Jornais do mundo inteiro, como jornal365.com, estão de olho nas discussões que têm sido travadas pela FDA (Food and Drug Administration), sobre a utilização de animais para testes médicos e farmacêuticos. A definição da entidade, que regula o setor médico dos EUA, pode servir de parâmetro para agências de atuação similar ao redor do mundo.
Atualmente, sabe-se que marcas que são testadas em animais estão no centro de um debate que envolve o mercado, especialmente o setor de cosméticos, os governos e a atuação de ativistas em defesa dos animais. As empresas alegam que não podem fornecer um produto ao público sem saber de suas possíveis reações. Pessoas contrárias a essa estratégia dizem que isso coloca os animais em eterno risco e extrema vulnerabilidade.
Em resposta à crescente pressão, a FDA está reexaminando sua exigência de que testes em animais sejam realizados para produtos sob sua jurisdição. De acordo com especialistas ouvidos pela agência, algumas tecnologias alternativas que não envolvem o uso de animais podem até melhorar a capacidade de prever o risco humano e a eficácia dos medicamentos.
Embora os modelos animais tenham sido fundamentais para trazer novas terapias ao mercado, esse tipo de teste levanta preocupações éticas. Além disso, os animais não são idênticos aos humanos, e os resultados de estudos realizados em não-humanos podem levar os pesquisadores ao erro. Diferentes espécies absorvem e metabolizam drogas de forma distinta, avaliam os especialistas.
Historicamente, o FDA só permitiu alternativas aos estudos em animais em alguns casos, mas esse entendimento da agência norte-americana está mudando. Em uma reunião de 14 de junho com seu Conselho Científico, a FDA discutiu abordagens não-animais que poderiam substituir, reduzir e refinar os testes para fins regulatórios.
O grupo de novos métodos alternativos (NAM) da agência explicou que novas tecnologias, como sistemas microfisiológicos em combinação com métodos celulares e computacionais, têm o potencial de fornecer melhores resultados e levar produtos ao mercado mais rapidamente. E sem a utilização de animais no processo de certificação e testes.
A FDA está considerando colocar essas tecnologias à prova em um processo de qualificação, o que significaria que os desenvolvedores não precisam revalidar ferramentas que passaram por esse procedimento rigoroso.
Para financiar esses esforços, a FDA está pedindo ao Congresso dos EUA cerca US$ 5 milhões (Algo em torno de R$ 20 milhões) para sua iniciativa de NAMs no ano que vem.
“Embora não estejamos nem perto de substituir todos os testes em animais, há oportunidades para métodos alternativos ganharem relevância dentro da agência”, disse David Strauss, diretor da Divisão de Ciência Regulatória Aplicada da FDA, em entrevista ao site Science Board.
A FDA supervisiona uma ampla gama de produtos muito além de medicamentos, incluindo produtos biológicos, cosméticos, alimentos, dispositivos médicos e tabaco.
Os testes em animais têm tradicionalmente desempenhado um papel importante no estabelecimento da segurança e eficácia de todos esses produtos. A expectativa é que mudanças sejam feitas na agência americana, para que outras entidades ao redor mundo alterem seus procedimentos. Se isso vai acontecer na prática? Só o tempo dirá.
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