As férias de fim de ano normalmente começam com a chegada do verão e do Natal, um dos momentos mais aguardados pelas crianças. Após as celebrações natalinas, muitas famílias afivelam as malas e pegam a estrada. Época de brincar, passear, viajar, e claro, nada de escola, apesar do recesso provocado pela pandemia da Covid-19, nestes dois últimos anos, que, por outro lado, manteve as crianças presas em casa. Independente desses 2020 e 2021 atípicos, a estação continua a mesma e é durante seus três meses que surgem algumas preocupações com a saúde dos pequenos.
Segundo os últimos dados da Sociedade Brasileira de Pediatria, acontecem cerca de 200 mil acidentes domésticos por ano com crianças em todo o país. No período de férias escolares, esse índice aumenta em 25%. Portanto, é tempo de atenção e cuidados, conforme alertam especialistas.
De acordo com a médica Andrea Dambroski (do departamento de Saúde Escolar do Colégio Positivo), nas férias escolares os cuidados devem ser ainda maiores. “É preciso redobrar a supervisão dos pequenos, inclusive em ambiente domiciliar. Os acidentes domésticos estão entre as principais causas de morbidade e mortalidade na infância e na adolescência. Traumas, queimaduras, quedas, afogamento, ingestão de corpo estranho e intoxicações com produtos de limpeza estão entre os principais acidentes, mas que, na maioria dos casos, podem ser evitados”, adverte a especialista, que destaca cinco cuidados essenciais com as crianças nas férias.
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Proteção solar
Nesse período, é muito comum atividades ao ar livre, em praias ou piscinas, consequentemente, maior tempo sob o sol. Portanto, é importante que os pais estejam atentos aos riscos dessa exposição, principalmente quando é feita sem proteção adequada ou em excesso.
“O ideal é que a exposição ocorra em horários específicos para que os benefícios dos raios solares sejam maiores que os riscos, ou seja, antes das 10h e após as 16h, quando a radiação UVB é menor. Os raios UVB são aqueles que estão relacionados com as queimaduras e é o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pele. O uso de protetor deve ser feito a cada duas horas”, alerta a médica.
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Cuidados no ambiente doméstico
Medidas simples podem e devem ser adotadas, como, por exemplo, proteger tomadas para evitar choques elétricos e queimaduras, manter medicamentos e produtos de limpeza em frascos identificados e longe do alcance das crianças, instalar telas em janelas, sacadas e vãos que sejam desprotegidos, como laterais de escadas. Não manipular líquidos e substâncias quentes com a criança por perto ou no colo. Manter os cabos de panelas virados para o interior do fogão. Manter a tampa do vaso sanitário fechada e não deixar água em balde ou tanque, por risco de afogamento e, principalmente, não deixar a criança sozinha sem a presença de um adulto.
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Consumo de água
É muito importante que os pais incentivem os filhos no consumo regular de água, principalmente com a chegada do verão. “Diferentemente do recomendado para adultos, o consumo de água ideal para crianças varia de acordo com a faixa etária. Até os 12 meses, o indicado é ingerir 800ml a um litro de água por dia. Entre o primeiro e terceiro ano de vida, a demanda aumenta para 1,3 litros, podendo incluir sucos e bebidas naturais. De quatro a oito anos, a média sobe para 1,7 litros. E entre nove e 13 anos, a quantidade varia conforme o sexo: para meninas, o indicado é 2,1 litros, já para meninos 2,4 litros por dia. Uma alimentação balanceada rica em alimentos naturais e nutritivos é ideal”, explica Andrea.
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Atividades físicas
O sedentarismo e a obesidade infantil, infelizmente, vêm crescendo exponencialmente nos últimos anos. Muito disso é atribuído ao tempo que crianças e adolescentes passam em frente à televisão, celulares, computador, isso sem contar o tempo de escola, na maior parte do tempo, sentados.
“Esse período de férias é uma ótima oportunidade para despertar o interesse dessas crianças por outras atividades, como jogar bola, correr, pular corda, andar de bicicleta, nadar – sempre com supervisão –, além de participar de atividades lúdicas como pega-pega, esconde-esconde, amarelinha. Certamente essa mudança vai trazer uma melhora para saúde da criança, na coordenação motora e no aspecto emocional”, ressalta.
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Saúde mental
A pandemia trouxe muita restrição na rotina - tanto dos adultos quanto das crianças. O isolamento social teve um grande impacto na saúde mental de todos, o que, inclusive, vem preocupando muito os especialistas. “Em circunstâncias normais, as férias escolares seriam um momento ideal para encontrar os amigos, participar de eventos, viajar, sem aquela convivência diária com os colegas da escola, mesmo que de forma virtual. Isso fez aumentar a ansiedade e até mesmo a depressão em crianças e adolescentes. A orientação nesse período é levá-las para brincar ao ar livre, como em parques e praças, sempre mantendo o distanciamento e o uso de máscaras. Fazer com que leiam, andem de bicicleta, joguem bola, e participem de atividades com amigos mais próximos. Porém, é preciso alguns pontos de atenção: se os pais notarem uma mudança de comportamento ou no apetite, tique nervoso, choro constante, dificuldade para dormir, é hora de buscar ajuda de um profissional”, finaliza.
(Fonte: Central Press)
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