Em 1966, o dia 14 de novembro foi escolhido pelo Governo Federal como o Dia Nacional da Alfabetização, data que relembra a criação dos antigos Ministérios da Educação e da Saúde Pública. Felizmente, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, o analfabetismo vem diminuindo consideravelmente nos últimos 15 anos, embora muito ainda precise ser feito para que esse problema seja completamente erradicado.
De acordo com a pesquisa realizada pelo Instituto, 13 milhões de brasileiros ainda não conseguem ler ou escrever, número que preocupa e indica a urgente necessidade de melhorias no ensino público do país.
Na escola temos acesso às técnicas de leitura, aprendemos a decifrar o código, que é a língua portuguesa, mas nem sempre aprendemos a entender aquilo que lemos. A esse fenômeno deu-se o nome de analfabetismo funcional, isto é, o indivíduo, embora domine a técnica, não consegue compreender textos de diversos gêneros textuais, até mesmo os mais simples e mais acessados no cotidiano, como bulas de remédios, manuais de instruções e placas de rua ou ônibus.
Sem a compreensão na leitura, não há desenvolvimento intelectual satisfatório, já que esse é um fator que limita a apreensão e assimilação de informações de maneira adequada.
Embora a importância social da leitura seja reconhecida por 80% da população brasileira, quase 50% das pessoas declaram não ler livros, pois apresentam graves dificuldades de compreensão. Os dados foram colhidos pela pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, do Instituto Pró-Livro, confirmando que o analfabetismo funcional precisa ser tratado com maior seriedade. As mudanças devem ter início na escola, e é imprescindível o comprometimento de toda a comunidade escolar para a erradicação do problema.
Não basta alfabetizar, é preciso letrar o indivíduo para que ele possa interpretar os textos lidos, bem como desenvolver sua criticidade e autonomia. Para isso, é fundamental que o processo de letramento vá além do ambiente escolar, e para tanto é indispensável o comprometimento de pais e mestres. A data, embora simbólica, faz-nos relembrar a importância da alfabetização e do letramento para a formação intelectual do indivíduo, sendo também essencial para que o assunto seja constantemente discutido, visando a soluções eficientes que combatam o analfabetismo.
As complexidades da volta à escola pós-pandemia
De acordo com a psicopedagoga Inahiara Venancio, professora de Séries Iniciais e diretora adjunta da Escola Municipal Bernardo Pacheco, de Nova Friburgo, retornar às salas de aula em 2022, praticamente com todos os alunos — salvos aqueles que apresentavam algum tipo de comorbidade que os impedia do retorno imediato — não era o mesmo voltar após as férias escolares de 2019 ou Carnaval de 2020.
“Foi um recomeço diferente. Não somente para fazer um período de acolhimento, adaptação, sondagens e seguir em frente com as habilidades e competências que deveriam ser trabalhadas para cada ano escolar, mas um período de mais estudo, análise, ponderações, preparo emocional e físico, e muito planejamento das ações adequadas para um retorno tão esperado”, disse a professora. Confira a entrevista aqui. (Com informações do Brasil Escola)
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