Bem-estar animal. Aumenta o número de famílias com pets

Criar um bichinho surge como alternativa para jovens que preferem adiar o sonho de ter filhos para investir na estabilidade financeira
segunda-feira, 07 de julho de 2025
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Freepik)
(Foto: Freepik)

Cada vez mais aumenta a quantidade de perfis do Instagram dedicados exclusivamente aos pets. Creches onde os seus donos os deixam durante o dia como se fossem crianças no jardim de infância e hotéis onde ficam quando acompanham seus tutores nas férias. Terapia e treinamento para problemas comportamentais. Roupas para cada tipo de clima, calçados para caminhada e fantasias. Festas de aniversário com bolos de carne magra, cortes de cabelo da moda e sessões de fotos. Estes são alguns dos muitos exemplos que mostram que os animais têm um papel cada vez mais protagonista na vida dos humanos, e que a relação entre eles é cada vez menos tutor-animal de estimação e cada vez mais filho-pai. Na verdade, muitos jovens têm decidido ter cães ou gatos em vez de filhos.

“Embora existam países, e cidades, onde a tendência para ter animais de estimação em vez de crianças, e tratá-los como tal, seja mais acentuada – Tóquio, no Japão; Milão, na Itália, e Los Angeles e Miami, nos Estados Unidos, são exemplos – estamos falando de um fenômeno global com milhares de seguidores, principalmente entre as novas gerações. As razões por detrás disso vão desde a falta de compromisso com o amor pela liberdade individual, o estresse econômico e até a consciência social. Famílias multiespécies são cada vez mais comuns”, observa Yulieth Cuadrado, terapeuta especializada em neuropsicologia.

Segundo uma pesquisa da Growth from Knowledge (GfK), ao lado do México e do Brasil, a Argentina está entre os países com maior percentual de animais por família. Na verdade, outro estudo mostrou que 79% dos lares argentinos têm animais de estimação e 77% os consideram membros da família.

Mais liberdade e menos compromisso, sem abrir mão do amor

“Não faz muito tempo, a realização pessoal envolvia ter uma família com muitos filhos. Hoje, porém, as ideias de felicidade e bem-estar dependem muito mais da realização individual, ajustada às próprias necessidades”, pondera Cuadrado. Nesse contexto, a alternativa de ter cachorro, gato ou outro animal de estimação se apresenta como forma de preservar a individualidade, sem abrir mão da satisfação de cuidar, criar e amar o outro. “Os animais não requerem tanta atenção quanto os humanos. O cuidado é qualitativamente mais simples e permite uma vida muito mais flexível”, reflete Nicolás Andersson, de 31 anos, formado em psicologia.

Ele e sua namorada deixam bem claro que não querem bebês porque não querem que suas vidas pessoais fiquem em segundo plano. Eles possuem dois buldogues franceses, Odin e Floki, que, segundo eles, são como seus filhos, mas com menos responsabilidades envolvidas.

Cuadrado aponta que cuidar e proteger são habilidades instintivas do ser humano, e dar e receber amor, uma necessidade com múltiplos benefícios para o bem-estar pessoal. A psicóloga conta que, entre os benefícios que seus pacientes identificam em ter animais em casa, um em especial se repete: a calma. “Quando olhamos nos olhos dos nossos animais de estimação, conversamos com eles ou os acariciamos nosso cérebro secreta oxitocina, um neurotransmissor fundamental em diversas funções fisiológicas e sociais, entre as quais estão a construção de vínculos emocionais, a redução dos níveis de cortisol e a regulação emocional”,  explica.

De acordo com um estudo publicado no National Institutes of Health (NIH), os animais de estimação podem reduzir o stress, melhorar a saúde cardíaca, ajudar as pessoas com as suas competências emocionais e sociais e encorajar a responsabilidade e o compromisso. 

O fator econômico 

O fator econômico é outro elemento que leva vários jovens a preferirem ter animais de estimação em vez de filhos. É o caso de Ignacio Martínez Larrea, de 20 anos. “Ter filhos é caro e ganhar dinheiro é complicado. Embora os animais de estimação envolvam despesas, são substancialmente menores”, diz ele. Do seu grupo de seis amigos, cinco têm a mesma opinião que ele. 

Os entrevistados concordam que a decisão de ter um filho significa ser capaz de cobrir questões básicas relacionadas com a segurança econômica, tais como poder pagar uma casa suficientemente grande (seja alugada ou possuir propriedade própria), educação a longo prazo (escola e talvez universidade), todos os cuidados médicos necessários para uma boa saúde e atividades recreativas. (O Globo

 

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