Cinco mulheres que fazem a diferença

sábado, 07 de março de 2020
por Jornal A Voz da Serra
Cinco mulheres que fazem a diferença

O desafio é destacar apenas cinco mulheres para representar um universo de centenas, milhares, milhões de brasileiras exemplares. Elas servem de inspiração para que outras tantas possam acreditar que, nessas poucas linhas, todas as demais poderiam estar.

Irmã Dulce - Uma santa entre nós

Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes (1914-1992) levava moradores de rua para tomar banho, comer e dormir na casa de sua família em Salvador, Bahia. Tinha 13 anos. Aos 19, entrou para o convento e adotou o nome da mãe, se tornou a Irmã Dulce.

Expandiu o trabalho de ajuda aos pobres, criou centros de acolhimento e ergueu um albergue para atendimento gratuito onde antes ficava um galinheiro. Era 1948. Hoje, o Hospital Santo Antônio é um dos maiores da Bahia.

Em outubro de 2019, 27 anos após a sua morte, foi canonizada pelo Papa Francisco, e se tornou a Santa Dulce dos Pobres, a primeira mulher nascida no Brasil a ganhar o título da Igreja Católica. Tinha apenas 1,48m de altura, mas uma força interior e fé, gigantes. Seus atos de caridade, solidariedade e amor incondicional ecoam, até hoje, no imaginário do povo brasileiro.

Paloma Costa - A nossa Greta

Durante a Cúpula do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro de 2019, uma personalidade brasileira se sentou ao lado de Greta Thunberg. Não foi uma política ou uma empresária, mas a estudante de Direito (UnB) e coordenadora na ONG Engajamundo Paloma Costa que, naquele momento, se dirigiu a líderes mundiais.

"Precisamos ver a Amazônia pegando fogo para agir? Desde a minha primeira greve climática, meio bilhão de árvores foram destruídas na Amazônia", disse. Discursou defendendo os povos indígenas, questionou a capacidade da humanidade de se adaptar às transformações planetárias. Atualmente, Paloma também trabalha em projetos de educação climática para crianças e adolescentes.

Ilona Szabó - Não às armas

Uma das principais pesquisadoras na área de segurança pública no país, a cientista política nascida em Nova Friburgo (RJ) é diretora do Instituto Igarapé e já foi eleita líder global pelo Fórum Econômico Mundial.

No início de 2019 foi convidada pelo ministro Sérgio Moro para integrar como suplente o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. Ela seria a única mulher do grupo, mas, após críticas de eleitores de Jair Bolsonaro, foi barrada pelo presidente.

O motivo alegada seria a visão crítica de Ilona sobre a flexibilização da posse de armas. Em diversas entrevistas, ela reiterou sua posição: "Não foram discutidos o impacto e as consequências [de um menor controle] sobre a família e o aumento do feminicídio. Seria a abertura do governo para um debate democrático e plural”, argumentou.

Nina Silva - Apoio para empreendedores negros

A empreendedora criou o movimento Black Money para educar e criar uma rede de apoio para empreendedores negros. Formada em administração, trabalhou por anos como gerente de projetos em grandes empresas e enfrentou preconceito e resistência ao chefiar times de homens brancos.

Sua atuação no mercado de gestão de negócios e as falas sobre a importância da inclusão no ambiente de trabalho levaram Nina a ser eleita uma das 20 mulheres mais poderosas do Brasil, em 2019, pela revista Forbes. Os prêmios abriram caminho para uma série de palestras nos Estados Unidos. "Não somos iguais, mas as oportunidades deveriam ser", defendeu.

Leiliane Rafael - Enquanto você filmava

Enquanto um grupo de pessoas só observava ou filmava, ela arregaçou as mangas para salvar a vida de um motorista de caminhão envolvido no acidente que matou o jornalista Ricardo Boechat e o piloto do helicóptero em que ele estava, Ronaldo Quattrucci, em fevereiro do ano passado.

Mãe de três crianças, ela descobriu uma malformação arteriovenosa após o nascimento da terceira filha. Por essa condição, ela não poderia carregar peso ou passar por situações de estresse —tudo o que fez durante o acidente. "Mas eu não pensava em nada disso". 

Após a repercussão do salvamento, a vendedora conseguiu tratamento médico para seu problema de saúde. "Estou orgulhosa de mim, mas sinto que poderia ter feito mais". 

 

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