O Banco do Brasil (BB) apresentou ao mercado no início de janeiro deste ano um plano de reestruturação que prevê a desativação de 361 unidades do banco ainda no primeiro semestre deste ano - sendo 112 agências, sete escritórios e 242 postos de atendimento. O banco de capital misto anunciou também uma reorganização dos quadros e um Plano de Demissão Voluntária (PDV) que deve atingir cerca de cinco mil funcionários.
O anúncio veio após o banco registrar lucro líquido de R$ 3,08 bilhões no terceiro trimestre do ano passado, mesmo afetado pela pandemia. O resultado foi 27,5% menor que no mesmo período de 2019, quando o banco registrou lucro líquido contábil de R$ 4,2 bilhões.
Essa reestruturação vai atingir duas das três agências do Banco do Brasil em Nova Friburgo. Segundo apurado por A VOZ DA SERRA, a agência do Centro, localizada na esquina da Praça Dermeval Barbosa Moreira com a Rua Monte Líbano, é a única que não será afetada. A agência de Olaria, na Praça 1º de Maio, em frente ao Posto de Policiamento Comunitário (PPC), do 11ºBPM, deverá ser fechada até o próximo mês, deixando o bairro mais populoso da cidade sem uma agência do Banco do Brasil. Já a agência do distrito de Conselheiro Paulino, na Avenida Roberto Silveira, passará a funcionar apenas como posto de atendimento, no qual não haverá gerente e os serviços oferecidos serão reduzidos.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários e das Bancárias de Nova Friburgo e Região, Max Bezerra, o município conta com aproximadamente 40 bancários nas três agências do BB, sendo cerca de 30 no Centro, cinco em Olaria e mais cinco em Conselheiro Paulino, fora os funcionários de apoio, como vigilantes, serviços gerais, limpeza, entre outros, que são contratados por empresas terceirizadas. Apesar de o PDV já estar em andamento, Bezerra revelou que apenas em março será possível estimar o impacto que essa reestruturação vai ger em Nova Friburgo.
Sindicato protesta
Em carta aberta publicada na edição desta quarta-feira, 10, de A VOZ DA SERRA, intitulada “Em defesa do Banco do Brasil do emprego e das prestações de serviços”, o Sindicato dos Bancários afirmou que a reestruturação prevista pelo BB “tem por objetivo sucatear e desmontar a estatal para dar ares de ineficiência a coisa pública e posteriormente ser vendida ao mercado”.
Ainda de acordo com o sindicato, “entre 2016 e 2019 o lucro do Banco do Brasil aumentou 122%, mas o BB fechou 19% das agências e reduziu o número de funcionários em 16%. A dispensa estimada de cinco mil funcionários em todo país vai impactar no atendimento já que as agências não terão caixas ou terão seu acesso dificultado, ou seja, clientes, usuários e consumidores de serviços bancários serão empurrados para fora das unidades e obrigados a buscarem outros meios para realizarem suas operações. Bancários, consumidores, clientes e a população que sofrerão com mais esta reestruturação. Uma vez que o atendimento será precarizado”.
Por fim, o sindicato afirmou que “a agência de Olaria que foi reduzida a posto de atendimento será fechada, deixando a comunidade com menos opção e acesso aos serviços bancários. Por estes motivos, o sindicato está nas ruas para denunciar esta arbitrariedade e, junto com a população, reivindicar que o Banco do Brasil mantenha a unidade de Olaria aberta, preservando assim um ambiente de negócios no bairro que fomenta a economia local, além de não desempregar bancários, vigilantes e auxiliares de serviços gerais”.
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