Alunos dos cursos de Técnico em Vestuário, Modelagem e Assistente de Produção Técnica, do Senai Espaço da Moda, em Nova Friburgo, usaram o cenário da pandemia para propor uma reflexão sobre as novas tendências de consumo e a cultura do slow fashion, através do Projeto Integrador Novos Talentos 2022, com o tema “A moda pós-pandemia”. Ao todo, 19 grupos desenvolveram peças visando design, saúde, tecnologia, handmade e sustentabilidade com técnicas de tingimento natural, reaproveitamento de tecidos, bordados feitos à mão, aplicação de técnicas em 3D, entre outros resgates da desaceleração da produção em massa, focando na qualidade e inovação.
O projeto Integrador Novos Talentos tem como objetivo permitir que as empresas conheçam os novos profissionais da cadeia, estabelecendo uma forma de comunicação entre os alunos e as empresas. “Esse projeto nasceu em 2015, após uma viagem ao Japão, onde percebi que era possível unir o talento à mão na massa para aprimorar as técnicas. A proposta é que de fato esse aluno seja protagonista e esteja preparado para tudo o que o mercado da moda exige ”, relata Marcelo Porto, vice-presidente da representação regional da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) no Centro-Norte fluminense e presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Nova Friburgo (Sindvest).
Até dezembro deste ano, a exposição ‘Vida’ poderá ser conferida na fachada e nos corredores do Senai Moda, na Avenida Conselheiro Julius Arp, no Paissandu, onde é possível conhecer de perto cada detalhe desse projeto que trouxe aos alunos mais que uma formação profissional qualificada, mas uma nova visão da moda e o desafio para a criação de novos produtos que contribuam com o planeta.
“Nós fomos desafiados a revolucionar a moda nessa nova normalidade e queremos preparar os nossos alunos para pensar fora da caixa e desenvolver novos produtos para o mercado do futuro, considerando que esse futuro já começa agora”, aponta Milena Cariello, coordenadora de educação profissional, do Senai Espaço da Moda.
Focando na sustentabilidade e na saúde da mulher, um grupo desenvolveu a criação “Sopro”, que é uma lingerie utilizando tingimento com chá de camomila, que agrega conforto e proteção, através de tecidos antibacterianos capazes de filtrar 99% das partículas virais, além do trabalho artesanal com mais de 35 horas investidas em bordados.
“Sopro" (acima) vem da junção das nossas habilidades para produzir uma peça que trouxesse tudo aquilo que sabemos fazer e tudo o que acreditamos em relação ao futuro da moda. Mas que também tivesse proteção à saúde diante do momento em que estávamos vivendo”, disse a aluna Maria Izabel Leal.
Já o projeto “Fold” (abqixo) apostou na tecnologia desenvolvendo um conjunto da linha fitness com aplicação em tecnologia 3D e a utilização de tecido remanufaturado (economia circular) com mangas prolongadas para proteger as mãos, uma proposta que tem a Geração Z como público-alvo.
“A gente quer mostrar a importância de se começar a ser sustentável na indústria da moda tanto pela preocupação com o meio ambiente como por poder futuramente atender um público que se tornará a massa consumidora do planeta que é 100% preocupada com essa questão”, ressalta Mikelly Peixoto, aluna do curso Técnico em Vestuário.
Investindo em design e handmade, a criação “Fresia” traz maiô e uma saída de praia com uma flor, de inspiração africana construída em modelagem espiral, além de flores confeccionadas de forma artesanal a partir de resíduos têxteis. A peça tem tecido com microcápsula de aloe vera que promove hidratação e ação anti séptica para proteção da saúde feminina.
“Um dos problemas da moda praia é que a umidade causa irritação e infecção por fungo na região íntima. Por isso, desenvolvemos um produto que traz um forro com tecido tecnológico com o Aloe Vera, que tem ação antiinflamatória”, conta a aluna Milena Moraes de Araújo.
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