Ser campeão de uma grande organização de lutas é o desejo de todos os atletas que militam no mundo das artes marciais. O caminho é longo, árduo, mas Nova Friburgo, ao longo dos anos, vem demonstrando que com talento e dedicação o sonho é possível. Victor Dias é mais um friburguense próximo de alcançar o objetivo, e ganhar a chance de trazer um cinturão importante para o município.
“Só tenho a agradecer pela oportunidade de participar de um grande evento. Pude proporcionar uma grande luta a todo esse público que assistiu. Obrigado a Miami, Titan e Nova Friburgo, cidade que amo”, enfatizou.
As palavras de agradecimento foram ditas logo após a vitória sobre Cleveland Mclean, pelo evento Titan FC, no último dia 29 de junho, na Florida, Estados Unidos. O lutador de Nova Friburgo venceu por pontos, após três rounds bastante disputados. “Eu sabia do potencial do meu oponente, que tinha uma mão bastante dura, e precisava anular isso. E tentei fazer com o que eu tenho de melhor, que é o chão. Então, eu levei a luta para onde eu poderia dominá-lo. Foi dessa forma que eu fiz”, disse.
A VOZ DA SERRA conversou com Victor Dias, o “Paçoca”, sobre todo o processo de preparação, a estratégia adotada para vencer a luta, a oportunidade de fazer parte de uma das maiores equipes do mundo de MMA e os planos para o futuro próximo. Dentre eles está o de trazer o cinturão do Titan FC para Nova Friburgo: “É algo que possui grande potencial para acontecer no futuro bem próximo”, observou.
A VOZ DA SERRA: Como surgiu essa oportunidade para a nova luta pelo Titan?
Victor Dias: Eu já estava treinando, fui fazer um camp nos EUA a convite do Anderson França, logo após a última luta. Ele achou que seria uma boa ideia passar um tempo por lá, para entender como as coisas estão funcionando, os treinos e tudo mais. Então veio a pandemia e eu acabei ficando um pouco preso com eles, não consegui voltar. Com isso apareceu essa oportunidade para lutar, e o Alex Davis, meu empresário, perguntou se eu gostaria. Fechamos a luta, e no fim das contas, o que era para dar errado deu certo.
E foi tudo muito rápido, desde a confirmação até os meses nos EUA... Conte-nos um pouco desse processo.
Comecei a treinar, me entrosar e fiz grandes amizades com os melhores do mundo. Comecei a treinar as especificidades para essa luta que eu iria fazer e foi um processo natural. O casamento entre eu e a equipe foi acontecendo, dando tudo certo. Me entrosei com os professores durante esses três meses e meio que fiquei por lá, e nós estudamos o meu oponente. Eu sabia que não poderia errar, e acabei fazendo tudo certo.
A nova equipe American Top Team reúne grandes nomes das artes marciais: até que ponto foram importantes os treinos com ela?
É a maior equipe de MMA do mundo e é um grande prazer estar fazendo parte dela. Ainda estou vinculado a minha equipe do Rio de Janeiro, mas quando o assunto é os Estados Unidos, eu estou fechado com a ATT. Espero que essa nossa união nos dê bons frutos, pois eu sou um atleta dedicado e lá os professores também são dedicados e atentos. Eles me passam as estratégias e eu executo. Dessa forma, subindo um degrau por vez, nós vamos buscar o objetivo de ser campeão de um grande evento.
Falando sobre a luta, é muito diferente lutar sem público?
Lutar na pandemia realmente foi algo bastante diferente. Geralmente tem público, e sem ele, é como se fosse um treino particular entre eu e o oponente. Mas todo mundo estava assistindo pela televisão e lá estavam apenas os juízes, jornalistas e pessoas fundamentais para o evento acontecer, devidamente testados. Foi bem diferente, mas muito bom porque eu ouvi literalmente tudo o que os meus treinadores estavam falando. Senti como se eu estivesse treinando na academia com um companheiro novo. Na hora que começar a luta mesmo, a gente não percebe muito se tem público ou não. Mas na questão do barulho é diferente.
Nas entrevistas você falou sobre a estratégia de anular “a mão do adversário” e buscar a sua especialidade, no chão. Nesse contexto, seu desempenho foi dentro do esperado, não só por você, como também pela equipe?
A estratégia era essa. O oponente tinha o dobro de lutas, e sabíamos que ele viria para tentar vencer por nocaute. É o instinto dele, sempre tenta resolver tudo no primeiro round. Eu precisava de gás e técnica para segurar a pressão, e conseguir desgastá-lo para ir vencendo a luta. Eu não poderia errar, baixar a guarda. Mas eu estava bem treinado para executar a estratégia. Segui o que foi treinado durante o mês inteiro e consegui voltar com a vitória para o Brasil.
Ao final do combate, além do pedido de casamento, houve também o “desafio” ao detentor do cinturão. Já há alguma previsão de nova luta, ou possibilidade de acontecer esse combate pelo título?
O cinturão da organização está vago na minha categoria, e eu treino com o ex-campeão, que agora está em outra organização. Peguei um cara bem duro, venci e mostrei o meu potencial e pedi a oportunidade. O presidente da organização disse que vai me dar a oportunidade, e a gente fica na expectativa de formalizar isso em contrato e oficializar a luta. Mas é algo que possui grande potencial para acontecer no futuro bem próximo. Se Deus quiser, vamos trazer esse cinturão para Nova Friburgo.
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