Neste domingo, 29, comemora-se o Dia Nacional do Livro, data escolhida em homenagem ao dia da fundação da Biblioteca Nacional do Brasil, no Rio de Janeiro, quando a Real Biblioteca Portuguesa foi transferida para a colônia, em outubro de 1810.
Dois anos antes, foi impresso o primeiro livro no Brasil — “Marília de Dirceu”, de Tomás António Gonzaga. Com a chegada da imprensa ao país [Pernambuco 1706; Rio de Janeiro, 1747; e Vila Rica/MG, 1807], as máquinas de impressão eram utilizadas para imprimir os jornais com notícias de interesse do governo português, que financiava as impressões e, portanto, controlava o conteúdo. Sentindo-se cerceados, alguns autores brasileiros optaram por imprimir suas obras em países europeus.
Os primeiros registros gráficos foram feitos em papiro, uma espécie de lâmina retirada do caule de uma planta de mesmo nome e que facilitava a escrita. Tempos depois os rolos de papiro foram substituídos pelo pergaminho, que podia ser costurado, já que era feito de pele animal e mais resistente. O papel surgiu na Idade Média e os livros, ainda escritos à mão, começaram a substituir os pergaminhos.
Em meados de 1455, o alemão Johannes Gutenberg promoveu a mudança que revolucionaria a história da escrita: ele criou uma técnica de prensa com uma impressora que reproduzia letras e símbolos com relevo esculpidos em metal. O processo espalhou-se rapidamente pela Europa e, logo, pelo mundo.
A primeira impressão de um livro feita por Gutenberg foi a Bíblia. Inicialmente, ele começou a produzir páginas com 40 linhas, mas devido ao alto custo, resolveu dividir 42 linhas em duas colunas por página. O exemplar, escrito em latim, preencheu 1.282 páginas.
Bibliotecas
No século 20 começaram a surgir as bibliotecas organizadas e a preservação e coleção de livros. Já no século seguinte, as bibliotecas passaram a ser construídas para receber leitores, com acomodações adequadas para leitura no local, com o objetivo de dar acesso ao maior número possível de pessoas.
Com o advento e avanço da tecnologia, outro formato de livros ganhou espaço: o digital. Os tais “livros do futuro” têm a possibilidade não só de trazer publicações através desta ferramenta, mas de reproduzir as mais antigas publicações da história.
Ainda há os eternos apaixonados pela forma física do livro, que gostam de marcar suas páginas, fazer anotações nelas, sentir o cheiro — da mistura do papel com tinta — e colecionar títulos. No entanto, a praticidade do meio digital ganhou espaço, e hoje, uma boa parcela de leitores optam por consumir livros em versões digitais, pelo celular, computador, tablets.
Enquanto algumas pessoas são apaixonadas por livros, colecionam obras e não passam um dia sem ler, outras já não têm tanta facilidade em se concentrar em alguma obra, embora até sintam o desejo de criar esse hábito.
O bem que a leitura faz
Segundo especialistas, a prática da leitura é extremamente importante para a saúde mental. Além de ser relaxante, é bom para exercitar a memória, enriquecer o vocabulário, facilitar a interpretação das palavras, o raciocício; ao expandir o conhecimento, ultrapassamos os limites a que estamos acostumados. Resumindo, ao estimular a imaginação, permite que o leitor “viaje e conheça novos mundos”.
Por tudo isso, é natural concluir o quão importante é iniciar o hábito da leitura na infância. Seja o pai, a mãe ou responsável, pode, por exemplo, iniciar a prática lendo histórias para os filhos. Há muitos livros infantis com conteúdo lúdico, e com a alfabetização, a leitura de contos e gibis é importante para que as crianças se interessem em exercitar esse hábito.
Quanto antes o costume é adquirido, mais fácil de ele permanecer no decorrer da vida. Se a criança começa a ler desde os primeiros anos de vivência, o hábito torna-se natural e ainda contribuirá para o estímulo da imaginação e da criatividade.
