Ao longo da nossa vida, vamos nos encontrando e conhecendo diversas pessoas. Algumas passam, outras ficam por um tempo e tem as que permanecem. Essas são as amigas verdadeiras. As que nem o tempo, nem a distância são capazes de interferir no sentimento e na ação. Clichê? Sim… Mas, na vida é assim que reconhecemos os amigos
A comerciante Caroline Portugal e a cabeleireira Roseli Freitas se conheceram através de amigas em comum. Mas a conexão entre elas foi tão forte que a amizade sobressaiu às demais e, desde então, sempre estão juntas. Depois de quase 30 anos, hoje, além de amigas são comadres. Roseli foi madrinha de casamento de Caroline e a comerciante é madrinha da filha de Roseli. Para Caroline, a maternidade de ambas foi o momento mais marcante na amizade delas.
“A Roseli fez o registro do momento mais importante da minha vida. Ela fez minhas fotos de grávida, com olhar além de fotógrafa, pois me conhecia tão bem que sabia como eu estava me sentindo naquele momento. E eu tive a intuição de que ela estava grávida, antes mesmo dela pensar na possibilidade”, disse Caroline.
Mas amiga que é amiga também coleciona histórias engraçadas. “Certa vez fomos para a praia e ela entrou na casa errada, tirou o chinelo e ainda disse que ia tomar banho. Até que um dos meninos disse que ela até poderia, mas que ela estava na casa errada, lá só havia homens”, revela a comerciante.
Hoje, não conseguem se encontrar pessoalmente como gostariam, mas sempre que possível, estão juntas. “Mas tudo que me lembra Roseli, seja uma notícia, um meme, uma roupa, mando pra ela por whatsapp e o mesmo ela faz comigo. Às vezes, mandamos ao mesmo tempo a mesma mensagem”, diverte-se Caroline.
Amizade desde a maternidade
E já que a matéria é sobre amizade, eu tenho uma especial, que nasceu, literalmente, na maternidade, com minha amiga Renata Colly. Isso porque temos dois dias de diferença de nascimento. E para minha mãe dar entrada no hospital, a mãe dela teve alta para desocupar o quarto. Sempre estudamos juntas e, ao longo dos anos, nossa amizade foi se solidificando. Foi na adolescência que nos descobrimos melhores amigas. Tantas descobertas juntas, tantas conversas de mais de horas ao telefone, chorando as paixões não correspondidas...
Nossa primeira viagem de avião foi feita juntas. Uma aventura de 17 dias em São Luis, no Maranhão. E, quando fomos pra Universidade, dividimos um apartamento de quarto e sala com mais duas amigas, no Rio de Janeiro. Isso na década de 1990, éramos nós por nós na capital, sem internet, sem celular. Como crescemos naqueles anos longe das casas dos nossos pais.
A vida adulta chegou. Com ela, muitas obrigações nos afastaram fisicamente. Mas jamais deixamos de ter contato e de estar ao lado uma da outra para dar suporte nos momentos difíceis e comemorar as conquistas. Nos altos e baixos das nossas vidas, sempre estivemos juntas.
E, num desses momentos meus de queda, me lembro de receber um saquinho de pão, reaproveitado da padaria, com rosquinhas fritas. Rosquinhas feitas dos ingredientes mais simples: leite, trigo, açúcar. Chegaram numa tarde fria e combinavam perfeitamente com um café quentinho, tipo de comida que traz alento ao estômago e à alma. Renata sabia do que eu precisava naquele momento: um gesto de carinho, tipo: “Amiga, estou aqui”. Tenho o post desse “recebido” no meu facebook e o comentário dela: “Minha amiga querida, adoro te ver bem! Que Deus ilumine seu caminho e cuide do seu coração. É só um carinho da amiga que te ama”.
O engraçado é que nossos encontros sempre são adiados, nossos cafés nunca acontecem, nem me lembro da última vez que nos encontramos. Mas, sempre estamos nos falando pelas redes sociais e sinto sua presença em minha vida, como quando recebi as rosquinhas. É isso, uma amizade que nasceu exatamente junto comigo e permanecerá para sempre. Te amo, amiga!
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