Pinheiros, pisca-piscas, laços vermelhos, Papai Noel, ceia farta e troca de presentes. No mundo ocidental o Natal está longe de ser apenas um dia de celebração religiosa, ele já caracteriza todo um clima que se estende por aproximadamente três meses e movimenta a economia de maneira significativa.
A origem do Natal como nascimento de Jesus de Nazaré no dia 25 é incerta, pois não existe uma corrente de historiadores que confirma o nascimento do líder cristão nesta data. O surgimento do Natal ocorreu provavelmente na celebração da chegada do Sol durante o solstício de inverno. O Sol era visto como uma divindade, celebrado como símbolo de fartura e proteção por muitas civilizações, e nascia mais ou menos neste período em que se comemora o Natal.
Porém, após ganhar novo significado a partir da Igreja Católica no século III durante o Império Romano, a celebração foi atrelada ao nascimento de Jesus como forma de converter os pagãos sob o domínio de Roma.
Mesmo com alguns detalhes divergentes, passar o Natal no Brasil, no Canadá ou na Hungria não é lá muito diferente. Até mesmo países que não possuem maioria cristã acabaram se rendendo à data, ainda que com significados diferentes.
A verdade é que o Natal já se tornou uma celebração universal e que transcende religiões. Afinal, se não foram os cristãos que inventaram a data, não há motivo para ela ser monopolizada. Judeus, hindus, budistas e islâmicos têm seus próprios rituais e significados para esta ocasião. Cada qual tem suas crenças, peculiaridades e até calendários diferentes, a sua própria religião.
Islamismo
Ao contrário das religiões cristãs - para as quais Jesus é o Messias, o enviado de Deus - o islamismo dá maior relevância aos ensinamentos de Mohamad (Maomé), profeta posterior a Jesus, pois este teria vindo ao mundo completar a mensagem de Jesus e dos demais profetas.
Em relação à celebração do Natal, países islâmicos como Indonésia, Paquistão, Bangladesh, Turquia, Egito, Nigéria, Líbia e Irã mantêm uma relação de respeito, apesar de a data não ser considerada sagrada para o seu credo.
Para os muçulmanos existem apenas duas festas religiosas: o Eid El Fitr, que é a comemoração após o término do mês de jejum (Ramadan) e o Eid Al Adha, onde comemoram a obediência do Profeta Abraão a Deus.
O Eid el-Fitr é comemorado no 1° dia do mês de Shawwal, o décimo mês do calendário islâmico. Em 2013, esse dia foi celebrado em 7 de agosto. Já em 2014, será no dia 28 onde os muçulmanos não podem comer ou beber durante todo o período do dia. Só é possível se alimentar quando o sol se põe e de novo antes que ele nasça.
Já o Eid al-Adha, também conhecido como Grande Festa ou Festa do Sacrifício, é um festival muçulmano que sucede a peregrinação para Meca. É comemorado a partir do 10º dia do mês de Dhu al-Hijjah (no último mês do ano lunar no calendário islâmico), com duração de quatro dias.
Nessas comemorações, os muçulmanos se reúnem nas mesquitas para ler e lembrar o nascimento do profeta, sua vida, seus valores; algumas vezes também há grupos de música entoando cantos para enaltecer o nome do profeta e sua lembrança.
Budismo
Os países que adotam o budismo como religião, caso de vários países da Ásia como China, Coreia do Sul e Japão, não se envolvem com a característica particular do nascimento de Jesus. Eles admiram e respeitam a tradição, mas Jesus Cristo para eles é considerado um “Bodhisattva”, ou seja, um ser de sabedoria elevada, que segue uma prática espiritual que visa remover obstáculos e beneficiar todos os demais seres.
Eles celebram a data pendurando decorações natalinas nos seus templos, enviando cartas para as pessoas que amam, mantendo vigílias até de madrugada e ocasionalmente ouvem músicas natalinas. A filosofia budista, diferentemente da cristã, não se baseia em qualquer tipo de idolatria ou em monumentos de culto e sim nos conceitos de autoconhecimento e na lei de causa e efeito. Assim, os budistas ocidentais não comemoram o dia 25 de dezembro com o “cunho” cristão, mas em pensamento espiritual.
A data mais importante para os budistas é chamada Visakha Bucha, quando os adeptos celebram o nascimento, a iluminação e a morte de Buda, seu fundador. Normalmente é comemorado em maio, num dia de lua cheia de acordo com o 6º mês lunar.
Judaísmo
Os judeus não comemoram o Natal nem o Ano Novo nos “moldes” cristãos – apesar de reconhecerem que Jesus existiu, não há uma relação de divindade com ele.
Para essa cultura, principalmente em Israel, a comemoração de fim de ano é o Hanukah, que significa festa das luzes em hebraico e lembram as vitórias contra a opressão, a discriminação e a perseguição religiosa. A festa consagra a vitória dos judeus contra uma província grega que tentava impor o politeísmo.
A festa de Hanukah para os judeus começa no 25º dia do mês judaico de Kislev e dura oito noites. Segundo os crentes, para cada um dos dias é acesa uma vela até que todo o candelabro esteja aceso no último dia de festa. Também teria havido um milagre: o óleo para acender as velas do templo, que seria suficiente para apenas um dia, durou oito.
Na comemoração, peru e bacalhau são substituídos por panquecas de batata e bolinhos fritos em azeite. E em vez de desembrulhar presentes à meia-noite, as crianças recebem dinheiro.
Hinduísmo
O hinduísmo, cultura tradicionalmente presente na Índia, tem como suas principais celebrações Durga Puja, o Dasara, o Ganesh Puja, o Rama Navami, o Krishna Janmashtami, o Diwali, o Holi e o Baishakhi. São festas relacionadas a energias, danças e cantos e que têm apenas um significado: adorar a “energia divina”.
O Diwali é o “festival das luzes” em que em cada casa, em cada templo são colocadas milhares de luzes, que ficam acesas toda a noite. O festival de cinco dias comemorado com toda a família é em homenagem a batalha que deu vitória a Krishna sobre o demônio Narakasura, em que a esperança toma conta das cidades e as expectativas de um próximo ano melhor e repleto de felicidade.
No Diwali, as pessoas costumam vestir-se de modo elegante e passar esse dia de descanso com a família. Geralmente há uma ceia e um momento especial de orações.
Taoísmo
A cultura taoista é predominantemente encontrada na China e faz qualquer celebração no Natal. A religião tem inúmeras datas onde se comemora o nascimento de grandes mestres ou a ascensão deles – também há rituais de exorcismo, alquimia e magia.
O Ano Novo chinês, comemorado segundo o calendário lunar, é um dos períodos mais importantes para a sociedade chinesa, que faz uma pausa no trabalho para festejar com a família. Oficialmente, o feriado possui 3 dias, mas costuma se estender por 7 dias e as festividades acabam durando até 15 dias.
Durante a celebração do Ano Novo, os chineses praticam muitas tradições que fazem parte da cultura do país. Tudo envolve superstições e pensamentos de positividade para o novo ciclo que se inicia, assim como acontece com as comemorações nas outras partes do mundo. Os chineses também acreditam que o que é feito nas primeiras horas da virada do ano afeta o restante dele. (Fonte: G1 e DarkSide)
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