Da infância à vida adulta
Nunca é demais repetir: a leitura traz inúmeros benefícios aos leitores e quando estimulada desde a infância os impactos positivos podem ser ainda maiores. Por meio dela, as crianças desenvolvem a concentração, memória, raciocínio e compreensão, estimulam a linguagem oral e ampliam a capacidade criativa.
Os benefícios se estendem para o fortalecimento de vínculos afetivos, quando o momento é compartilhado, e para as habilidades socioemocionais, uma vez que, por meio da leitura, as crianças começam a entender seus sentimentos e a tentar lidar com eles.
Ler é um hábito que deve ser estimulado em todas as idades, pois ajuda a desenvolver o raciocínio, pensamento crítico, melhora o vocabulário e amplia o repertório. Quando se trata das crianças, esse costume deve ser ainda mais incentivado, já que tem muitos benefícios para o desenvolvimento dos pequenos.
A leitura é parte integral do processo de alfabetização, que começa por volta dos seis anos, e ajuda a criança a ter uma percepção aprofundada do mundo. Em casa e na escola, é necessário incentivar a leitura, que abrirá muitas portas e ampliará os horizontes na formação dessa pessoa até a juventude e a fase adulta.
Como estimular a leitura infantil
As crianças de hoje em dia vivem em um mundo com muito mais estímulo visual, das telas da televisão, computador e celulares. Os desenhos animados são mais rápidos e a rotina mais corrida, assim como dos pais.
Isso pode causar ansiedade e estresse e, além dos efeitos mais óbvios, atrapalha seu desenvolvimento social e intelectual. Ler um pouco todo dia ajuda a diminuir a ansiedade, e pode ser um momento de desacelerar e focar em um tema específico.
Os especialistas que atuam com educação infantil têm um grande desafio ao estimular a leitura. Não só porque as crianças têm um tempo de aprendizado distinto umas das outras, mas seus gostos pessoais e desenvolvimento intelectual também são diferentes.
“Crianças são naturalmente curiosas e os livros abrem espaço para novos universos, permitindo-lhes usar a criatividade e promover essa veia questionadora. A criatividade é uma habilidade importante em todas as etapas da vida, porque amplia seu entendimento do mundo.
Muitas vezes as crianças sentem coisas que não sabem explicar, sendo mais complexas do que só raiva ou alegria. Os livros ajudam-nas a compreender isso melhor, e seu senso crítico em geral, ou seja, suas opiniões e sua maneira de pensar.
Quanto mais mundos, ideias, e fantasias elas conhecerem, mais sentirão interesse em desenvolver esse aspecto, e ainda conseguirão traçar paralelos com a realidade e aprimorar seu raciocínio. Seja em casa, seja na escola, ler junto com as crianças ajuda a fortalecer os vínculos e a relação de proximidade. Além de gerar memórias felizes, estreita o contato, gerando uma ligação de respeito e afeto”, enfatizam os professores.
Ainda assim, é preciso encontrar ferramentas que ajudem nesse processo, além de incentivar os pais a fazerem o mesmo. Confira algumas dicas para estimular a leitura nas crianças:
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Cantinho da leitura — Crie um espaço onde eles se sintam à vontade, sentados no chão, em cadeiras ou como for mais confortável. Além de ajudá-los a desenvolver uma rotina e organização, ao identificar o cantinho com a hora da leitura, eles com certeza vão associar essa hora a um momento de prazer.
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Converse sobre a história — Depois de ler um livro, faça perguntas e deixe que eles deem suas interpretações sobre o que leram e ouviram. É uma forma de pôr em prática os benefícios acima, já que eles precisarão de repertório e vocabulário, além de estimular o pensamento e a criatividade.
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Transforme em diversão — Livros infantis buscam formas lúdicas e divertidas de desenvolver os temas propostos, e essa é uma ótima oportunidade de transformar a leitura em um momento de diversão, em que cada um pode interpretar papéis, todos podem criar vozes, ou ainda desenvolver figurinos ou fazer desenhos de seus personagens favoritos.
(Fontes: Blog Portal Pós / Fundação Abrinq / brasilescola.uol.com.br / memoria.ebc.com.br)
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