Aceita um cafezinho?

Uma tradição enraizada na cultura brasileira
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Freepik)
(Foto: Freepik)
O consumo de café no Brasil vai além da simples apreciação do sabor. A grande verdade é que a bebida é uma tradição enraizada na cultura brasileira, e a prova disso são as cafeterias que se multiplicam pelo país oferecendo uma variedade de métodos de preparo, grãos selecionados e combinações criativas.

O café é muito mais do que uma simples bebida no Brasil. É paixão nacional, que une pessoas e desperta sensações
Aliás, arriscamos dizer que não há — ou quase — nenhum brasileiro, ou mesmo turista em visita ao nosso país, que nunca tenha ouvido a gentil oferta: “Aceita um cafezinho?”. Ele está nas casas, lojas, locais de trabalho, oficinas, hospitais, hotéis, bancos. É difícil pensar em algum lugar ou estabelecimento que não tenha pelo menos uma garrafa térmica com xicrinhas ou os típicos copinhos de plástico ao lado. Nem sempre ele será gostoso, pode ser fraco ou forte demais, muito doce ou amargo, mas o fato é que o café é quase onipresente.

Presente em 98% dos lares brasileiros, a bebida, além de ser uma das preferidas no país, tem importante papel na nossa história, economia e vida diária. Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), a tradição de “tomar um cafezinho” teve início em 1450, quando os filósofos tomavam a bebida na intenção de ficarem acordados para práticas de exercícios espirituais. Com os anos, o hábito se popularizou e se tornou um ritual social, praticado mundialmente.

Na história do Brasil, o café teve grande importância para a economia do país, principalmente durante a 1ª República, época em que os lucros das lavouras permitiram grandes mudanças e avanços para o nosso território. Hoje, o Brasil é o maior exportador de café no mercado mundial e o segundo entre os consumidores da bebida.

A coordenadora de qualidade da Abic, Aline Marotti, brinca que o Brasil só fica em 2º lugar porque nos Estados Unidos, o maior consumidor de café, também se considera o consumo da bebida gelada. “Eu aposto que se fôssemos contabilizar apenas o café quentinho, nós ganhávamos. Nossos dados mostram que cada brasileiro consome, em média, 1.430 xícaras de café por ano ”, revela.

Crescimento nas redes sociais, queda na produção e alta dos preços

O café também ganha espaço no mundo digital. As redes sociais estão repletas de influenciadores e especialistas compartilhando dicas de preparo, curiosidades sobre os diferentes tipos de café. Diante desse panorama, fica evidente que o café é muito mais do que uma simples bebida no Brasil. É um elemento que une pessoas, desperta sensações e impulsiona a economia. 

O café moído subiu 39,6% durante o ano passado e, sozinho, teve o 4º maior impacto de 1 só item no IPCA, índice de preços medido pelo IBGE. As explicações para o aumento estão dentro e fora do Brasil.

O chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Café, Lucas Tadeu Ferreira, explica que a alta no mercado estrangeiro teve impacto nos preços internos para o consumidor nacional. “O café é uma commodity negociada em São Paulo, Nova Iorque e Londres. A alta do dólar influencia o preço da saca e incentiva a exportação”, comentou no site #BrasildeFato, lembrando que a saca de café subiu de cerca de R$ 900 para R$ 2.300 de 2023 para 2025.

Já a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou dados finais sobre a produção nacional de café em 2024, mostrando como houve uma diminuição da colheita do grão. De acordo com a estatal, foram colhidas cerca de 54,2 milhões de sacas de 60 kg de café no Brasil no ano passado. Isso é 1,6% menos do que o produzido em 2023. Só em Minas Gerais, onde mais da metade do café produzido no país é colhido, a queda chegou a 3,1%.

“O clima adverso registrado no ano passado e no final de 2023 trouxe impacto para importantes regiões produtoras de café, influenciando negativamente na produtividade média das lavouras”, afirma a Conab em comunicado.

No Brasil, existem estoques públicos de café mantidos pela Conab para contenção de variação de preço do produto. Porém, desde 2017, eles estão praticamente zerados, o que também tem impacto nos preços. 

 (Fontes: revistacafeicultura e Correio Braziliense)

 

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