Nova Friburgo passou nos testes feitos com água da torneira de 763 municípios brasileiros, revela Wanderson Nogueira em sua coluna "Observatório" (leia a íntegra aqui).
No caso de Friburgo, substâncias potencialmente nocivas à saúde, como produtos químicos e radioativos, foram encontradas em níveis aceitáveis, dentro dos limites regulamentados pelo Brasil. No entanto, um em cada quatro municípios que fizeram os testes apresentou sérios riscos à saúde aos seus moradores. No Estado do Rio, apenas 22 dos 92 municípios foram testados, sendo que em três foram encontradas substâncias com os maiores riscos de gerar doenças crônicas, como câncer: Campos, Paraty e Quissamã.
Já em São Sebastiao do Alto e Três Rios foram encontradas outras substâncias que geram riscos à saúde, em uma escala abaixo dos mais graves.
Os dados estão no Mapa da Água e são resultados de testes realizados entre os anos de 2018 e 2020, feitos por empresas ou órgãos de abastecimento e enviados ao Sisagua (Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano), do Ministério da Saúde.
Na nossa região, não foram testadas as águas dos municípios de Bom Jardim, Macuco, Teresópolis, Carmo, Santa Maria Madalena e Cachoeiras de Macacu. À exceção de São Sebastião do Alto, todos que foram testados foram aprovados. A região, curiosamente, foi a com mais municípios testados no Estado do Rio.
Especialistas preocupados
Os casos que estão dentro do limite de segurança não ultrapassaram a concentração máxima permitida pelo Ministério da Saúde. Ou seja, estão abaixo da concentração a partir da qual a substância passa a gerar risco. No entanto, mesmo os municípios que passaram no teste têm riscos na avaliação de alguns especialistas que argumentam que as doses aceitas no Brasil são permissivas, pois são bem mais altas do que as da União Europeia.
Especialistas estão pesquisando sobre possíveis riscos oferecidos pela mistura de diferentes substâncias na água, mesmo que todas estejam dentro do limite. A Europa já fixou um limite para a soma de substâncias. Isso ainda não existe no Brasil. Os testes são feitos após o tratamento e a maioria dessas substâncias não pode ser removida por filtros ou fervendo a água.
Segundo o Mapa da Água, as maiores responsáveis pelos problemas com a água no Brasil são substâncias geradas pelo próprio tratamento. Quando o cloro interage com elementos como algas, esgoto ou agrotóxicos, nascem os chamados "subprodutos da desinfecção". Eles estão acima do limite em 493 municípios do Brasil, 21% dos que testaram.
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