Bandeira verde não é sinônimo de tudo liberado: pandemia não acabou

Decreto 714 detalha o regramento para cada setor. Alguns podem funcionar plenamente, uns com restrição e outros continuam proibidos
terça-feira, 20 de outubro de 2020
por Fernando Moreira (fernando@avozdaserra.com.br)
O Teatro do Colégio Anchieta vazio (Arquivo AVS/ Henrique Pinheiro)
O Teatro do Colégio Anchieta vazio (Arquivo AVS/ Henrique Pinheiro)

 

Nova Friburgo está em bandeira verde desde esta segunda-feira, 19, até o próximo dia 1º de novembro. Esse é o estágio mais brando de restrições impostas pela prefeitura no enfrentamento a pandemia e indica “risco muito baixo de contágio” pelo coronavírus. A bandeira verde foi instituída após cerca de sete meses de pandemia e 15 semanas do início da retomada gradual e segura das atividades, mas apesar de flexibilizar o funcionamento de praticamente todos os segmentos da economia friburguense, isso não indica o fim da pandemia. Por isso é importante ficar atento ao decreto 714, de 30 de setembro, que detalha o regramento imposto para o funcionamento de cada setor de acordo com as bandeiras da flexibilização. Alguns, inclusive, continuam com as atividades suspensas, outros ainda com uma série de restrições. Portanto, é importante frisar: a bandeira está verde, mas não está tudo liberado.

Indústrias, confecções, comércio, shoppings, hotéis e pousadas já podem funcionar em sua plenitude. Por outro lado, cursos livres, cinemas e auto escolas, por exemplo, permanecem com restrições. Enquanto isso, estão suspensas as atividades relacionadas a eventos com aglomeração de público, inclusive os desportivos, funcionamento de boates, teatros, casas de shows, parquinhos infantis, inclusive no interior de condomínios e clubes sociais e recreativos, estádios, campos, arenas, ginásios e afins.

ATUALIZAÇÃO: na noite de segunda-feira, 19, antes da publicação desta reportagem na edição impressa, novo decreto da prefeitura liberou a atividade artística de músicas, com algumas regras. LEIA AQUI.

Questionada por A VOZ DA SERRA se ampliaria o funcionamento de setores que ainda contam com restrições e se estaria elaborando um novo decreto atualizando os critérios de flexibilização, a Prefeitura de Nova Friburgo se limitou a informar que “as regras em vigor continuam sendo as dispostas no decreto 714” e que “o cenário epidemiológico será avaliado nos próximos dias”.

Independente disso, vale lembrar também que segue mantida a obrigatoriedade do uso de máscaras faciais, sejam elas artesanais ou não, em todo o território do município, exceto crianças menores de dois anos e pessoas incapacitadas ou incapazes de remover a máscara sem assistência.

Setores insatisfeitos

Isso acabou gerando dúvidas entre os friburguenses, que estavam na expectativa de que após a entrada em bandeira verde todas as atividades retomariam seu funcionamento normal. No entanto, no chamado “novo normal”, pelo menos por enquanto, não é assim. O fato agradou a parte da população, que ainda vê apreensiva a escalada da doença na cidade, que já tem um total mais de 3.500 casos confirmados e quase 150 mortes.

Porém, nem todos estão satisfeitos. O argumento é que enquanto alguns setores estão sendo beneficiados com a retomada das atividades, outros estão sendo preteridos e amargando prejuízos. Os critérios adotados pela prefeitura para flexibilizar, ou não, determinada atividade, também são alvo de críticas. Por exemplo, enquanto academias e clubes sociais já estão funcionando plenamente, cursos livres seguem com capacidade reduzida em 50% e proibição da participação de alunos menores de 18 anos.

“A sensação é de que a educação não tem vez. Enquanto bares são liberados, casas de festas, lojas de jogos eletrônicos superlotadas de adolescentes, crianças e adolescentes nas ruas seguindo vida normal, cachoeiras e restaurantes lotados, não conseguimos entender por que não podemos dar aula uma vez por semana com duas horas de aula no máximo, em um ambiente controlado, seguindo todos os protocolos exigidos, seguindo distanciamento de mais de dois metros por aluno”, declarou Thiago Motta, diretor de um curso livre. Ele conta ainda que, devido as restrições de funcionamento, foi obrigado a reduzir a equipe de funcionários em 60% para garantir a sobrevivência da empresa e pede a prefeitura critérios mais justos na elaboração dos decretos de flexibilização das atividades. O mesmo se aplica aos cinemas, que estão autorizados a funcionar com apenas 50% de sua capacidade, vedada a venda e o consumo de alimentos e bebidas no interior das salas de exibição, o que segundo o diretor do Cine Show em Nova Friburgo inviabiliza o negócio. Por isso, inclusive, os cinemas ainda não reabriram na cidade, apesar da liberação.

“Precisamos retornar com a operação completa: filmes e pipoca. Estamos com nossas equipes treinadas, produtos de higienização comprados, totens de álcool gel, sinalização de distanciamento e todos os cuidados para a volta ao cinema com segurança”, afirmou Cícero Celes, diretor dos cinemas de Nova Friburgo, que completou: “A pipoca faz parte da experiência no cinema e importante na viabilidade do negócio. Estamos em diálogo com a prefeitura para que possamos voltar com a experiência completa. Tão logo possamos abrir também a nossa bomboniere, reabriremos os cinemas dos dois shoppings de Nova Friburgo”, declarou Cícero em entrevista ao jornal no início de outubro.

 

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