O mito de Narciso é uma das histórias mais famosas da mitologia grega, sobre um personagem que era tão belo e vaidoso que, após desprezar inúmeras pretendentes, acabou se apaixonando pelo próprio reflexo. Morreu de fome e sede à beira da fonte de água onde via sua imagem refletida.
A versão mais conhecida do mito de Narciso é contada pelo poeta romano Ovídio (43 aC/18 dC) em sua obra Metamorfoses. Filho da ninfa Liríope e de Céfiso, deus dos lagos, certa vez, quando ainda era uma criança, sua mãe procurou o vidente Tirésias para saber se o filho teria uma vida longa. A resposta deixou Liríope perturbada: “Ele só viverá muito se não se conhecer”.
Desde pequeno, Narciso chamava a atenção pela sua beleza. E conforme os anos foram passando, não faltaram pretendentes, meninas e meninos. Mas Narciso desprezava todos.
Certo dia, enquanto caçava no bosque, o belo rapaz foi surpreendido por Eco, uma ninfa condenada a repetir o final das frases ditas pelas pessoas. Assim, não surpreende o fracasso do diálogo entre os dois, já que Eco só conseguia repetir as últimas palavras de Narciso. Confuso e irritado, Narciso repeliu a ninfa no momento em que ela tentou abraçá-lo.
Sentindo-se rejeitada, Eco se isolou no meio do bosque e deixou de comer e beber. Tempos depois, ela morreu, mas sua voz permaneceu, dando origem ao eco. Narciso continuou desprezando todo mundo que ousasse tentar conquistá-lo. Até que um dia uma ninfa clamou aos deuses que Narciso fosse punido. O castigo veio pelas mãos de Nêmesis, a deusa da vingança.
Durante um passeio pelo bosque, Narciso encontrou uma fonte de água cristalina que até então nenhum ser vivo havia tocado. Debruçou-se sobre a fonte e, sem se dar conta de que se tratava de seu próprio reflexo, viu um belíssimo jovem olhando diretamente para ele. O deslumbramento foi tão grande que Narciso não conseguia parar de olhar para aquele misterioso rapaz. Estava, enfim, apaixonado.
Mas o amor de Narciso não era correspondido. Mesmo decepcionado, recusou-se a abandonar a fonte, na esperança de que um dia pudesse concretizar o seu amor. O que jamais aconteceu.
Deprimido, Narciso deixou de comer e beber e acabou definhando. Seu excesso de vaidade o levara a se apaixonar por ele mesmo. Assim, o mito pode ser entendido como uma crítica ao egocentrismo e ao excesso de vaidade. No lugar onde morreu, nasceu uma flor amarela e branca, conhecida pelo nome “narciso”.
Nesta edição, abordamos o transtorno de personalidade narcisista, condição psiquiátrica que provoca comportamentos de grandiosidade e falta de empatia, além de outros transtornos, em reportagens e textos de especialistas. Boa leitura e bom fim de semana!
Ana Borges
(Fonte: significados.com.br)
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