicídio estão sempre pautados dentro de uma terrível crueldade, assim como o caso das duas mulheres queimadas vivas no ano de 2019, e já nesse ano de 2021 podemos considerar quatro feminicídios, contando com uma criança que nem chegou a nascer. Esses dados não mudam a estatística, ou até aumenta o índice de mortes de mulheres. Nosso intuito não permeia somente a questão jurídica do fato, mas a contestação e reflexão da sociedade por atos que perpassam pelo machismo e injustiças por aquelas que já não podem mais se defender pois foram caladas para sempre”, afirma a nota.
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